Décimo Primeiro Capítulo: O Alfa Alexander

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A cerimônia da nova flor

A maquiagem deixava a pele mais clara e as roupas eram brancas para exaltar a pureza da ômega, seu olhar era profundo e ela estava mais quieta do que nos dias que haviam se passado lentamente. Iria passar pela cerimônia e já estava na casa dos lobos - local propício -, o pequeno palacete era bonito e esculpido a modo grego e o jardim parecia encantador mesmo com o frio quase o matando por inteiro, as colunas e estátuas passavam a sensação de se estar em um templo.

- Fun mi, iya, o fun ni igboya ati agbara. - Suspirou profundamente de dentro do quarto reservado para ela e seus servos. A ansiedade era demais e todos pareciam afobados, mesmo Alexia já havia ido checar a aprendiz diversas vezes.

- O salão está cheio! - Eleni exclama entrando apressada, a música que tocava subiu de volume e diminui rapidamente quando a porta foi fechada. - Será que deveria mesmo usar o cabelo solto? Acho que eles acharão estranho o cabelo da minha senhora.

- Alexia disse que deve ficar assim. - Respondeu com pouca emoção. - Ela deve saber o que está fazendo. - Nunca tinha se preocupado de fato com o que os outros pensariam de si, mas essa ocasião estava deixando-a insegura, tentava se lembrar de tudo que tinha que fazer e falar. - De qualquer forma, se não gostarem de mim não poderemos fazer nada.

- Não diga isso! As flores exaltam o seu cabelo, minha senhora. - Se referindo aos enfeites nos crespos de Ayo.

- Sinto que posso desmaiar, se isso acontecer me mate, não poderei conviver com a vergonha.

Aquilo preocupou a serva pois sabia que a ama não estava fazendo nenhuma piada, e depois da situação de Charles a concubina parecia mais frágil do que antes.

Alexia entra novamente.

- Está na hora, vão anunciar nossa chegada. - Suas vestes eram douradas, as curvas sendo exaltadas e aquilo fez a jovem ficar mais insegura da própria presença, normalmente não se importaria de ser ofuscada pela beleza da professora, mas estava começando a sentir a sanidade indo para longe de si.

- São muitos lobos?

- Já me perguntou isso, são apenas alguns da alta sociedade. A festa para os demais é apenas em outro momento.

- Estou muito nervosa. E se eu cometer algum erro? Sei que vão reparar tudo e eu não quero parecer uma estabanada. - Apesar do frio as mão suavam.

- Só iremos saber o desfecho da noite quando ela acabar.

- Ija naa bẹrẹ!

Alexia reprovou a jovem com o olhar, costumava repreender quando a concubina falava na língua de sua família. Apenas não disse nada porque a música parou, significando que seriam apresentadas.

- É a nossa deixa! Vamos Eleni, ajude. - Ordenou para a outra que correu para checar uma última vez se todos os detalhes estavam perfeitos e ir com Ayo próxima às escadas.

- Sei que vai se sair muito bem. - Sussurrou e recebeu um sorriso em troca.

- Obrigada. - Levantou a cabeça e respirou para se preparar.

- Nessa linda noite de lua cheia chamo aqui nossa prima concubina Alexia. - A voz masculina de um trovador soou alta, a professora encarou a aprendiz como se pedisse para não decepcioná-la e desceu com confiança.

- Deusa, como ela consegue? - Sussurrou prestando atenção nas vozes do andar de baixo.

- Minha aprendiz segue meus passos, essa noite eu sou a família e casa para ela. Peço que recebam bem e tratem-na como merece! Filha de um guerreiro que morreu lutando pela nossa matilha, por isso quem está aqui como mãe de Ayo sou eu e que felicidade porque ela é um coração gentil e trará muita honra para esse reino.

O Alfa Alexander - ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora