Samantha Carpenter se achava uma pessoa azarada. Não apenas pelo tipo comum de azar que todos experimentam em algum momento de suas vidas, mas por um tipo de má sorte que parecia ter sido cuidadosamente costurada em seu destino. Enquanto a maioria das pessoas precisava apenas se preocupar com questões cotidianas, ela carregava o peso de um legado sangrento e um passado que parecia determinado a persegui-la até o fim de seus dias.
Desde que descobriu de quem era filha, sua vida nunca mais foi a mesma. Lembrava-se muito bem do dia em que encontrou os diários de sua mãe, a revelação que a atingiu como um martelar incessante de angústia.
Ela havia ganhado uma sentença.
O vício em drogas veio logo depois. Samantha buscava qualquer forma de escapar da realidade sufocante que a cercava. As substâncias eram um alívio temporário, uma maneira de entorpecer a dor e o trauma. Mas essa fuga cobrou um preço alto. Ela quase perdeu Tara e a si mesma no processo.
Mas não parava por aí. Ser usada por Ghostface como parte de um legado macabro foi outro golpe corrosivo. A ideia de que alguém estivesse tentando manipular sua vida para continuar a saga sangrenta de seu pai era quase infernal. E como se isso não bastasse, as consequências dessa revelação a empurraram ainda mais para o abismo.
Quando pensava que a situação não poderia piorar, surgiu Gale Weathers. A jornalista, sempre em busca de uma história sensacional, escreveu um livro sobre os acontecimentos em Woodsboro, distorcendo os fatos e retratando Samantha de uma maneira que fez sua vida desmoronar ainda mais. O livro se tornou um best-seller, e a imagem pública de Samantha foi destruída. Agora, além de lidar com seu passado e seus demônios internos, ela tinha que enfrentar a opinião pública que a via como uma figura sinistra e perturbada.
Acusada de ser a vilã da própria história. Bizarro.
Era como se o universo conspirasse contra ela. Cada tentativa de se levantar era seguida por uma rasteira ainda mais forte que a jogava de volta ao chão. Samantha se sentia como um imã para a desgraça, atraindo tragédias e problemas de uma maneira que desafiava qualquer lógica.
Ninguém devia ser tão fodido assim.
A maioria das pessoas poderia contar com uma boa dose de sorte para equilibrar suas vidas, ela parecia estar eternamente condenada a um ciclo de azar e sofrimento. Cada passo que dava em direção a uma vida melhor era sabotado por algo, ou alguém. Sempre uma nova ameaça. Era exaustivo, angustiante e, acima de tudo, parecia interminável.
Quando finalmente decidiu se mudar de Woodsboro para Nova York, ela acreditava, ou pelo menos queria acreditar, que as coisas poderiam melhorar. Talvez em uma cidade grande como Nova York, ela pudesse se reinventar, deixar o passado para trás e construir uma nova vida longe dos horrores que a perseguiam. A mudança representava mais do que uma simples troca de endereço; era uma tentativa desesperada de escapar de um ciclo vicioso que a aprisionava desde a adolescência.
Era um início, com Tara.
No começo, Nova York parecia promissora. As luzes brilhantes, as ruas cheias e a constante sensação de anonimato davam a impressão de um novo começo possível. Mas, logo ficou claro que a vida, ou talvez algo além disso, não lhe daria paz.
Já que não demorou muito para ela começar a ser reconhecida.
E era nesses momentos em que ela se perguntava se existia um Deus e, se existisse, ele definitivamente estava rindo da cara dela. A sensação de ser um joguete nas mãos de uma força cruel e caprichosa era sufocante.
As coisas sempre aconteciam do pior jeito para ela. Ser filha de um serial killer, viciada em drogas, afastada de sua irmã, perseguida por um namorado Ghostface e ainda difamada publicamente. A vida de Samantha Carpenter era uma sucessão de tragédias, um roteiro de terror escrito com tinta negra. E, por mais que tentasse lutar contra essa maré de azar, parecia que o destino sempre encontrava uma maneira de puxá-la de volta para o fundo.
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𝗗𝗜𝗩𝗜𝗡𝗘 𝗟𝗢𝗩𝗘; 𝗦𝗔𝗠 𝗖𝗔𝗥𝗣𝗘𝗡𝗧𝗘𝗥
FanfictionA obsessão de Olivia Bowen por Samantha Carpenter começa de forma inofensiva, mas cresce rapidamente em uma necessidade insaciável de ser notada. Assumir a identidade do mascarado que a atormenta parece uma boa ideia de chamar sua atenção. Mas quand...