07 | Brasil

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― Te pego mais tarde? ― mudei de assunto porque Melissa não me deu sossego desde o momento que descobriu que resolvi pagar as mensalidades do seu curso

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― Te pego mais tarde? ― mudei de assunto porque Melissa não me deu sossego desde o momento que descobriu que resolvi pagar as mensalidades do seu curso.

― Posso te transferir o dinheiro que consegui das minhas motos? ― insistente, cruzou os braços ainda indignada que não tenha sido seu irmão o responsável por custear as coisas que ela precisava. ― Se ao menos pagou a academia, me deixe devolver o dinheiro. Posso trabalhar, eu consigo. Você foi muito bom para mim e eu quero retribuir.

― Falamos disso depois. Vá aproveitar seu momento, sei o quanto queria estar aqui e discutirmos isso agora está fora de questão.

― Vai me ajudar a arranjar um emprego?

― Você não precisa me pagar por algo que eu fiz de coração, Melissa.

― Vou considerar isso como um sim mais afetuoso. ― sorriu vitoriosa, mesmo que eu tenha negado com a cabeça.

― Dios mío, que chica más testaruda (meu Deus, que garota mais teimosa).

Um lado meu a entendia, não deve ter sido fácil ter convivido com aquela louca narcisista da mãe por anos e anos, como se fosse uma dívida ter que dever coisas simples que eu faria sem querer nada em troca.

― Sou muito chata e persuasiva quando quero. ― desdenhou levantando os ombros. ― E você ouviu o que a senhorinha falante disse, só posso ficar até o horário do almoço porque as aulas só começam amanhã.

― Venho assim que terminar o que tenho para fazer, e Naomi vai ficar aqui fora se precisar.

― Eu preciso mesmo disso? ― fez uma careta nada satisfeita.

― Vai ter que se acostumar, até porque não sabemos quando o perigo está à solta.

― Você fala como se tivesse roubado um banco e agora as autoridades estão atrás de você.

― É, é mais ou menos por aí. ― tentei ser sarcástico e percebi que deu certo quando escutei-a gargalhar.

Ouvi-la rir com som de porquinho era uma das minhas melhores músicas, pois seus olhos fechavam-se quase que milimetricamente ao mesmo tempo que seus lábios rosados contraiam.

Melissa sempre foi uma mulher perfeita, se não fosse pela minha vida, com certeza a roubaria para mim e a levaria para um lugar onde só houvesse nós dois. No entanto, minha mente parava quando esse tipo de ideia estacionava na minha cabeça. E como um estalo, a conversa que tive com o irmão dela no dia que ele esmurrou minha boca veio como brisa fresca nas minhas lembranças.

― Você a ama?

― Irei gastar com tudo o que ela precisar, com a condição de que assim que as coisas acabarem, ela volte imediatamente para Nova York. ― afirmei com todas as letras.

― E a ama? ― insistiu, parecendo ser fácil responder algo tão importante.

― O amor não funciona, não depois do que aconteceu naquela noite. Foi terrível acordar e descobrir que fui violentado.

MINHA INSANA PERDIÇÃO - livro 3 da série: Os AvellarOnde histórias criam vida. Descubra agora