Capítulo 2

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Eu caí de cara no chão. Aquela maldita garota entrou atrás de mim e bateu de cabeça nas minhas costas. Minha varinha estava a meio caminho de minha mão – agora ela deslizou pelo chão de pedra e caiu na escuridão. Xinguei em francês e depois em italiano enquanto me levantava, estremecendo com a dor que descia pelos meus joelhos e cotovelos. Eu não conseguia ver nada – nem mesmo minha mão na frente do rosto.

— Brilhante, Granger! — Eu gritei, minha voz ecoando nas paredes altas. — Você me fez largar minha varinha!

— Por que você estava com sua varinha em punho? — Ela engasgou, tropeçando em algum lugar à minha esquerda.

— Para matar você com ela.

O que? — Ela gritou. — Você realmente ia-

— Oh, supere isso — eu rosnei. — Achei que talvez precisasse apenas de uma maldita luz!

— Oh — ela disse trêmula, e então sua voz ficou firme. — Lumos! — Nada aconteceu. — Lumos! — Ela repetiu.

— Dê para mim — estendi minha mão na direção que pensei que ela estava.

— Não! — Eu a ouvi bater contra uma parede. Isso confirmou: a porta havia sumido.

— Você nem sabe usar essa coisa estúpida? — Dei três passos em direção a ela, amaldiçoando aquela escuridão total, e minha mão roçou seu ombro. Agarrei seu braço com força. — Me dê sua varinha!

— Draco Malfoy, você me solta- — ela se debateu contra meu aperto, mas também não conseguia ver. Lutei contra ela, tentando não levar um soco no rosto, e bati minha outra mão em seu pulso. — Não! — Ela gritou quando eu a empurrei contra a parede.

— Pare de agir como uma criança e me dê sua varinha! — Eu rugi, assim que a peguei de sua mão direita. Eu me virei, segurei-a e respirei fundo. — Lumos! — Nada aconteceu. Nada mesmo. Nem mesmo uma faísca. Era como se eu estivesse segurando um pedaço de pau de uma das árvores lá fora. Eu balancei. — O que há de errado com sua varinha?

— Não há nada de errado com minha varinha! — Hermione ofegou, sua voz embargada de raiva. — Me devolva!

— Tudo bem. — Eu joguei na direção dela. Atingiu uma pedra, depois caiu no chão e rolou.

— Para onde foi? Draco, para onde foi? — Ela engasgou, arranhando as pedras com as mãos. Eu não respondi. Meus olhos continuavam se arregalando tentando captar algum pequeno raio de luz, alguma sombra ou tremeluzir de uma vela. Mas não havia nada. E pela profundidade dos ecos feitos pelos nossos gritos, esta sala estava completamente vazia. — Não consigo encontrar — Hermione chorou. — Não consigo encontrar!

— Eu também não consigo encontrar a minha! — Eu disse rispidamente, apertando as mãos.

— Você está mesmo olhando?

Olhando? Como eu poderia olhar? Está escuro aqui!

Eu sei disso! Você está tentando encontrar?

— Qual é o sentido de encontrá-la? — Eu respondi. — Elas não funcionam aqui!

— Por que eles não funcionariam?

— Como eu deveria saber?

— O que você estava pensando quando entrou aqui? — Ela exigiu.

Eu me virei por reflexo, mas ainda não consegui vê-la.

— Escute, se você está tentando me chamar de estúpido-

— Eu não estou — ela respondeu. — Estou tentando descobrir onde estamos!

What The Room Requires  | Tradução - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora