Uma esperança falha
Um romance em migalhas
Um reencontro abala,
Uma relação recém-montada
A confiança instável,
Se torna algo inegável
No coração daquele
Que um dia confiara
No seu próprio coração
-Sim? Pelo que você esperava exatamente?- o alfa o encarou brevemente confuso.
-Mas, eu sou homem, Lg.- o ruivo exclamou,claramente Apuh nunca tiveram problema em usar algo do tipo, mas aquilo parecia absurdo aos ouvidos do menor.
-E isso importa? Pode ser homem, mas continua inferior a mim, além de ser meu ômega.- o moreno proferiu.
O ruivo não saberia dizer o quão constrangido pode se sentir ao compreender o que o rei dizia.
Ele era seu.
Aquele era seu destino.
Ao lado de um rei alfa que poderia ser bem mais do aparentava , mas ainda assim inumanamente bonito.
A luxúria em pessoa.
Ao perceber o rumo de seus pensamentos, o ruivo rapidamente sacudiu a cabeça para tentar afastar tais ideias. Sem reparar no número de vezes que o moreno já o chamara:
-Apuh!-O moreno exclamou, fazendo o ruivo se sobressaltar- está sequer me ouvindo, estou tentando falar com você há décadas.- o alfa esbravejou, ainda demonstrando um pouco de seu humor bipolar costumeiro.
-S-sinto muito senhor, estive pensando demais, poderia repetir, por favor?- o ruivo claramente preferira ignorar as mudanças de humor do outro, optando por dizer cada palavra calmamente.
-Hum- o moreno bufou- estava lhe perguntando que dia seria melhor para realizar a cerimônia.
-C-cerimônia!?
- Deus, você realmente não presta atenção em nada não é? Estou falando do casamento.- Lg puxou o ar pesadamente- Por que eu ainda pergunto, você não tem escolha mesmo.
O ruivo franziu levemente a testa mas logo desfez a expressão e apenas respirou fundo.
- Será que eu poderia ao menos pedir algo?
-Claro docinho, suponho que não devo lhe privar de algumas vontades- o alfa abriu um sorriso.
-Por favor, não me faça usar um vestido, Lg.- o ruivo pediu em tom suplicante
-Oh, por que docinho? Não gosta de vestidos?
-Nã-Não é isso...- o ruivo hesitou ao responder.
- Então?
-Acho que me sentiria desconfortável em usar um nesta situação.- o moreno o encarou e, por um momento o ômega pensou ter visto um breve sorriso singelo se abrir em seu rosto.
- Tudo bem então, o que pretende usar?
-Hum, algo vermelho?- o ruivo sugeriu.
-Bem subjetivo, não acha?- o moreno encarou- mas se é o que deseja podemos ir até o alfaiate do vilarejo e pedir para que costurem algo para você.- naquele momento, um sorriso singelo se formou no rosto do ruivo e aquelas fora uma das poucas vezes em que o menor se sentiu alegre na presença do rei de Lichenya.
Naquela mesma noite, após o término de tal jantar, Apuh certamente não conseguiria dizer que sentia-se alegre mas uma pequena centelha de esperança faiscou em seu coração.
Uma esperança falha, que logo o esmagaria impetuosamente.
Mas, ainda assim ao que o ruivo olhava pela janela do cômodo ainda estranho para si e não via a floresta de que tanto gostava se sentia triste, culpado.
Em poucos dias, ele se sujaria com sangue da própria família.
E, aquilo era imperdoável.
Após alguns minutos, Apuh se afastou da janela, indo em direção à cama. Porém, ao se deitar, aquela pequena centelha logo se tornará lágrimas.
Um turbilhão delas.
Na manhã seguinte, ao acordar, o ruivo ligeiramente se levantou e arrumou a cama em que dormirá na noite passada. Mas, ele não sabia o que faria em seguida, então apenas se sentou novamente no colchão macio, subindo seu olhar até o teto.
Tão diferente de seu palácio.
Tão diferente de sua vida.
Mas, seus devaneios não permaneceram muito ao que Ayu bateu em sua porta delicadamente para lhe entregar algumas coisas e lhe dirigir até a grande suíte, que o ruivo nem sabia "possuir". Certamente, o desconforto lhe atingia impiedosamente ao que precisou adentrar e usar o cômodo imenso que alegavam ser seu para sua rotina matinal, mas de qualquer forma pensar aquilo era inútil.
Então, ele se arrumo o mais rápido possível saindo em seguida:
-O café já está pronto Apuh, o rei lhe espera.- a mulher disse calmamente.
-Bom...Me acompanha?- o ruivo perguntava enquanto a loira assentia levemente.
Assim, ambos seguiram para o salão, e novamente Apuh pode se deparar com aquele olhar intenso dos olhos penetrantes e vibrantes rosados de Lg.
Sem esperar por convites o ruivo se sentou em uma cadeira qualquer como no dia anterior, e assim se seguira o café, hostilmente silencioso, até que alguém pode romper o tal silêncio:
-Peça para que Ayu lhe arranje roupas...- o moreno ordenou- iremos ao alfaiate em duas horas.
Depois disso, o alfa não se atreveu a pronunciar e muito menos o ruivo que temia por qualquer ruído que deixasse sua própria boca. Mas, certamente aquilo acendera novamente a centelha de alegria que residia silenciosa em seu coração.
As duas horas seguintes foram tranquilas e ao menos que o ômega percebera, ambos já se encontravam em frente à uma pequena loja de um senhor de cabelos já grisalhos pela idade e olhos verdes enrugados pelo tempo, mas mesmo assim muito simpático, algo que Apuh não esperava de um reino como aquele.
Ligeiramente, ambos adentraram a loja do velho senhor, que apesar de pequena era incrivelmente organizada, com tecidos e agulhas todas enfileiradas em estantes de cascalho escuro.
Por alguns minutos, Apuh e Lg puderam apreciar algo longe da rivalidade, ao sentar-se em poltronas e discutir o catálogo que agregaria na fabricação da roupa do rei mais novo.
Mas, não fora uma decisão tão difícil para o ruivo ao que o mesmo pode recair o olhar sobre um corpete vermelho em tom rubro que fazia par com uma calça de couro justa em tons de bronze, e naquele momento ele não quis mais nada.
E, aquilo fez o alfa abrir um sorriso satisfeito, ao ver o desafio que seria ter de ver o menor em tal traje sem querer prendê-lo consigo.
Decidido, o dono do pequeno estabelecimento logo tirou as medidas do garoto, que ao acabar deu pulinhos alegres. Em seguida, ambos se retiraram da loja apertada, e começaram a caminhar pelo vilarejo calmamente e até mesmo puderam conversar gentilmente como nunca feito antes e, por um momento o ruivo se sentira completamente confortável na presença do outro, mas como tudo alegre em sua vida, aquilo não duraria muito.
Os sorrisos que o casal trocavam se foram.
E a felicidade do rei mais novo foi vencida pela fúria.-T-Tuguim?- ao longe, o ruivo viu o amigo encará-lo furiosamente.
Continua.......
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Bound to Fall in Love
RomanceUm lindo príncipe ômega ruivo, sonho de qualquer alfa, herdeiro do trono do reino de Ameritya, conhecido por sua amabilidade e felicidade constante, porém que travava uma guerra de anos com o famoso reino de Lichenya, conhecido por sua brutalidade p...