Capítulo II

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"Corações palpitam,

Enquanto visões se inebriam

Um mero encontro,

que causara um estrondo:

-Querida Lua, qual a minha culpa?

Ela o responde:

-Está escrito nas estrelas,

que o amor e a dor,

logo se unirão"

       Aquele olhar, que exalava superioridade sobre qualquer um que cruzasse seu caminho, o suficiente para que as forças das pernas e coragem de Apuh se esvaíssem em pouco menos de um sequer instante, enquanto os olhares se encontravam pela primeira de muitas vezes, mas diferente de tudo que o príncipe já tivera, aquele olhar era capaz de lhe lançar medo, fazendo com que nem sequer respirasse de forma adequada, o ruivo deixara a cesta que segurava cair.

       E, por longos minutos, eles pereceram de tal forma, com os olhares fixos um no outro.

       Apuh era estranhamente atordoado pela sensação de que, já houvera conhecido o outro há muito tempo atrás. Mas uma forte rachada de vento, o tirou de seus pensamentos, com tempo suficiente para perceber que o moreno tentava uma aproximação de si em passos lentos e desajeitados, apuh ligeiramente começou a recuar, porém insistindo em permanecer ali.

Com ele.

       Em certo momento, o príncipe sentiu as costas colidirem contra o tronco de uma grande árvore, e antes que pudesse se afastar o suficiente ara continuar recuando, o maior prendeu as mãos do ruivo acima de sua cabeça, e apesar do corpo não lhe obedecer estremecendo de maneira exageradamente preocupante, ele não sentia medo da proximidade entre ambos, e aquilo estava o enlouquecendo por dentro. Porém, nada importava pois em breve ele viraria carne de alfa.

Em um momento.

       Mas um, dois, três minutos se passaram e a única coisa que Apuh sentira foi o hálito quente do moreno esbarrar quente nas breves curvas de seu pescoço e, então ele recuou retraindo-se para longe do ômega, e o menor agradecera mentalmente por isso, mas por um momento ele apenas desejaria que o alfa continuasse ali e continuasse por esbarrar o ar quente que provinha de sua respiração profunda.
E, assim como o encontrara, o moreno se foi, tão rapidamente quanto um piscar de olhos do ruivo.

              E, Apuh porém, se recusava a voltar o foco para o objetivo que o levara até ali, a situação o deixara tão atordoado, qe apenas o fez apertar o punho fortemente ao redor do cabo da cesta que ele levou para as flores e acidentalmente deixara cair ao encontrar o homem misterioso, se virou suspirando pesadamente e começou a voltar com passos firmes de onde viera.

       Em pouco mais de 1 hora o ruivo se encontrava novamente em frente aos portões, ao qual tanto se gabara pouco tempo atrás por poder sair, abrindo um leve sorriso tristonho, ele adentrou o palácio, avistando poucos metros à frente, a mãe sentava confortavelmente em uma poltrona lendo um livro em frente à lareira da sala e, ao avistá-lo rapidamente o convidando-o para sentar-se consigo, e com um leve acenar de cabeça o príncipe se aproximou e sentou-se em outra poltrona em frente à mulher, que o encarou, curiosa:

- Meu amor, por quê voltou tão cedo?- a mulher perguntou.

- Não tive tempo de achar as flores- o ruivo mentiu- me senti mal logo ao chegar, então esperei uns minutos e voltei- novamente, o garoto mentiu, e apesar de não gostar de fazer isso à mãe e sua mente o reprovava pelo ato mas, ele achou melhor não citar a situação, a qual se submeteu anteriormente.

       Oh, sinto muito querido- a mãe lhe olhava atenciosamente- mas, tenho certeza de que achara elas amanhã e elas serão as mais belas do reino- a mãe terminou, lhe dirigindo um sorriso fazendo com que ele a retribuísse alegremente.

-Aposto que sim, mas acho que agora vou para o meu quarto e descansar um pouco.- a mãe concordou com a cabeça enquanto ele se levantou e seguia para o próprio quarto de forma lenta e metódica.

