Capítulo 3

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■: Podem haver alguns erros catastróficos pois eu estava na linha tênue entre desmaiar de sono e escrever.

Água, água gelada despontava sobre meu corpo trêmulo, chuva. O cheio de vegetação fresca me fez perguntar aonde raios eu estava. Será que ainda estavam me demorando naquele quintal?

Senti o temor florescer mas tomei coragem pra abrir os olhos, é...estou inteiro e não há sinais de zumbis.

Uma floresta tão saudável que era delirante, me dava as saudações.

Desde a poça d'água gelada aonde eu estava, questionei como cheguei aqui e onde aqui era.

Sentia uma dor fora do comum no meu abdômen, o tiro! Lembrei. Levei as mãos à barriga e costas aonde a bala vazou, a ferida da barriga estava aberta, mas nas costas não havia nada além do buraco nas minhas blusas.

Me esforço me pondo de pé. Pra onde eu devo ir? Eu não conhecia porra nenhuma!

Assim que me surgiu a dúvida, um cheiro de canela e chocolate quente me encurralou junto de um puxão, como se meu coração estivesse laçado e sendo puxado,o vagabundos esqueceu que beiravamos a hiportermia e acelerou loucamente.

Desesperado mal sendo ciente de minhas propria ações, corri, tropeçando e quase caindo vez ou outra até chegar em uma estufa gigante de vidro, vidro esse mais duro que o aço.

Pude notar pois começavam chover granizo e ele sequer arranhou diante das grandes e pesadas pedras de gelo que descendiam do céu e tentavam me matar.

Dentro da estufa haviam árvores e hortas carregadas, um pequeno tanque cristalino, me perguntei se haviam peixes.

Já era noite, sentia-me a ponto de desmaiar.

Andei até a casa que estava ligada à estufa privada, esmurrar a janela pois não tinha porta à vista e estava tão escuro com exceção das poucas luzes dentro da estufa, que mal veria se houvesse.

A janela se abriu e antes de apagar, vi um pequeno vislumbre da perfeição.

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Eu mal tinha passado quando esmurraram a janela dos fundos, pequei minha arma e fui até lá, não deveria haver ninguém aqui, os terrenos ao redor da casa são meus e estão cercados.

Tremendo aflita fui até a janela e quando abri, quase desmaiei, olhos azuis de tons diferentes me cumprimentaram antes de serem levados pela inconsciência.

Com a arma destravada, corri pra estufa e abri a porta da mesma que dava pro terreno a fora, indo pra onde estava o corpo de um metro e noventa desmaiado.

Com um metro e setenta, me senti capaz de carregá-lo, e fui mesmo.

Estava encharcado e frio feito gelo, ele ia morrer, conclui quando os espasmos começaram com ele ainda em meus braços.

O levei pro banheiro do andar en que estávamos(o primeiro/térreo).

Com cuidado coloquei seu corpo enorme na banheira que por pouco não precisou que ele ficasse encolhido.

Ele estava muito gelada pra colocá-lo em uma água quente. O deixeo com suas roupas? Pondero pensativa e temerosa, não era o adequado. Concluo e retiro suas roupas com cuidado vendo então um pequeno corte em seu abdômen sarado, céus ele parecia de mentira.

Quando retirei sua calça, deixei a cueca boxer preta, ela estava lutando contra uma anacinda, ao que parecia. Aquilo nem deveria existir.

Eu lutava pra não pensar no fato explícito diante de mim que tinha a tatuagem de uma pequena rosa com um caule coberto de belos espinhos na lateral do caminho pra felicidade, tatuagem qual eu imaginei e descrevi enquanto criava Kalland.

Coloquei a temperatura da banheira no morno tentando mantê-lo vivo antes de surtar.

O corpo liso privado de pelos deixava mais explícito que ele não era real, poucos homens faziam depilação à laser no corpo todo, bem poucas.

O rosto sem um pelo de barba ou linha marcada de expressão, não que eu tivesse, mas eu tinha receitas caseiras que faço desde a pré-adolescência, certeza que ele não.

