Há procura de trabalho, juntas-te a uma organização que persegue o sobrenatural. És testada por um trabalho e colegas estranhos. Este lugar maravilhoso, no entanto, não precisa de crentes.
Readaptado "jogo"
Em criança, Nicole absorveu, entre outras coisas, a crença na imortalidade da alma. A sua mãe dizia muitas vezes que se a filha acreditasse sincera e zelosamente, nunca estaria sozinha. Na maior parte das vezes, estas palavras eram assustadoras. Faziam Nicole pensar na inevitabilidade da morte. Mas, de certa forma, também traziam conforto. Ela sabia que nunca estaria sozinha, independentemente do que acontecesse. O veneno em copos de plástico e as balas perdidas tornaram-se os melhores professores que alguma vez existiram dentro das paredes daquela pequena igreja. Eles explicaram claramente: a morte era apenas morte e nada mais. Mas, mesmo assim, ao renunciar à sua fé, Nicole sentiu no fundo do seu coração que a sua libertação se fez à custa de roubar à sua mãe a hipótese de ressurreição.
"Tinhas medo de não voltar a ouvir a sua voz... Então porque agora tens tanto medo...?"
A voz da sua mãe ecoava incessantemente na sua mente como um disco riscado. Os seus olhos cheios de lágrimas pareciam agora tremeluzir em cada sombra. Cada brisa trazia o toque suave das mãos da sua mãe. Mas o que evocavam já não era uma paz tranquila, mas um horror arrepiante. Por muito que Nicole desejasse ter a sua mãe de volta, agora daria tudo no Mundo para recuperar a sua solidão.
"Não precisas da sombra dela... Tens de te recompor e perceber o que te está a acontecer... Há coisas no mundo que não consegues explicar... Mas uma coisa é certa, estás de mente sã. E o quer que tenha acontecido lá dentro não foi uma alucinação. És perfeitamente saudável."
O pensamento tranquilizador não te trouxe qualquer conforto.
"Mas então o que ouviste...?"
Um pensamento ridículo passou-te pela cabeça: a ideia de vida após a morte. A possibilidade de a tua mãe estar algures por aí, de o seu corpo mortal não estar a decompor-se num caixão. Que ainda havia um lugar neste mundo onde a mãe dela estava viva. De uma forma diferente, talvez, mas viva. Essa esperança tola foi interrompida por uma constatação que a fez suar frio:
"Mas que sítio é este?"
Os gritos, gemidos e pedidos de ajuda de Marcus ecoavam na tua cabeça.
"É melhor não pensar nisso"
A viagem para casa foi um borrão. Logo após o telefonema, Mikael disse-lhes para fazerem as malas. Atónita, a Nicole nem sequer conseguiu dizer uma palavra. Ficou com a impressão de que todos sabiam o que tinha acontecido, mas ninguém queria falar sobre isso.
"Ainda bem que não estás sozinha neste momento"
Enquanto Felonia preparava o chá, Nicole descobriu que não conseguia escapar ao olhar atento de Mikael.
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"É como se ele estivesse a tentar ler a tua mente"
Felonia - Se quiseres, posso ficar contigo esta noite.
"Ela está a ser muito compreensiva, apesar de não lhes teres dito uma palavra. Está escrito na tua cara?"
Nicole e abanou a cabeça e pegou na chávena. Tentou aquecer as mãos geladas para que Mikael não a visse tremer.