Capítulo 7

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Algo quente e macio estava contra meu retorno, era firme... Suspirei amando o cheiro de groselha.

Sentia algo me apertando, acomodando. Feito uma cobra se envolvendo em sua presa. Braços...os braços de Kalland.

Minha mão estava em suas costas, sobre sua blusa, ainda assim sentia as marcacoes dos músculos. Suspirei recolhendo minha mão.

Tentei empurrar as mãos contra o seu peitoral pra me afastar, deu bem errado, mas afrouxou seu abraço e consegui me esgueurar pra fora.

Me sentei ao seu lado, parecia uma obra de arte...

Quis e fiar meus dedos sobre o breu que ele chama de cabelo, mas me conti.

Estava tonta de sono. Já estava anoitecendo...

Vou pro meu computador vendo o andamento das vendas, quase gritei, vendi todos os quadros! Meu coração estava tão tranquilo e satisfeito por isso.

Quando se escuta com frequência que não se vai ganhar nada na vida vendendo arte sem ser um artista de renombre, você cogita que é uma possibilidade.

Mas eu fiz mesmo assim e se não desse certo na Internet, a praia era uma opção.

Agora veja, bom..leia, eu ficando milionária sem sair de casa.

Eu sabia do valor e preço das minhas obras, não ia me fazer de rogada ao colocar no mercado com preço baixo, eu ia com realidade e comprava quem tinha audácia e bom olho, fim.

Vejo mais algumas coisas tanto pra mim quanto pro Kalland, queria encher o estoque da casa, pra evitar ter que sair ou pedir entregas aqui durante as tempestades.

Fiz a festa, desde papel higienia à água.

Hoje nem poderia chamar de chuva as pequenas góticas que caiam do céu, tão leves que o vendo as fazia de gato e sapato.

Hoje eu poderia sair, comprar as coisas comestíveis em um mercado físico.

Olhei para trás ao ver a movimentação de Kalland, sem embolando nas cobertas ao virar pra esse lado, dormindo e o vi se debater irritado e logo parar.

O gigante em fase de crescimento havia articulado o próprio casulo em meio às cobertas e não conseguia sair, eu ri divertida.

Me levantei indo pro lado lá cama aonde ele estava, puxei a coberta, a desembolando com calma e quando terminei, estendi direito sobre ele. Assim que as sacudi o cheiro dele dominou meu quarto.

Por toda força que Xena pode me proporcionar, não fã isso comigo...

Inalei com vontade, eu admito e por mim nem exalava, mas era isso ou morrer asfixiada, sozinha. Credo seria vergonhoso, imagino o titular "Mulher esquece como respira e vai de americanas".

A causa de todo o mistério sería Kalland, mas ninguém culparia aquela coisa perfeita.

O encarei um tempo, uma mão jogada por cima da cabeça agora que foi libertada, o rosto virado pro lado contrário à mão, e pernas jogadas, uma flexionada pra cima e pro lado e a outra esticada, parecia uma estrela do mar dobrada.

O maxilar marcado era sexy de forma instigadora, nenhuma novidade, vindo de Kalland... Arrisco estender a mão pra contornar marcação de seu maxilar, imaginando que talvez a descesse pro seu pescoço, mas logo entrei em razão antes mesmo de tocá-lo.

Saio do quarto quarto lembrando do telefone de Carlos novamente.

Ah, eu faria vinte e três anos amanhã, resolvi falar com todos hoje, explicar que havia um possibilidade de eu não os responder pelas tempestades frequentes. A rede era uma porra, uma porra amarga.

A absorçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora