13.

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As semanas passaram com velocidade, era estranha a sensação de conhecê-la a menos de um ano e já sentir como se ela sempre estivesse estado ao meu lado. A forma como seu corpo encaixa perfeitamente no meu e a alma parece se fundir a minha como se fossem uma só.

— O que achou?! – ela alisa a roupa xádrez de festa junina e eu sorrio.

— Linda. – me acomodo na cadeira e levo os braços atrás da cabeça, ela sorri. — Você é sempre linda.

— Você fica muito atraente sentado assim. – ela me diz sorridente.

— Assim?! – ela concorda, eu sorrio. — Vou ficar assim da próxima vez que dormir aqui. Quem sabe eu consigo uns beijinhos né?

— Acho que até mais. – ela sorri bem maliciosa e eu suspiro.

— Que horas seu irmão chega?

— Não sei. No último encontro ele chegou tarde.

— Porque?

— Sei lá. Você acha que eu tive coragem de perguntar? – ela ri divertidamente e eu faço o mesmo.

A campainha toca dentro da casa dela.

— Ingrid chegou. Vou maquiar ela e nós vamos sair daqui, te aviso quando chegar lá.

— Tá bom amor. Se cuidem, hum?

— Pode deixar lindo. Te amo, tá?

E então ela desliga o telefone.

E meu coração disparar a milhão.

Ela me ama.

Ela me ama.

Meu Deus.

Ela me ama também.

Deixei ela no momento de meninas e retornei minha atenção às minhas partidas.

Decidi ir ao banho quando todos os meus amigos saíram do jogo.

Sai do banho e puxei o celular pra mim, me jogando na cama com a toalha enrolada na cintura. A última mensagem que eu enviei havia sido apenas visualizada, sem resposta.

E eu não posso negar, não gostei muito.

Mas é algo que eu tenho que deixar passar. Ela tem os estudos, tem o irmão, tem os amigos da faculdade.

E eu só tenho o futebol, vídeo-game e ela.

Ela é mais jovem e tem tanta coisa pra viver ainda.

Confesso que isso me assusta, e muito.

Talvez nossa diferença de idade possa ser algum empecilho no futuro, não agora, porque o que eu já estou envolvido, é brincadeira.

E olha que eu nunca fui de me envolver com meninas mais novas, nunca fui do tipo paciente pra aturar birra, mas, ela não era assim.

Ela tinha uma personalidade cativante, tão independente, tão madura, ao mesmo tempo que carregava a doçura no olhar de uma menina linda de sorriso doce e olhos meigos.

Me pego relendo mensagens e sorrindo.

E eu ainda o pensei que seria só uns beijinhos.

Erick.
Acabei de sair do banho.

A situação toda é caótica e desconfortável pra mim. Minha idade não me permite tratar tudo isso que está acontecendo como uma brincadeira, mas em contrapartida, tenho que ter a respeito sobre o tempo dela e me lembrar sempre que nossos tempos não são iguais e que o medo dela contar pro irmão sobre nós tem que ser respeitado.

Older. | Erick PulgarOnde histórias criam vida. Descubra agora