Capítulo 8

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Assim que paro no estacionamento subterrâneo do enorme shopping, nos descemos.

No shopping daqui as coisas eram diferentes, eram coisas base. Então haviam muitos mercados, lojas de roupas e coisas simples, nada era muito caro.

Por onde passávamos, a atenção se focava em Kalland, digo, e em mim, mas provavelmente devido aos meus olhos estranhos.

Eram esquisitos, mas o óbvio as vezes não precisa ser pronunciado. Porém, as pessoas acabam maneiras de expor sua incredulidade, seu medo, seu desdém e por aí vai.

Eu tinha me acostumado.

Entramos em um mercado grande, Kalland se desprende do meu lado por segundos antes de voltar com um carrinho enorme, eu ri.

- Precisamos de mais uns cinco desses. - Pra minha surpresa ele arregalou os olhos e logo anuiu determinado, sumindo de novo.

Minutos depois ele Bolton empurrando um carrinho, mas ladeando o carrinho haviam um em cada lado, presos por prendedores de plástico e na frente também presos junto aos outros três, haviam dois carrinhos.

Quis rir, e gargalhei. Sua expressão era sapeca e satisfeita, feita a de uma raposa egocêntrica.

- Pare de rir, a senhora da limpeza disse que uma tempestade forte vai chegar em pouco tempo! - Disse apressado, agarrando minha mão, me puxando até eu estar na sua frente, seus braços que agarravam o carrinho me cercam.

Estávamos tão próximos que se eu atrasarem meus passos um pouquinho, eu sentiria seu corpo contra o meu, suspiro e ignoro os olhares alheios em nós.

- Não é nada eficiente fazer compraz assim, Kalland, me deixa sair. - Murmuro sensata, ele fica em silêncio, ponderando e então solta o carrinho, me deixando sair.

Quando o favo ele agarra o carrinho e eu cinco a pegar as coisas das prateleiras.

- Não gosto de azeitona. - Pontuou quando colocava uma série de coisas parecida no carrinho.

- Certo, eu também não gosto. - Falei tranquila, eu nem tinha cogitado colocar aquilo no carrinho, de todas as formas.

- Nem de passas. - Murmurou olhando feio pro recipiente das citadas, eu ri e anui.

- Eu também não gosto, Kalland. E mesmo que eu coloque algo que você não gosta, você não precisa comer forçado. - Pontuo risonha, ele anui ainda encarando com desgosto as coisas que detestava.

Os gostos pessoais de Kalland não foram criados por mim, apenas partes específicas da personalidade e aparência. Eu estava descobrindo novas coisas e era engraçado vê-lo olhando pra um vidro de azeitona como se fosse uma barata.

- Você pretende levar o mercado todo? - Questionou curioso e sem me pedir, comecouba colocar coisas no carrinho também, nunca vi alguém esbanjar tanto com sorvete. 

- Se possível, mas vamos por partes, precisamos de velas, lanternas, baterías, pilhas, amendoim, biscoitos, produtos de limpeza, cremes, pasta, arroz, água, fios, carvão, absorventes, remédios, canos, pregos, uma furadeira, uma cerra elétrica, cordas, colas, garrafas, livros de receitas, tecidos, barracas, lâmpad- Sou interrompida por uma mão grande cobrindo minha boca.

- Já entendi, Dhelly...- Resmunga revirando os olhos azuis e logo me solta.

Rindo eu sigo colocando as coisas no carrinho.

Quando terminamos, tinha tanta porcaria deliciosa quanto coisas úteis.

Pedi pra deixarem ali por um tempo que logo eu ia buscar.

Tinha que comprar um contêiner trailer de reboque pra carregar tudo aquilo.

Depois de sair do mercado fomos pro outro.

- Ninguém te cumprimentou até agora, ou você é excluida, ou nova na cidade. - Kalland alegou convicto aparecendo com carrinhos amarrados de novo.

- Sou nova na cidade. - Respondo querendo rir, ele não conseguia ficar quieto, notei.

- Por conta da traição? - Interrogou cauteloso colocando pacotes de bala no carrinho.

- Sim, descobri que minha mãe estava roubando meu dinheiro, quando fui confrontar ela, descobri que ela fodia com meu noivo. Mudar de país foi libertador. Sempre quis viajar, morar fora do país foi só um passo maior. - Respondo leve, mostrando pra ele que não precisava ser cauteloso com o assunto.

- Deve ter sido asqueroso pensar que a mesma pessoa que ia pra cama com você, também dormia com sua mãe. - Murmura enojado, quis vomitar por pensar o mesmo.

- Hm. - É a concordância que eu murmuro pra não ter que dizer que sou virgem em meio a pessoas estranhas em uma novo ambiente, lembrando que eu morava sozinha em uma casa no meio do nada.

- Acha que eles continuam juntos? - Questionou fofoqueiro e especulativo enquanto colocava as coisas no carrinho.

Senti interesse na fofoca de forma não pessoal, senti que estava fofocando sobre alguém qualquer.

- Acho que sim, pelo declaro com o qual ele veio, foi ideia dela. Ela acha que eu sou louca por ele. Se ele me tem de volta, ela tem dinheiro de novo. Não sei se são burros ou não teêm cérebro. - Alego descrente analisando as sementes de morango.

- Você não está trocando seis por meia-dúzia? - Questionou risonho e confuso enquanto pegava sementes de melancia e colocava no carrinho, sem nem saber se eu queria.

- A soma daqueles nojentos juntos, não dá nem dois. - Murmuro colocando caixas e mais caixas de leite no carrinho, acho que vou comprar vacas...

- Quero ver quando eles perceberem que você não vai voltar. - Desejou maldoso pegando sementes de maracujá e goiaba.

- Então ela mesma virá, que os deuses tenham misericórdia, nem mudando de país eu tenho sossego! - Choramingo e pego mudas de diversas ervas.

Terminamos de encher os carrinhos neste mercado e peço pra deixarem ali, assim como fiz no outro.

Partindo pras lojas de roupas, enchemos muitas sacolas. Depois comprei diversas coisas pra artesanato e outros. Tintas, cadernos, massas e mais.

Depois de terminarmos, comprei um contêiner trailer e pedi aos funcionários dos lugares aonde comprei colocarem lá.

Fomos pra casa conversando sobre como aproveitar forma efetiva as sementes e o enorme território que ei tinha.

Acabamos pensando em tecnologia e agricultura.

Liguei pros engenheiros, arquitetos e pedreiros pra fazerem o muro ao redor do meu território na floresta, um muro tecnológico que criasse uma cobertura sobre meu território e casa. Contratei gente o suficiente pra que ficasse pronto em um dia, eu não era muito paciente com essas coisas, então assim que chegamos em casa, já estava em andamento.

Comprei um fertilizante que valia alguns milhões, paguei pra espalharem por todo meu território, plantaram as sementes também, enquanto eu assistia, aprendendo ao ver. Kalland colou ao meu lado em silêncio enquanto observava todos trabalhando.

Era difícil fazer um muro digno da casa, e custoso também já que era militar.

Quando terminaram, me vi pobre de novo.

A absorçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora