Mentiras

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Hiiii!!! Eu gosto de colocar a música que usei pra escrever o capítulo... Espero que tenha ficado bom o cap! Vou soltar dois caps hoje pq na verdade era pra ser um só, mas acabei me extendendo demais kkk >:)

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O grito era tão carregado de angustia que senti um nó no estômago. Tentei respirar fundo, mas uma dor lancinante me atravessou, e fechei os olhos com força. Um gemido baixo e angustiado escapou da minha garganta, tão suave que achei que ninguém notaria. No entanto, Louis me olhou, seus olhos transbordando uma tristeza profunda.

-Me perdoe... Me perdoe... -Ele me sussurrava repetidamente, sua voz quebrada pela culpa. Seus olhos brilhavam com lágrimas que ele se esforçava para conter. Ele beijou suavemente o topo da cabeça do garoto, recostando o rosto naquelas madeixas quase brancas. Seus braços envolviam o corpo magro e frágil do jovem, balançando-o suavemente como se tentasse niná-lo. Eu me perguntei que tipo de relação eles tinham, se havia algo mais profundo do que eu podia entender. Talvez eu tivesse sido precipitado demais, tolo demais.

A dor tornou-se quase insuportável, e inclinei a cabeça para trás, tentando respirar através do desconforto. Senti uma brisa rápida perto do meu rosto e, quando abri os olhos, vi Louis jogando o garoto contra a parede.

- Não quero machucá-lo! Você sabe que eu o amo, você sabe disso, mas não chegue perto dele... Não quero machucar você, por favor.-Louis implorou, sua voz tremendo com uma mistura de desespero e firmeza. O garoto, que havia tentado me atacar novamente, ficou paralisado, incrédulo pela ação do mais velho.

-Me ama? Você diz que me ama? Seu mentiroso miserável! - O loiro levantou-se rapidamente, seus olhos azuis como um mar revolto me fulminando com ódio.

- Por favor... Por favor... Não fale assim comigo. Eu fiz o que pude por você, você sabe disso. Eu o amo como amei a pouquíssimas pessoas. Eu lhe ensinei tudo que sei, me dediquei a você... Não me atire essas palavras.

- Não me atire essas palavras? Você me traiu... Me traiu com esse ser repugnante! - O menino gritava novamente, sua face lisa como porcelana assustadoramente bela, retorcida pela fúria.

- Eu não o traí. Nunca. Você já foi como ele... Há muito pouco tempo. - Louis respondeu com uma voz carregada de tristeza e arrependimento.

O garoto não respondeu imediatamente. Ele não chorava mais, se aproximou a passos lentos de Louis, encarando-o por longos segundos. Seu rosto ainda transbordava raiva e dor. Então, de repente, ele cuspiu na face do outro vampiro. E eu vi o semblante de Louis mudar instantaneamente. A dor pura estava estampada em seu rosto, eu sabia do que ele estava se lembrando naquele momento e fiquei horrorizado. Ele piscou, atordoado, enquanto a saliva escorria por sua face perfeita, agora profanada.

Louis não moveu um músculo para limpar-se, permanecendo absolutamente imóvel, como se aceitasse o insulto como um castigo merecido. -Eu... Eu sinto muito... - Ele sussurrou, a voz quebrando. -Eu nunca quis machucar você.

O garoto o empurrou contra a parede com força, suas mãos envolvendo o pescoço de Louis com uma intensidade ameaçadora. O outro, por algum motivo, não reagia, apenas fitava-o com um semblante que eu não consigo colocar em palavras. Ele era mais forte do que o loiro, eu sabia disso, mas não esboçava nenhuma resistência. As mãos do garoto apertavam com ferocidade, e algo como rachaduras começaram a aparecer no rosto angelical de Louis, como se sua própria essência estivesse se despedaçando.

O desespero me consumiu. Não sabia se aquilo seria capaz de matá-lo. E se o garoto arrancasse sua cabeça com as mãos? Ele morreria como nos filmes de vampiros? A ideia era insuportável, e meu medo se transformou em um grito desesperado.

Sombra Eterna: A Dor Da Imortalidade - Crônicas VampirescasOnde histórias criam vida. Descubra agora