       Ao adentrar o mesmo, ele fez como de costume, pegou aquele velho caderno de capa surrada, uma pena, e sentou-se sobre a travessa de sua janela alternando o olhar entre o pôr-do-sol que agora envolvia o reino, a ida do sol e a chegada elegante da lua.
Ah, a lua. Como Apuh a admirava, poderia ser capaz de fazer isso até em sua morte.

E, ali ele permaneceu até tarde a noite, enquanto todos já deveriam dormir, o jovem garoto fechava os olho e pensava em tudo que acontecera naquele dia, mas logo a sensação de cansaço o invadira, ele se levantou e deitou-se na cama, caindo rapidamente no sono.

       Por mais que não soubesse o motivo, ele ansiava por vê-lo novamente, e sentir aquele tremor e fraqueza que o invadira no dia anterior. Então, de maneira rápida ele se levantou, arrumou a cama, foi até o banheiro para escovar os dentes, e colocou uma roupa apropriada e confortável para o resto do dia, saindo quarto e indo até o salão.

       Ao adentrar o cômodo, o menor logo avistara os pais sentados m frente à grande mesa, repleta de diversos alimentos. Mas, a ansiedade que tomava seu corpo dificilmente deu lugar a algo em seu estômago, o fazendo comer apenas algumas torradas com geleia de qualquer recheio alternativo, enquanto a m~e apenas o encarava feliz por perceber o entusiasmo que tomava o filho:

-Minha nossa filho, para que tanta pressa?- a mãe perguntou, enquanto observava o príncipe devorar tudo rapidamente.

-Quero sair cedo para conseguir pegar as flores, mamãe- o ruivo a respondeu com um sorriso nos lábios, a mãe porém, não o julgou apenas retribuindo-o com um riso gentil.

       Logo, o ruivo se aproximou da mais velha, e se despediu da mesma com um beijo na bochecha, repetindo a ação para com o pai, e saindo saltitante do lugar.

       Ao sair, o ruivo não conteve a felicidade, extasiado deu breves pulinhos de excitação e breves soquinhos no ar de forma alegre, e respirou com gosto o ar puro que o circulava ao lado de fora do castelo.

        A cada passo passo que faziam Apuh se aproximar da floresta, ele sentia a ansiedade aumentar, mas qual a motivação de tudo aquilo? ele não sabia dizer, mas ansiava por se livrar logo de tal sensação, pois ele o deixava exaustivamente atordoado.

       E lá, estava ele novamente, no mesmo ponto do dia anterior e então ele pode perceber que.... aquilo era um absurdo, e o quão improvável seria ele encontrá-lo ali novamente e certamente assim foi, o alfa não estava ali, mas em compensação com relação à breve sensação de desapontamento trivial, o ruivo encontrou muitas das flores necessárias para a comemoração.
Algo que, por um breve momento ele havia esquecido.

       Mas, dentre um turbilhão de sentimentos, havia uma faísca de alívio percorrendo o corpo do príncipe, por não encontrar o moreno ali.

       O ruivo rapidamente afastou aqueles pensamentos e, pegou as flores que precisava para a festa, cerca de mais de cem flores que alternavam entre douradas e vermelhas, o suficiente para não voltar ali novamente, começando a voltar para o palácio.
De alguma forma, Apuh não lembrava de muitas coisas após a sua ida à floresta.

E, então a véspera de sua coroação chegou, e os movimentos corriqueiros por entre os corredores do catelo não se cessavam por um sequer instante, arrumadeiras organizando toalhas, cortinas e as flores formadas em buquês com tons avermelhados e dourados por todos os lugares, cozinheiros pedindo opiniões ao ruivo sobre o buffet, e a segurnça sendo redobrada, fazendo com que, o ruivo fosse constantemente acompanhada por dois ou mais guardas durante todo o dia, mas mal sabia ele que, essas leves incômodos seriam substituídos por algo muito pior


Continua.......






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