Capítulo 9

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- Acho que cresce em uma semana. - Kalland falou observando o jardim pela janela de pernas cruzadas enquanto bebia chá.

- Acho que uma semana é rápido demais...- Respondo pensativa, ele estava a língua em um "tsk".

- Pelo preço desse fertilizante, deveria crescer em um dia! - Exclama indignado e contido, me olha incrédulo antes de voltar a encarar a terra lá fora, como se uma melancia fosse brotar do nada.

- Estamos falidos...- Murmura descrente e triste, dramático.

- O dinheiro nem era seu, Kalland. - Pontuo rindo, me olha pasmo.

- Era nosso, Dhellaya! - Exclamou cheio de firmeza dramática e virou a cara. Vaya...

- Tá, vou lá ficar rica de novo, deixa de drama. - Cheia de preguiça me arrasto pro ateliê.

Tiro foto dos quinze quadros que estavam lá e vou pro meu quarto pra publicá-los no site.

Passo horas ali até ver que a fora estava um breu, saio do computador pra tomar um banho e me deito em minha cama. Exausta.

Dormi.

Acordei sentindo a movimentação no colchão, senti o calor que envolveu meu corpo por trás quando braços musculosos, envolveram minha cintura sob a camisola longa laranja, de seda. Me puxou com tanta firmeza, não pareceu duvidar nenhum segundo.

Meu coração estava mais agitado que o de um hipopótamo que tem seu território invadido por uma fêmea.

Me acomodei suspirando trêmula pelo contato, minha bunda estava perfeitamente encaixada em sua pelve, congelei, qualquer movimento sería perigoso pra minha sanidade. Mas seu abraço era tão bom, sequer ousei tentar sair.

Tão quente, tão agradável, tão, tão cheiroso.

- Isso, quietinha. - É o que escuto soar daquela voz deliciosa enquanto ele me abraça mais forte e acomoda o rosto no topo da minha cabeça.

Eu estava arrepiada e nem tinha mais pelos depois das drásticas sessões de depilação à laser.

- Kalland...- Murmuro nem sabendo se realmente queria dizer pra ele se afastar.

- Shh...estamos cansados, Dhelly. E eu não gosto do barulho da chuva quando tudo ao redor parece tão mórbido, deixa eu ficar...- Assumiu seu medo que não era razão suficiente pra ele ter se esgueirado até minha cama, mas me bastou pra deixá-lo ali.

Dormi, e quando acordei estava sozinha, o lugar grudado ao meu, aonde Kalland deveria estar, estava vazio e frio.

Arregalei os olhos já jogando as cobertas pra longe, descendo da cama aos tropeços e correndo desesperada pelas scadas pra procurá-lo.

Sentia minhas mãos trêmulas, minha ansiedade beirando o pânico e meu olhos marejando.

Assim que chequei o último lugar aonde ele poderia estar e não o encontrei, temi estar louca, ou que ele tivesse voltado pra aquele lugar.

Sabia que haviam outras possibilidades, mas não eram opções, Kalland não levantava cedo nem pra comer.

Ele não sairia de casa no meu carro pois ainda estava congitando sobre como dirigir em um mundo sem zumbis de novo e qualquer pássaro o faria desviar e bater em uma árvore nessa paz que era aqui.

Ele não havia descoberto que os cômodos do segundo andar eram áreas de laser, então não poderia estar lá.

Me sentei na beira da cama do deu quarto e me perdi em pensamentos angustiantes.

Aonde raios ele estava agora naquele inferno que mesma criei?

.

Em um momento eu envolvia o corpo macio de Dhellaya em meus braços enquanto soava em um sono profundo e no outro eu estava deitado no meio de um quintal detonado, que logo recordei que foi aonde levei um mal tiro e desapareci daqui.

A absorçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora