Olivia sempre se perguntava como seria ser uma pessoa diferente. Era possível que as decisões de outras pessoas pudessem definir quem você é? Uma única pessoa era capaz de alterar completamente o destino de outra? Isso vivia constantemente em sua cabeça.
Talvez ela fosse diferente, mas não no sentido de ser algo que não é, e sim em relação ao que poderia escolher se tornar.
Ela sempre considerou o impacto do abandono do pai em sua vida. Não passou anos sofrendo pela falta de carinho e amor paterno. Não. Mas existia aquela sensação constante de vazio, algo que faltava.
O que teria acontecido se ele tivesse escolhido ficar? Escolhido amá-la? Estaria agora, prestes a assassinar alguém pela primeira vez?
Talvez. A dúvida persistia, sempre.
A ausência do pai era um buraco negro em sua existência. O abandono era um vazio que não podia ser preenchido. A não ser por aquilo que se foi.
Ela cresceu se perguntando como seria diferente se ele tivesse escolhido ficar. Teria se tornado uma pessoa mais normal? Alguém que não fosse assombrada por impulsos ruins?
Ela ainda seria capaz de matar?
Se lembrava de momentos em que olhava para outras famílias, observando as dinâmicas entre pais e filhos. Via a proteção, o amor incondicional, e sentia uma pontada de Inveja.
Sua mãe a amou incondicionalmente, quase como se pudesse fazer o vazio desaparecer, mas bem, um vazio de um pai só é preenchido por um pai. Aquele espaço sempre existiria, era uma lacuna que o amor materno, por mais profundo que fosse, não conseguia preencher.
Se ele tivesse escolhido ficar, será que essas tendências teriam surgido? Será que a ausência dele a empurrou para essa escuridão?
Ou isso já estava enraizado nela? Impossível de ser parado?
De qualquer forma, ela era o que era, e não havia como ser mudado. E agora, estava a um passo de matar alguém; prestes a cruzar uma linha que não tinha volta. E de certo modo, isso não a preocupava. Era por um bom motivo.
Durante a semana, ela havia planejado cuidadosamente, correndo atrás de cada detalhe. O bêbado que ela pretendia matar era um alvo fácil, mas não tão insignificante quanto ela inicialmente pensara. Descobrir o nome dele tinha sido a parte mais simples.
Larry. Esse era o nome do infeliz que ela estava ansiosa para matar.
Ele sempre vagava pelas ruas perto de onde Samantha trabalhava, e foi em um desses dias que ela ouviu alguém chamá-lo, discutindo. Ele não era apenas um incômodo para Samantha; ele replicava aquele comportamento nojento em cada canto que ia.
Isso só aumentou sua raiva.
Ao investigar mais a fundo, descobriu que Larry tinha uma família. Havia uma ex-esposa e um filho adolescente, ambos vivendo em uma cidade vizinha. Ele tinha sido um homem de negócios no passado, mas perdera tudo para o álcool. A decadência dele era uma tragédia que ninguém parecia notar ou se importar.
Ele frequentava a lanchonete onde Samantha trabalhava com uma regularidade alarmante. Ele aparecia pelo menos cinco vezes por semana, sempre no final da tarde, já visivelmente bêbado. Além disso, ele também era visto em outros bares mais afastados, onde passava a maior parte das noites. Aqueles lugares eram sua segunda casa, e os frequentadores habituais o conheciam bem, embora ninguém parecesse realmente se importar com ele.
Olivia o seguiu, observando de longe enquanto ele se afundava em álcool e autocomiseração. Viu como ele tentava interagir com as pessoas, às vezes de maneira agressiva, às vezes suplicante, mas sempre acabava sendo rejeitado ou ignorado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝗗𝗜𝗩𝗜𝗡𝗘 𝗟𝗢𝗩𝗘; 𝗦𝗔𝗠 𝗖𝗔𝗥𝗣𝗘𝗡𝗧𝗘𝗥
FanfictionA obsessão de Olivia Bowen por Samantha Carpenter começa de forma inofensiva, mas cresce rapidamente em uma necessidade insaciável de ser notada. Assumir a identidade do mascarado que a atormenta parece uma boa ideia de chamar sua atenção. Mas quand...