DIA CINCO
DRACO
Eu abri meus olhos. Pisquei uma vez. Então eu me sentei.
Olhei para meu tornozelo. Eu havia tirado as bolsas de gelo durante a noite e meu pé descalço estava no travesseiro branco. Meu pé tinha uma aparência perfeitamente normal.
Minha testa franziu quando arrisquei levantar a perna e girar o tornozelo para um lado e para outro. Não doeu. De forma alguma.
Olhei para Hermione, que estava dormindo de lado, um pouco distante, de frente para mim. Talvez houvesse algo nessa teoria do gelo.
Eu nunca diria isso a ela, é claro.
Puxei meu pé para mais perto de mim e o senti com os polegares, pressionando a parte superior do pé. Explorei o local onde doía mais, o osso central que eu tinha certeza que estava quebrado. Mas não estava. Não agora, de qualquer maneira.
Por um longo tempo fiquei ali sentado, olhando para meu pé e meu tornozelo. Então peguei a meia, calcei, calcei o sapato e amarrei. Então me levantei, o cobertor azul caindo de cima de mim. Olhei para ele.
Eu me senti bastante quente. Não com febre, mas quente, dentro de mim. Como eu me sentia quando dormia perto da lareira em casa. Hermione, no entanto, parecia gelada. Ela estava com os joelhos puxados até o peito e os braços dobrados. Considerei o cobertor novamente, depois o peguei e joguei sobre ela. Por que não? Eu não precisava dele.
Ela respirou fundo, franziu a testa e então estendeu a mão e puxou o cobertor com mais força sobre os ombros. Por um momento, apenas a observei, depois me virei e empurrei a cortina de salgueiro para fora do caminho, e comecei a testar meu tornozelo recém-curado no ar fresco antes do amanhecer.
~
Era plena luz do dia, no meio da manhã, e eu ainda estava andando experimentalmente de um lado para o outro do lado de fora do salgueiro quando Hermione apareceu. Ela esfregou o rosto assim que saiu da cortina, e o vento pegou seu cabelo e o jogou. Então, ela abriu os olhos, me viu e olhou. Sua boca se abriu.
— O que... você está andando!
— Boa observação — comentei, embora não tivesse vontade de irritá-la. Então, pulei no ar, o mais alto que pude, pousei com facilidade e sorri para o campo. — Eu me sinto fantástico.
Hermione deu um passo em minha direção, olhando para meus pés, um sorriso surpreso e de boca aberta se espalhando por seu rosto.
— É incrível! — ela riu. — Eu... eu não posso acreditar!
— Eu também — confessei. — Eu tinha certeza de que estava quebrado. — Me afastei dela para que ela não pudesse ver meu rosto. — Mas suponho que... não estava.
— Oh, mas... parecia quebrado para mim — disse Hermione, aproximando-se, ainda olhando entre meu rosto e meu pé. — E mesmo que estivesse apenas inchado, o gelo não teria melhorado tão rapidamente!
— O que você está sugerindo, então? — Eu fiz uma careta para ela. Ela encolheu os ombros, ergueu as sobrancelhas e balançou a cabeça.
— Magia?
Eu bufei, rindo.
— Brilhante — eu disse novamente, embora não tão sombriamente quanto antes. — Acho que faz sentido, se fosse apenas uma lesão imaginária, em primeiro lugar.
— Suponho que sim — disse Hermione.
Olhei para ela e meu sorriso desapareceu. Ela estava carrancuda e seus olhos estavam desfocados. Ela estava tentando descobrir. Engoli em seco quando um pensamento entrou na minha cabeça que eu estava tentando evitar – um pensamento que eu não compartilharia com ela.
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What The Room Requires | Tradução - Dramione
FanficHermione é quem encontra Draco chorando no banheiro. Ele foge dela. Ela o persegue até a Sala Precisa, onde o tempo não significa nada - e a sala os força a enfrentar seus maiores medos, juntos, para encontrar a porta. Tradução da fanfic escrita por...