07.

266 31 11
                                    

heloísa

— Quero carinho. – Léo diz se jogando no sofá.

— Tô ocupada. – digo olhando concentrada o notebook em meu colo enquanto testo várias combinações de cores para um quarto de bebê.

— Quero carinho. – Léo diz novamente, fechado o notebook e colocando de lado antes de deitar a cabeça nas minhas pernas e sorrir vitorioso.

— Um homem desse tamanho carente assim. – digo provocando. — Você precisa de uma namorada. Urgente.

— Não estou penando nisso nesse momento.

— Mas aí você fica carente desse jeito e sobra pra mim. – me defendo, ele ri.

— É tão ruim assim passar um tempo com o seu mãmão?

— Não. Ruim é eu não ter puxado os olhos verdes da mamãe. – digo a ele.

— Mas veio com dois olhinhos de jabuticaba. – ele me olha. — E muito mais bonita que eu.

— Isso é verdade. – sorrio. — Bem verdade. — falo convencida e ele revira os olhos.

— Não começa tá. — fecha os olhos, suspirando, e eu dou atenção. — Sei lá, parece que minha vida virou de cabeça pra baixo tão rápido.

— Não é só a sua meu irmão. – sorrio para ele.

— Quer falar sobre isso? – meu irmão me olha compreensivo. — Você sabe que pode falar sobre tudo comigo.

Sorrio.

— Tá se envolvendo com algum professor? – suas sobrancelhas se estreitam.

— Credo, Leonardo. Claro que não. – dou risada com a ideia maluca do meu irmão.

— Eu não julgaria. – ele me diz.

— Eu sei. — Sorrio, mas me sinto travada para falar que eu tô pegando o amigo dele. Me sinto tão mal por não abrir isso pra ele.

Eu sou uma péssima irmã.

— Mas não é isso. — Dou de ombros. — É complicado mas não é nada demais, então...

— Tudo bem, mas se quiser, tô aqui, a qualquer hora Isa. — Beija a minha mão. — Você é a minha menininha.

Engulo em seco, sorrindo fraco.

— Te amo.

— Não vai dar uma festa enquanto eu estiver fora, né? – ele ri.

— Não. – nego. — Vou chamar a Ingrid pra vir aqui, aproveitar que não vai ter chance alguma de aparecer um jogador enquanto você estiver fora.

— Falando em jogador, chileno ficou bravo porque foi cortado. – o encaro atentamente.

— Sério? — Seguro a surpresa, disfarçando a preocupação.

— Sim, parece que tá uma lesão leve, mas tem que tratar, então o Tite cortou pra não piorar a situação. — Balanço a cabeça, entendendo.

Ele deve estar péssimo.

Sei o quanto ele ama jogar.

E ficar de fora assim deve ser chato né.

Ainda mais que é a profissão dele. A vida dele.

— Bom. Deu minha hora. – Léo diz assim que o relógio bate as 18h. — Deixei um dos cartões em cima da ilha da cozinha, pede o que quiser, comida, doce, pode pedir o uber pra sua amiga também se ela quiser. E me ligue se precisar de qualquer coisa.

Older. | Erick PulgarOnde histórias criam vida. Descubra agora