Se alguém tivesse dito a Olivia que, em algum momento da vida, ela saberia o que era levar um choque de taser, ela teria rido. Quais as chances? Era ridículo, surreal até. Mas a vida, tinha um jeito estranho de surpreender, especialmente quando se procura, e se coloca em certas situações... complicadas.
Como o velho ditado dizia: quem procura, acha. E Olivia, ao se colocar naquela situação, ao brincar com fogo, tinha encontrado exatamente o que estava procurando.
O choque... Era rápido, mas profundo. Não uma dor imediata, não como o impacto seco de um soco ou a ardência de uma queimadura. Era algo que começava com uma rigidez estranha, como se cada músculo do corpo tivesse sido tomado por uma força externa, travando-o por completo. Cada fibra sua parecia se rebelar, como se um disjuntor tivesse sido acionado, desligando tudo por um momento. A rigidez se transformava em uma onda de calor, uma corrente dolorida que percorria seus ossos, traindo seu corpo de dentro para fora.
Era... estranho. Angustiante.
E agora, ali, na frente de Sam, ela tentava parecer normal. Tentava segurar o desconforto, que não era pouco. Ela não podia mostrar o que sentia. Já havia aprendido a mascarar a dor, e era isso que ela fazia agora. Ela era boa em esconder as coisas. Boa em se camuflar, em fingir que nada a tocava profundamente. Forçar qualquer outra expressão não era exatamente difícil, mas o que vinha depois era — encará-la sem deixar transparecer a tensão que ainda remexia em seu corpo, aquela excitação quase imperceptível que tentava tomar controle.
Quem diria? O predador derrubado pela própria presa. Existia ironia nisso. Se Sam soubesse o que estava por trás da máscara... Bom, as coisas talvez tivessem acabado de maneira diferente.
O fato de não saber, ser imprevisível, deixava tudo melhor. Era exatamente isso que dava graça. Olivia sempre soube que o risco fazia parte do que fazia — fazia parte do que a mantinha interessada. Mas isso... Bem, isso estava fora do script. E de alguma forma, isso não a incomodava.
Quer dizer, não completamente.
Samantha Carpenter era uma mulher difícil de domar. O modo como ela reagiu. Olivia não podia deixar de admirar isso — a rapidez por trás da ação. Foi algo que ela não previu, algo que a pegou desprevenida. E isso... foi fascinante.
Era como se Samantha estivesse, de certa forma, dentro do jogo o tempo todo, só esperando o momento certo para revidar. Por uns segundos, antes do choque atravessar seu corpo, tinha visto algo nos olhos dela. O jeito como ela quase se permitiu gostar daquilo.
Olivia gostava de ser desafiada, de não ter o controle completo o tempo todo. Vê-la reagir daquela forma, se posicionando, não apenas aceitando ser encurralada, mas tratando-a como uma adversária — isso a deixava animada.
Samantha tinha sido... inteligente. Rapidamente calculou o que precisava fazer para ganhar uma fração de segundo, tempo suficiente para mudar o rumo daquela interação. Ela não hesitou em defender sua posição, em contra-atacar.
E isso foi delicioso para Olivia.
Era raro alguém conseguir tirá-la de seu eixo, ainda mais com tanta facilidade. A imprevisibilidade, o modo como Samantha se negava a ser controlada, a sair como fraca, fazia algo dentro de Olivia pulsar mais forte. Não era só a adrenalina, ou o jogo. Era algo que ela não admitiria com facilidade.
E era isso que tornava Samantha diferente das outras, a maneira como a deixava presa em si. Existia algo perversamente prazeroso em ter sido derrubada por ela.
Olivia amava isso. Amava a luta.
Tinha algo de tão genuíno naquele confronto, que, por um instante, fez Olivia hesitar. Não hesitar como Ghostface, mas como... Olivia. Por um segundo, os papéis se misturaram, a máscara quase caiu, e ela foi apenas uma garota gostando da intensidade de tudo aquilo.
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𝗗𝗜𝗩𝗜𝗡𝗘 𝗟𝗢𝗩𝗘; 𝗦𝗔𝗠 𝗖𝗔𝗥𝗣𝗘𝗡𝗧𝗘𝗥
FanfictionA obsessão de Olivia Bowen por Samantha Carpenter começa de forma inofensiva, mas cresce rapidamente em uma necessidade insaciável de ser notada. Assumir a identidade do mascarado que a atormenta parece uma boa ideia de chamar sua atenção. Mas quand...