Capítulo 2

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Oi, gente!

Eu estou em viagem e este capítulo era para ter saído na quinta-feira, mas só consegui fechar tudo hoje de manhã. O próximo sai na quinta que vem, e depois de hoje, continuarei meu detox. 

Divirtam-se e quem estiver em clima de São João, aproveitem!

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Há algum tempo que Heitor Pacheco de Almeida não tocava nas telas, lápis e pinceis. Ainda se lembrava da última vez que pintou, e algo dentro de si travou sua vontade após aquela fatídica noite.

Porém, nos últimos dias, o negociante retornou de sua última viagem a Buenos Aires com uma nova disposição.

Não parou no escritório de Salvador: deixou recomendações ao secretário pessoal sobre as vendas dos produtos às lojas de Salvador, Recife e Rio de Janeiro, e seguiu para casa, onde pretendia ficar os próximos dias, se comunicando apenas por carta ou telégrafo.

Conversar por telefone a partir de Itaparica era sempre complicado.

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Cuidar de D

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Cuidar de D. Helena Castro era uma tarefa simples para Laura. A idosa era tranquila, apreciava apenas uma companhia para leitura e bordado, e via nas peripécias de Benedita uma distração.

A novidade da menina agora era a brincadeira com alguns blocos geométricos, que ela usava para montar, criar casas ou castelos, usando apenas a sua imaginação.

Benedita costuma brincar na varanda do amplo jardim da casa da idosa, que tinha um muro alto, de onde era possível ver apenas o telhado de outras casas na rua. A via em questão era estreita, rodeada de outras casas, e a uma rua da praia. Inicialmente, a família Castro não quis adquirir uma casa à beira-mar, porque eles sabiam que os cuidados teriam que ser um pouco mais onerosos na manutenção da residência; além disso, a casa na rua interna do bairro era mais discreta, e para Laura, especificamente, que passou a morar com D. Helena há cinco anos, era o local perfeito para permanecer escondida sem ser exposta.

Enquanto Benedita brincava com os blocos, as duas mulheres tinham a garota como tema:

¾ Pelo menos este brinquedo a está acalmando. - observou a idosa. D. Helena conhecia Benedita desde o berço, e já estava acostumada à natureza indomável da pequena.

Bem diferente da mãe, uma figura calma, ponderada e receosa.

- Mas logo ela vai se cansar e pedirá o caderninho de desenhos, a única coisa que a mantém tranquila.

- Mamãe, quero desenhar! – a menina parecia ter ouvido as considerações da mãe: ela já pegava os blocos, colocava empilhados, exceto por um, que era usado como se fosse uma pedra, e era jogado na direção do monte à distância.

Laura respirou fundo, levantou-se da poltrona de vime, e se aproximou de Benedita, agachando-se para ficar na altura da filha.

- Vou buscar no seu quarto, mas por favor, arrume os bloquinhos para vó Helena não cair.

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