| CAPÍTULO 25 | Quem é vivo, sempre aparece...

28.9K 866 1.9K
                                    

Era estranho pensar em como as coisas acontecem.

Você não fazia ideia, ao conhecê-lo, que iriam evoluir de um projeto de amizade e provocações, para um romance secreto e proibido.

Coisas assim costumavam ir contra todos os seus princípios, mas quando se deu conta, a corda já estava no pescoço e seus braços em torno da cintura dele, enquanto pegava uma carona na garupa do papai.

Nunca tinha se entregado a ninguém, como se entregou para Jungkook e dane-se se pensassem que era só uma aventura. O que sentia era bem mais complexo e só você poderia descrever.

Quanto mais se conheciam, mais difícil ficava não se deixar levar por cada troca. Tinham muito mais do que apenas gostos em comum, de alguma forma inexplicável e profunda, se entendiam e se expressavam, às vezes, apenas com o jeito que se olhavam.

Não sabia como e porquê, mas agora, sentia que os problemas de Jeon Jungkook eram seus também. Se importava com ele e com o filho dele, ainda mais do que antes.

Naqueles últimos dias, passaram mais tempo juntos do que passou com qualquer outra pessoa na sua vida, mas podia dizer que conhecia Jungkook como se fossem um do outro há anos.

Você o impelia a conversar intimamente, a ser mais bobo, quebrando toda aquela casca dura de homem sério criada pelos traumas, com sua curiosidade e jeito de menina mulher. E ele, te impelia a ser ambiciosa, a se descobrir em muitos aspectos, a se desafiar e quebrar suas próprias barreiras, a ser melhor.

Parou de tentar entender os motivos de querer ser sua por toda a vida, de querer cuidar e tocá-lo tanto assim.

Mesmo que quisessem, não conseguiriam se livrar desse sentimento e isso era preocupante, contudo, o pormenor que tornava cada sensação com aquele homem ainda mais deliciosa.

E honestamente, mesmo que fosse errado, um segredo, não queriam parar de pecar.

Entretanto, teriam que começar a ser mais discretos.

O melhor amigo de Jeon Jungkook desde o ensino médio, Jihoon, lançou seus olhos castanhos para o seu lado outra vez, encarando você com curiosidade, em seguida, para o amigo sentado em sua frente. Ele já tinha sacado tudo desde a festa, mas ver vocês lado a lado, naquele horário, era bastante autoexplicativo e comprovava suas teorias anteriores.

Jungkook apenas balançou a cabeça, algo como um “Agora não”

Não deveria ser estranho que a amiga, a ex do filho, quisesse estar aqui, pois se preocupava com Donghyun e com a situação, não é? São colegas de turma.

Mas claro, era estranho que não estivesse com Donghyun, e sim aqui, sentada ao lado do mais velho, preocupada com ele e ouvindo um assunto tão particular de seu passado, dando assistência, ao invés do filho, ao pai.

Jihoon — Aqui está, recebi esta manhã — disse Jihoon, empurrando o sulfite por cima do centro e cortando as deduções sobre o porquê Jungkook lhe trouxe também. — Lindsay nunca gostou de mim, mas mandou na minha casa porque sabe que ainda temos contato. Quase tomei uma coça da Teresa, minha esposa pensou que era alguma amante.

Estava cara a cara com seus demônios. Ou pior, o demônio. Jeon se assemelhava a um corpo pútrido, sem vida, na medida em que decidia se rasgava a “carta de Pandora” e liberava todo o mal em forma de frases; havia um gosto cediço em sua boca que surgia ao pensar nela.

Tomando coragem, desprendeu o envelope, os músculos dos braços tatuados tensionando contra a camisa e as mãos incertas ao desembrulhar. A expressão dele foi endurecendo pouco a pouco. Cerrou o queixo ao ver a letra cursiva naquele papel com um beijo de batom nude. O que conhecia muito bem. As letras davam as mesmas voltas e voltas, como na época que ele costumava receber cartinhas de amor de uma certa adolescentezinha.

Pai Do Seu Namorado | EBOnde histórias criam vida. Descubra agora