Passou pouco mais de uma semana desde aquele jogo.
Tive duas provas práticas que me deixaram bem ansiosa e nervosa para conseguir uma boa nota, o que me rendeu noites sem dormir e uma quantidade quase nula de alimentos ingeridos. Eu sei que deveria ter me cuidado melhor, mas às vezes a ansiedade me dominava completamente e mantinha meu foco apenas em uma coisa.
Então agora eu estava dirigindo para a farmácia mais próxima de casa para comprar antitérmicos e inaladores, pois estava sentindo uma dorzinha chata na cabeça e isso sempre significava que uma gripe estava chegando. E claro, eu não poderia reclamar, pois era tudo resultado da minha falta de atenção e cuidados comigo mesma.
Estacionei na vaga correta e peguei minha carteira no console. Depois de travar o carro fui até a porta e a empurrei levemente sentindo o choque do ar-condicionado gelado no meu rosto. Me encolhi contra o cachecol que usava e me dirigi até a fila. Estava anormalmente cheio e provavelmente demoraria um pouco.
Peguei o telefone e fiquei olhando algumas postagens no instagram de paisagens. Conforme as pessoas eram atendidas eu me movia um pouco mais à frente e quando faltava apenas duas mulheres na minha frente eu guardei o celular. Olhei desinteressada para um protetor solar na prateleira de cima, estava bem próximo a mim e li as informações na embalagem apenas para passar o tempo.
— ... estou dizendo que esse é realmente bom — Escutei a mulher de azul na minha frente dizer.
— Então vou levar. Meu filho joga futebol e está cheio de hematomas.
A conversa acabou me chamando a atenção e olhei o vidrinho branco na mão dela. De forma inevitável acabei recordando da minha conversa com Becky na quadra, naquele dia que lhe entreguei a garrafinha e os roxos que vi nos seus braços. Talvez eu pudesse levar um desses para ela, com certeza ajudaria nos seus machucados.
— Senhorita?
Pisquei os olhos e vi que já era a minha vez. Me dirigi até o homem que me esperava fazer o pedido. Informei tudo que queria e acrescentei o spray para hematomas que a mulher de azul tinha dito e me informei se de fato era bom. O homem me garantiu que sim e que se tivesse alguma queixa depois poderia procurá-lo.
Paguei tudo e voltei para o carro. Dirigi para casa e quando cheguei fui diretamente para o meu quarto. Guardei meus materiais que tinham ficado sobre a mesa e troquei de roupa me deitando na cama. Peguei um dos antitérmicos e coloquei na minha testa fechando os olhos em seguida.
Quando estava para dormir, escutei meu telefone tocar informando uma nova mensagem. Ponderei sobre ver ou não, mas acabei esticando a mão sobre a cama a procura do aparelho. Quando consegui, vi que era Nam perguntando o que estava fazendo e dizendo que estava entediada.
Sorri um pouco antes de responder que estava deitada tentando descansar um pouco. Trocamos mensagens por mais alguns minutos antes que o sono me levasse.
Quando acordei, me sentia melhor. Não tinha ideia de quanto tempo tinha se passado, mas foi um bom sono, tanto que a dor de cabeça até tinha passado. Me levantei, erguendo os braços para esticá-los o máximo que podia me espreguiçando. Segurei um bocejo e me levantei indo até a cozinha beber um pouco de água. Olhei pela janela e vi que ainda estava claro, o céu estava azul e sem nuvens.
Voltei para o meu quarto e decidi tomar banho para despertar completamente. Depois de colocar uma roupa confortável fui até minha mesa de estudos e peguei o caderno de couro que tinha ganho. Olhei a quantidade de folhas usadas notando o quanto já havia preenchido dele.
Fazendo uma retrospectiva do momento que ganhei até agora o resultado foi bastante favorável.
Realmente tinha ajudado.
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Sunshine
FanfictionFreen achava que sua mudança para Londres seria apenas uma nova fase em sua vida, sem grandes reviravoltas, até que conheceu Becky. Gradualmente e à medida em que ficavam mais próximas, Freen começou a perceber que suas convicções sobre evitar criar...