21 | Uvas

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demorei um pouco pra postar devido ao trabalho, mas ainda não desisti dos livros não, fiquem em paz e curtam tranquilamente o capítulo 🤍

Rodei de um lado para o outro tentando encontrar uma posição confortável para dormir, mas me sentia inquieta desde o momento que Daniel bateu a porta e eu não o vi mais

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Rodei de um lado para o outro tentando encontrar uma posição confortável para dormir, mas me sentia inquieta desde o momento que Daniel bateu a porta e eu não o vi mais. Precisava fazer algo a respeito, pois fui muito imatura quando resolvi beber ao invés de voltar para casa. Admitia, dessa vez não pensei com a cabeça.

Ergui meu corpo na cama e segurei minha cabeça com as duas mãos, antes de um zumbido tomar meu ouvido esquerdo. Me sentia tonta, era como se os meus pensamentos não estivessem em seus devidos lugares, mesmo depois de algumas horas sóbria.

O relógio marcava exatamente três e trinta da manhã. Provavelmente, lá fora a neve caía sem preocupações pelo som baixo que causava nas janelas. Empurrei minhas pernas para fora da cama e calcei minhas pantufas, vesti meu casaco por cima do pijama já que estava evidentemente frio e segui porta a fora na esperança que Daniel ainda estivesse acordado.

Como o quarto dele era ao lado do meu, não demorei muito para abrir a porta sem ao menos bater, porém quando entrei e liguei a luz, não havia ninguém, nem mesmo no banheiro, porque a porta estava aberta e dava para ver tudo claramente da onde eu me encontrava.

Uma lâmpada imaginaria pareceu ter ligado em minha mente e ao lembrar dele ter dito que estaria lá embaixo no escritório, fechei a porta do seu quarto me direcionando rumo escada abaixo.

Tentei controlar os meus batimentos cardíacos ao ver o clarão amarelado da cozinha e deduzi que ele estava ali e não onde disse que estaria, já que quando me aproximei mais sua sombra grande reluzia nas paredes como um verdadeiro filme de terror, com a exceção de que a vítima fodida era eu. Caminhei a passos lentos não querendo que ele me ouvisse chegar, o que foi em vão, pois ao pôr meu pé direito na passagem do cômodo, sua cabeça virou instantaneamente para mim como se estivesse esperando minha presença a qualquer minuto.

Engoli em seco ao vê-lo sentado em uma das banquetas com vários papéis em cima da bancada central que dividia a cozinha, enquanto parecia tomar um café preto e evidentemente quentinho pelo mau tempo.

Ficamos vários segundos nos olhando e notei que foi um longo tempo quando ele se levantou, pegou uma xícara enchendo-a de café que tinha pronto na cafeteira antes de colocar em cima da bancada e sinalizar com o dedo para que eu tomasse, tudo isso com a cara fechada e sem emitir uma palavra.

Sem demora, fui até o seu lado pegando a xícara com as duas mãos, ingerindo a bebida com tanta rapidez que queimou minha garganta, porém não mais do que seu olhar que observava cada mínimo movimento que eu dava. Desviei o olhar intenso para a janela ainda sentindo a lateral da minha bochecha quente por estar sendo secada dos pés à cabeça. Quando tomei coragem para olhá-lo de novo, seus olhos negros ainda estavam me encarando sem piscar.

MINHA INSANA PERDIÇÃO - livro 3 da série: Os AvellarOnde histórias criam vida. Descubra agora