Deixo a banheira encher até seu pescoço que estava no recosto para isso mesmo.

A água rapidamente ficou fria por conta da temperatura dele, mas então pude acionar a água quente que logo estava se misturando com a fria, quando a água estava quentinha, deixei o corpo de lá por uns vinte minutos e fui preparar as coisas pra levá-lo.

A casa estava quentinha, o ergui da água e olhei escorrendo pro quarto de hóspedes, já tinha colocado as toalhas na cama pra não molhar o colchão, sequei o corpo tentador com pressa e logo os fios adoráveis. Fiz em curativo na ferida e recolhi as toalhas, cobti o corpo dele com um edredom e depois de colocar mais lenha na lareira dk quarto de hóspedes, eu sai.

Fui pra cozinha aonde sentei no banco da bancada e fiquei encarando o mármore sem conseguir conciliar com a realidade.

Kalland está na minha casa.

E ele é mais lindo do que na minha imaginação. E eu preciso urgentemente de um hospício.

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Cacete...faz uns...dois meses desde que não durmo tão bem e aconchegado. ...E isso era calor real? Tipo, eu estava tapado e confortável, estava quentinho e eu não ouvia gritos e choros, nem brigas ou súplicas e orações.

Ouvia apenas um crepitar suave que quando virei pro outro lado com toda cautela do mundo com medo de estar sonhando, descobri ser uma elegante lareira que era grande e ainda assim singela e acolhedora.

Suspirei, quando eu ia acordar? Me sentia angustiado sabendo que essa paz não passava de um sonho, eu sinceramente não queria acordar, mas sabia que iria, pois era impossível isso ser real, não era?

Duas batidas sutis na porta me fizeram sobressaltar alerta, meus batimentos cardíacos estavam no nível de um atleta que acabou de correr cem km.

- Olá? - A voz suave me fez estremecer, era baixa de forma interessante, e doce de forma viciante.

Não respondi, mas a porta foi aberta mesmo assim.

Não tive reação, apenas fiquei encarando a pequena mulher que pra média sería até que alta.

Brilhantes ondas castanhas caiam por seus ombros, um corpo delicado e curvilíneo, preenchido de forma a enlouquecer qualquer um que goste de mulheres.

Olhos grandes castanhos escuros que seriam comuns se não fosse pelos aros âmbar assustadores e belos ao redor da pupila, parecia uma ilustração do sol durante um eclipse, magnífico e muito, muito lindo, fodidamente assustador.

Lábios carnudos e vermelhinhos de forma saudável e atraente, um perfeito arco na parte superior dos mesmos, uma nariz pequeno e arrebitado, queixo singelo e ignorante, bochechas lindas e fofas, sobrancelhas limpas e bem desenhadas, castanhas assim como cabelo. Eram desafiantes e expressivas. Orelha pequenas com apenas os furos dos brancos padrões.

- Você está bem? Sente algum incômodo? - Questionou preocupada, parecendo não se importar que eu a esteja analisando de cima à baixo.

- Eu...estou bem. Só um pouco tonto. Você cuidou de mim, nem sei como agradecer. - Sou sincero e ela sorri de forma carinhosa e maternal, me senti estranho, como se ela soubesse quem eu era e todos os meus pecados.

- Você sabe quem eu sou, não sabe? ' Questionei estranhando minha própria pergunta, claro que ela não poderia saber

- Talvez. Está com fome? - Questionou leve, ignorando todas as minhas dúvidas, meu estômago roncou silencioso mas sei que ela escutou, apenas anui e me arrastei pra fora das cobertas, me surpreendendo por estar só de cueca.

Olhei pra ela com as sobrancelhas erguidas, esperando alguma resposta de sua parte.

- Tem um roupão atrás da porta, siga reto pela direita dk corredor e vai chegar à cozinha. - Ela disse risonha e saiu, parecia empolgada mas também contida, eu estava malditamente curioso.

A absorçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora