Fuego y Pasión - Camren

08. Consuelo.

voltei!! batemos 11k e eu estou tão feliz e agradecida por todo o retorno para essa história que tem um lugar muito importante no meu coração.

obrigada a todos pelos votos e comentários, vocês são tudo pra mim!! Arrasem nesse, acredito na capacidade de vocês. 🫶🏻🫶🏻

❤️‍🔥

Lauren, Miami - Flórida.

As notícias ruins têm uma maneira peculiar de chegar até nós. Muito peculiar. Elas aparecem sem avisar, batendo à nossa porta quando menos esperamos. É como se o universo quisesse nos lembrar de que a vida é frágil, imprevisível, contestável, e que a estabilidade que pensamos ter é apenas uma ilusão.

Uma fodida ilusão.

Receber uma notícia ruim é como ter o chão arrancado sob nossos pés. O coração acelera, a mente corre, tentando processar o incompreensível. Nos perguntamos 'Por quê?' e 'O que vem agora?', mas as respostas nem sempre estão disponíveis. E eu odiava não possuir respostas, mesmo sabendo que não merecia nenhuma delas, nenhuma satisfação da vida, do destino, da razão.

Em cima de uma balança, estaria eu tornando-me tão similar ao meu próprio pai? Tenho minhas certezas de que sim, e talvez, na realidade, eu possa ser um pouco pior, um pouco mais imperdoável, traidora. Sinceramente, não me orgulho disso, não me orgulho nenhum pouco disso, mas ao mesmo tempo sinto-me incapaz de parar, de estabelecer um fim, um basta definitivo.

Estava envolvida demais naquela lascívia irresistível.

Incapaz de voltar atrás e questionar minha própria conduta antes de querer apontar o dedo acusador no rosto de meu progenitor, gritando o quanto aquilo era moralmente condenável, odioso, quando eu, com toda minha profunda hipocrisia, encontrava-se fadada ao meu intenso desejo. A minha ruína.

Eu pensava sobre até onde minhas ações me levariam e quais danos elas causariam. Lágrimas? Sem dúvida alguma. Relações arruinadas? Com toda certeza. No entanto, lamentavelmente, não conseguia voltar atrás, não possuía forças, e fui dolorosamente covarde por não conseguir conter meu chamado ao ver Camila parada diante da minha cama no meio da escuridão daquela madrugada. Limites? Desconheço seu significado. Eu não conseguia mais parar, estava sendo dominada por impulsos que escapavam da minha racionalidade, do meu controle, do meu senso de moralidade. Eu a desejava, e igualmente, ansiava pelo arrependimento de querê-la tanto.

Mas não sentia-me capaz.

Minha ruína estava traçada.

E Camila seria meu principal motivo, além de mim e minhas próprias decisões.

Por alguns minutos, me questionei silenciosamente se estava sonhando ou se aquela era verdadeiramente a imagem de Camila de costas, parada próxima à porta, enquanto parecia travar uma batalha interna consigo mesma e com os desejos que eu conhecia tão intimamente. Não podia ser um devaneio, um sonho, tendo em vista que eu sequer estava adormecida. A mente, repleta de pensamentos inquietos, não me permitia descansar, não me deixava desligar. Aquela visão era, inegavelmente, real.

— Eu... Estava de saída — Ouvi sua voz ser proferida após alguns segundos em silêncio, e novamente ela voltou a caminhar em direção à porta, enquanto eu apenas soltava um suspiro pesado, intrigada por sua presença, mas desejando como nunca antes que ela permanecesse, pelo menos naquela noite.

— Por que veio até aqui, Camila? — Perguntei novamente, observando seus passos cessarem abruptamente. Ela não podia simplesmente aparecer naquele quarto no meio da noite e esperar que eu não questionasse o motivo de sua presença. E, diferente de todas as outras vezes, naquele momento algo parecia estar fora do lugar. Pela primeira vez, eu não conseguia decifrar seu jogo, suas intenções.