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Tamar não esperava em mais um dia normal de sua vida, sentir aqueles olhos estranhos a seguindo.

A princípio achou que poderia ser espíritos. Depois temeu que fosse algo mais perigoso. E por fim sentiu a névoa circular seu corpo.

Ela lançou um feitiço em sua casa, quando percebeu que não poderia lutar contra aquilo. Em segundos ela passou de respirar ar, para quase se afogar em água, água escura.

Ela sentiu poder roronar na presença dela. E tudo começou a girar, quando enfim ela conseguiu respirar.

- ora ora, então algo precioso fora daquela cidade seria essa humana? - uma voz fria soou com divertimento.

Tamar redirecionou seus olhos até o homem que estava sentado em um trono, feito de ossos humanos.... Merda, Hybern. Quando Cassian foi embora, ela acabou se deixando levar pelo desejo de ler a série de livros novamente, então desta vez tudo estava fresco em sua mente.

- você deve estar confusa, pequena coisinha. Então vou te explicar, eu pedi para o caldeirão me trazer algo precioso do pequeno círculo de amizade do grão senhor da corte
Noturna. E aqui está você. - ele riu.

Sua corte riu, não eram muitos naquele salão, mas o suficiente para Tamar não ousar baixar sua guarda.

- Dagdan, vejam os segredos que a mente humana dessa mulher escondem. - ele ordenou e o príncipe se afastou da multidão seus olhos sem emoções brilharam com maldade, enquanto observava completamente Tamar.

Daemeti.

O principe se pôs diante dela, e tentou, achando que seria fácil, não esperando uma muralha, como se enormes árvores tivessem juntadas sem deixar brecha alguma. Vendo que o jeito tradicional não iria funcionar, ele tentou pegar ela pelo pescoço, disposto a tentar assusta-lá, para que a muralha caísse.

-Eralov. - (voe) com toda a autoridade que era capaz de possuir, Tamar falou e o príncipe foi lançado para trás brutalmente. Fazendo todos naquela corte se calarem. Mesmo que sua mente fosse bem protegida, não tinha como ela lutar por muito tempo contra um daemeti de mais de mil anos.

O rei sentiu uma animação como a muito tempo não tinha.

- uma bruxa, humana ainda. - ele abriu seu sorriso branco, sedutor e assustador. - guardas a segurem. - ele ordenou curioso com o que ela mostraria, mas Tamar sabia que não tinha como ganhar, então se deixou ter seus braços agarrados. - nada? - ele ousou deixar seu tom decepcionado.

Ele se levantou de seu trono e caminhou até ela. Quando chegou a pegou pelo queixo como se inspecionasse um objeto de valor. A presença dele era ameaçadora.

- não é de se jogar fora. - ele a olhou nos olhos e Tamar se negou a desviar. Seu peito subia e descia lentamente, com cuidado para não demonstrar muito. - quantas eras não vemos um ser como você? - ele a olhou ambicioso. - agora faz sentido você ser importante para alguém daquela corte. Você participará do show amanhã. Me diga... Como se chama?

- Amará. - Tamar se forçou a dizer quando os guardas apertaram seus braços mais agressivamente.

- Amará. Suponho que o calabouço não seja a sua altura.... Levem ela para uma dos quartos e tranquem com magia. - ele ordenou para os machos que imediatamente começaram a puxar.

- você sabe o meu. - Tamar falou. - mas eu não sei qual é seu nome.

O rei riu, voltando a se sentar no trono.

- Hybern.

[...]

Ela foi jogada em um dos enormes quartos, e trancada.

Uma cama espaçosa, uma penteadeira, e um enorme guarda roupa.

Tamar vestia uma blusa de manga comprida marrom clara, e uma calça jeans escura, suas botas eram de couro. E por baixo da manga de sua blusa ela escondia seu facão. Sua mão discretamente equilibrando o cabo.

A porta foi aberta rapidamente e uma bandeja de comida entregue.

- só sairá amanhã, essa é sua última refeição. - a voz falou e saiu dali imediatamente.

Tamar olhou a comida requintada, e imediatamente rejeitou. Ela não comeria e nem beberia nada.

Descobriu um banheiro naquele quarto, e o usou para sumir com metade da refeição.

Ela se deitou de bruços na cama e com concentração deixou sua magia fluir. Ali não tinha nenhuma fonte saudável que Tamar poderia usar, então ela iria enfraquecer rapidamente. Cada magia precisava ser cuidadosamente usada, e agora ela estava dando o passo 2.
Ela sussurrou palavras estranhas.

Quando se levantou olhos azuis a encaravam. Ela havia criado um clone de si mesma. E se dirigiu até o guarda roupa.

- deite, e durma. E se achar necessário grite. - foi as únicas ordens que ela deixou para sua cópia enquanto abria a porta do guarda roupa e adentrava. Ela escolheu um lugar bom onde poderia abrir uma fresta do guarda roupa e observar todo o quarto, e fechou.

Ela apagou sua presença com toda sua concentração, e quando escutou a porta do quarto se abrindo seu coração acelerou.

- que coisinha interessante, não é mesmo irmão? - a voz seria doce se não tivesse tanta falta de emoções. Tamar imaginou quem seria.

- sim, se fosse somente humana poderíamos brincar e matá-la. - a voz de Dagdan soou quase carinhosa para a irmã.

- mas todos fomos proibidos de matá-la. - a voz da princesa soou decepcionada.

- mas ninguém nos proibiu de brincar. - o tom maldoso fez Tamar agradecer por ter gastado boa parte de sua magia com aquele clone. Por que a cena que aconteceu por horas até o amanhecer já a fez estremecer.

Ver o que eles faziam com aquele clone, a fez se sentir indefesa, e mesmo que negasse até um pouco temerosa. Mesmo suando pelo cansaço ela manteve a concentração de seu feitiço, tanto no clone quanto na sua presença apagada.

Dagdan e Brannagh se divertiram em se deitar com aquele clone e o machucar de formas que nem mesmo Tamar seria capaz de pensar. Eles eram criativos, isso ela jamais negaria.

Quando o sol ameaçou nascer ambos se levantaram suados e quase satisfeitos. O clone, a mando de Tamar, tinha olhos opacos, e tremia, como se não fosse capaz de se mexer.

- será que nós a desgastamos muito? - Brannagh tinha uma satisfação mórbida.

- talvez ela terá que se arrastar até o salão do trono... - ele sorriu maldoso.

E com rapidez os dois sumiram.

Tamar suspirou alto, cansada.
Ela saiu do seu esconderijo e cancelou o segundo feitiço e andou até seu clone.

- eles acabaram com as roupas. - ela respirou fundo, vendo os pedaços de tecido espalhados pelo quarto. E enfim cancelou o clone que se desintegrou sumindo.

Ela andou até o banheiro e jogou água em seu rosto.

Se ela estivesse certa, aquele seria o momento de feyre e sua turma aparecer. Cassian... Pensar nele fez tudo que ela teve que passar se tornar nada.
Ela havia sido levada contra a sua vontade, aquele mundo não poderia mais atentar contra sua vida.

A porta do quarto foi aberta com violência e dois guardas féricos apareceram.

- humana, vamos. - falaram grosseiramente. Tamar saiu do banheiro após secar seu rosto.

Os guardas com cuidado a seguraram e a levaram.

Era uma porta entre ela e ele.

Corte De Asas E Magia [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora