High School Strings | Tayvis

Today Was A Fairytale

“Time slows down
Whenever you're around
But can you feel this magic in the air?”

★

Taylor Swift

Amo acordar e sentir o cheiro de café recém-feito, quando é feito pela minha mãe, melhor ainda, e ouvir as vozes no andar de baixo, meu pai e irmão mais novo, e o canto dos pássaros. Quando é verão, adoro deixar a janela aberta para o amanhecer me acordar. Tudo isso me dá uma vontade imensa de viver. Estamos no inverno no momento e eu amo a sensação das cobertas quentinhas e ficar na cama o dia todo, mas, infelizmente, é o primeiro dia de aula do ano. Minha escola dá duas semanas de mini férias entre Natal e Ano Novo e hoje voltamos à tortura.

Afasto a coberta para o lado e levanto da cama, ajeitando minha camisa, que roubei do meu pai, do Queen. Coloco minha pantufa e desço as escadas, indo em direção à cozinha.

– Bom dia, mãe. Bom dia, pai. Bom dia, Austin – cumprimento eles e me sento na bancada.
– Bom dia, princesinha. Animada para o seu primeiro dia de aula do ano no high school? – Meu pai fala.
– Huh, não – Falo enquanto pego um pão da cesta – Não sei se estou pronta para encarar mais meio ano escolar sem ter vontade de me matar.
– Taylor. – Minha mãe me repreende.
– Calma, eu falei "vontade", não que vou me matar. – Bufo.

Austin rouba meu pão com queijo e manteiga e sai correndo pela casa. Levanto indo atrás dele e, quando o alcanço, dou um tapa em seu braço, voltando para a cozinha xingando-o e bufando. Começo a fazer outro pão para mim, tomo café da manhã conversando com meus pais sobre a vida. Quando termino, vou para meu quarto tomar banho e me arrumar para a escola. Meia hora depois, estou no banco traseiro do carro do meu pai, a caminho da escola. Não me esforço muito para ficar super hiper mega produzida porque não vale a pena gastar tempo para ver as pessoas que eu vejo há 15 anos. Mas, também não vou de qualquer jeito. Fiz uma trancinha em cada lateral da minha cabeça, estou vestindo uma calça de cintura baixa, que mal dá para ver por causa do moletom do meu irmão e minha jaqueta, junto com uma bota preta. Fiz uma make básica: rímel, blush, delineado e gloss.

Chegando na escola, vou direto para o meu armário e, quando o fecho, recebo um abraço por trás e sei exatamente quem é. Abigail, minha melhor amiga. Viro-me e abraço ela também.

– Taaayyy. – Abigail fala animada – Meu Deus, você está linda. E você cresceu? Faz muito tempo que não te vejo. Senti saudades.
– Eu fui à sua casa semana passada, sua louca – Falo rindo, desfazendo o abraço e começando a caminhar.
– É muito tempo para mim. E eu tenho novidadeeess.
– Me conta agora – Viro-me para ela e começo a andar de costas.
– Primeiro, envolve garotos. Segundo, amiga, é sua chance, ele é lindo.
– Fala logo quem é, eu vou morr – Não termino de falar porque bato minhas costas em alguma coisa.

Sinto mãos grandes segurando meus cotovelos e me viro para pedir desculpas, mas as letras não formam palavras, e as palavras não formandas não formam frases, eu não consigo falar nada enquanto olho para a pessoa em quem bati.

– Vai morrer do que, loirinha? – A pessoa à minha frente fala e exibe um sorrisinho de lado.
– Na-Nada, quer dizer, não te interessa – Falo e me afasto dele, desta vez trombando em Abigail, e ele solta um risinho.

Antes que qualquer um de nós possa falar alguma coisa, Kate Windos aparece do lado do Sr. Mãos Grandes e dá o sorriso mais falso que ela tem para mim.

– Taylor!! Que bom ver você tão cedo do dia. Como você está? – Kate me abraça de leve e eu apenas deixo meus braços parados do lado do meu corpo, sem saber o que fazer.
– Estou bem, obrigada. – Falo, me preparando para sair da frente deles, mas Kate aparentemente decidiu me amar hoje.
– Estou mostrando a escola para ele, já que você recusou continuar no comitê de boas ações. – Kate fala irônica.
– Eu não recusei, eu saí educadamente.
– Aquilo é tudo, menos comitê de boas ações – Abigail bufa ao meu lado.
– Não sei do que está falando, querida – Kate dá um olhar mortal para nós duas – Bem, vamos lá, não podemos nos atrasar para a aula – Ela fala já puxando o Sr. Mãos Grandes pelo corredor. Ele ficou o tempo todo olhando para mim e, quando passa por mim, dá uma piscadinha.

Abigail e eu vamos em direção à nossa sala. A primeira aula é matemática, e ela fala o tempo todo da sua novidade, que é o garoto em que eu trombei. Não presto muita atenção no que ela está falando, minha mente está nas mãos dele me segurando. Não sei porque estou pensando nele ou nas mãos dele, eu nem o conheço. Esvazio minha mente assim que entramos na sala e sentamos em nossos lugares. Não demora muito para a sala ficar cheia e a aula começar. Pelo resto do dia, tive cinco aulas, e em três delas eram com o aluno novo. Em duas delas, ele não parava de olhar para mim, e em uma ele sentou na frente e eu atrás, então ele não tinha como me ver.

A mãe da Abigail vem buscar a gente na escola, e ela me deixa em casa. Pelo resto do dia fico fazendo lição de casa, lendo um livro novo e conversando com meus pais, e às vezes ouvindo eles brigarem. Mas, no fim da noite, estou deitada na cama tendo os pensamentos roubados pelo garoto novo da escola. Não soube muito sobre ele, nem ao menos o seu nome, só sei que ele tem a minha idade, e seu irmão está no último ano da escola. De qualquer forma, durmo pensando nele e em suas mãos no meu cotovelo. Talvez tenha sido a noite mais bem dormida deste ano, mas nunca irei admitir isso.