Corte De Asas E Magia [Concluída]

Capítulo 02

Definitivamente, gostoso.

- onde eu tô? - ele balbuciou abrindo os olhos cor de avelã, talvez uma mulher de 1,70 de altura, não fosse perigo o suficiente para ele armar a guarda.

- primeiro quem é você? - eu questionei arrumando meus óculos que escorregava pelo meu nariz.

- não devia ser eu a perguntar isso? - ele arqueou as sombracelhas.

- meu bem, eu te ajudei, demorei duas horas para arrastar essa montanha que você chama de corpo, então quem tem que saber dos detalhes mais rápido sou eu. - eu bufei incrédula e ele abriu a boca soltando uma risadinha.

- certo, me chamo Cassian.

Tela azul. Pane no sistema. SOCORRO.
Cassiel o illyriano gostoso daquele livro acotar???? Bem, era o único Cassian que eu conhecia.

- agora onde eu estou? - ele se levantou quase rindo, eu devia estar com uma cara de idiota abrindo e fechando a boca.

- em outro mundo.... - ele arregalou os olhos e se aproximou e porra, eu sou alta, mas ele é um armário.

- outro mundo??? - ele abriu a boca em choque.

Nem ferrando que eu ia contar que ele era um personagem de um livro. Sorte a minha que não tem nem cheiro da saga acotar na minha casa.

Cassian é uma general da raça Illyriana, por ter nascido "bastardo" muitos o subestima, mas ele é um deus da guerra, ese título remete ao fato dele ser um guerreiro poderoso. Ele faz parte de um trio de irmãos do coração, e principalmente do círculo íntimo do grão Senhor, que é um de seus irmãos.

Ele tem cabelo longo que chega até o pescoço e preto, olhos cor de avelã. Além de belíssimos. E incríveis dois metros de altura.

Na minha cabeça eu fiz um pequeno resumo do Homem a minha frente.

- merda, eu não posso ficar aqui.... - ele pareceu tentar abrir as asas para voar, mas eu imediatamente o parei.

- pare. Você não pode sair daqui.

- por quê não? - ele não fechou as asas, como se dependesse do que eu falasse ele voaria mesmo assim.

- olha, esse mundo tem tecnologia avançada, com a raça humana no topo da cadeia alimentar. A única coisa mais sobrenatural aqui é o mundo espiritual, mas poucas pessoas sabem o acessar, e o resto do mundo passam ingenuamente achando que isso não existe e achando que somente existe esse plano físico. Se você tentar sair daqui, e for capturado por autoridades, o mundo todo te verá como inimigo, ou besta maligna.

Cassian abriu a boca para discutir algo mas não permiti.

- E teu pior fim é eles conseguirem te pegar, então você passará o resto da sua eternidade sendo aberto e eles vendo o que suas entranhas possuem. Se eles não te pegarem, você viverá como um fugitivo. Eles tem medo do que é estranho e não pode ser controlado.

- então o que eu faço pequena humana? - ele suspirou fechando as asas e caindo sentado na cama.

- para a sua sorte, eu sou uma das pessoas com conhecimento sobre o outro lado, e posso achar alguma magia antiga que te mande de volta. Se você tiver sorte, meses aqui será apenas dias lá.

- isso é possível?  - ele me encarou surpreso.

- como eu falei, se você tiver sorte. - eu ri.

- ei pequena humana, você ainda não me falou seu nome.

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A mulher arregalou os olhos surpresa e riu.

- eu sou Tamara, mas pode me chamar de Tamar.

Cassian não era cego, então aproveitou para observar um pouco a mulher diante de si.

Cabelo preto liso, tão escuro que parecia azul, olhos num tom claro, como o céu em uma tarde sem nuvens. E seu rosto, tinha várias pequenas sardas espalhadas pelas bochechas. E sendo equilibrado pelo nariz, uma ferramenta estranha com lentes em cada um de seus olhos.

- algum problema? - ele sorriu a encarando, vendo ela o olhar com uma sombracelha arqueada. - eu não mordo, ah, a não ser que você queira. - ele falou com um tom rouco.

Tamar até tentou mas suas bochechas avermelharam.

- tente seu cachorrinho. - mesmo com as bochechas rosadas ela sorriu em desafio. Apontando o dedo na cara dele.

Ele riu se levantando.

- aliás tem alguma roupa para mim? - ele sorriu, afinal estava usando somente a calça de couro.

- você usa vestido? - Tamar o olhou com diversão.

- bem, se for do meu tamanho posso pensar.

Ela gargalhou.

- céus, vamos para a minha casa.

- e eu achando que você morava nesse belo celeiro.

- muuuuu.- a vaca amarrada ali perto mugiu em resposta.

- a Karin não concorda. - Tamar zombou.

- Sua vaca se chama Karin? - foi a vez dele gargalhar desacreditado.

Tamar sinalizou para ele a seguir, ela ainda tinha um sorriso divertido brincando em seus lábios.

Eles circularam no celeiro até um barraco de madeira bem construido.

- mora nessa cabana minúscula??

- nãoo, esse é um chuveiro. - ela riu quando ouviu ele suspirar aliviado. - você precisa de um banho. - os dois entraram no lugar, que era grande o suficiente para Cassian permanecer de pé e ainda rebolar até o chão tranquilamente sem bater suas asas na parede.

- esse é teu jeito educado de falar que eu tô fedendo? - ele torceu o nariz.

- sim. - ela sorriu brilhantemente fazendo ele a olhar com cara de ofendido.

Tamar abriu uma caixa de plástico e de dentro retirou uma esponja natural e um sabão.

- eu peguei essa esponja esses dias, não foi usada ainda. Você só gira isso aqui com delicadeza que a água vai sair do chuveiro. - ela apontou para a "maçaneta " - E isso é um sabão, qualquer dúvida.

- eu sei o que é um sabão.

Ela deu de ombros dando uma risadinha.

- eu vou tentar achar alguma roupa masculina que caiba em você, ou algo que te cubra por um tempo até eu te fazer uma roupa. Eu vou deixá-las do lado de fora, eu bato na porta para te avisar.

- fazer?

- eu sei costurar, e tenho uns tecidos lá em casa desejosos para que eu use minhas mãos de fadinha.

- certo certo. - Cassian concordou rindo vendo ela sair dali fechando a porta atrás de si.

Ele se viu sozinho, ele seguiu as instruções dela e abriu aquele negócio estranho, surpreso quando a água começou a cair.

Ele estava em um mundo diferente. Em uma semana ele deveria ir com seus irmãos e Feyre, para conhecer as irmãs dela. E agora ele tinha que aguardar que aquela mulher soubesse uma forma de mandá-lo de volta.
Mas ele não sentia que ela era alguém ruim.

E por isso depositou suas esperanças na bela fêmea com cheiro de tangerina.

De todas as humanas que ele já conheceu, ela definitivamente era uma das mais belas.