caminho longo

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- Que merda, a Yasmin vai me matar, seu pestinha

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- Que merda, a Yasmin vai me matar, seu pestinha... - Lucca resmunga do meu lado enquanto dá a partida no carro deixando o aeroporto.

- Shiu, não interessa, meu casamento tá em jogo. - Ele estala a língua. - Fora isso que você me deve essa, eu também fiz a Mali, sabia?

- Aí que nojo, Nobru...não me faz pensar nessas coisas. - Ele faz uma careta e eu rio baixinho.

- Calem a boca vocês dois, a gente tem é que se preocupar se vai dar pra todo mundo dormir lá na casa dela. - Isis diz e Lucca concorda resmungando.

- Nem que eu durma na calçada na rua... - Solto quase que nem um resmungo e os dois riem.

Era muito bom sentir essa energia entre nós, outra vez. Eu nem acredito que aquilo estava realmente acontecendo...eu finalmente ia rever o amor da minha vida.

Mesmo que o aeroporto ficasse na cidade vizinha, o caminho parecia longo demais pra chegar até ela, o que estava me deixando inquieto.

O fato do aeroporto mais próximo ficar só na cidade vizinha, e demorar 1h de carro pra chegar na cidade em que a Yasmin estava morando, só indica o quão longe ela queria estar. É triste refletir que isso era por minha causa, mas hoje eu estava disposto a quebrar essa barreira.

Em determinado momento, Lucca me dá um tapa na perna e me manda ficar quieto, mas eu não consigo, não tá dando pra me conter.

Durante o caminho, Lucca, Isis e até a pequena Alícia, quando acorda, tenta me distrair pra que o caminho não pareça tão longo, e meio que funciona. Quando menos espero, chegamos até a cidade em que ela estava.

Lucca se apressa em colocar o endereço da casa dela no GPS do carro e logo o mesmo nos dá qual caminho seguir, levaria pouco menos de 40min.

Eu queria gritar, saltar do carro, correr uma maratona. Estava tão feliz que finalmente ia ver a minha mulher e minha filha que esse êxtase se comparava até à sensação de estar drogado.

Não. Era definitivamente, melhor.
Mil vezes melhor.

Estacionamos o carro um pouco abaixo do seu portão e descemos todos. Era realmente uma casa. Tinha um espaço curto do muro da frente até a porta da casa, mas esse espaço era todo de grama com vários vasos de flores espalhados pelo mesmo e algumas flores plantadas na terra.

Sorrio ao lembrar que uma vez ela disse que a sua casa dos sonhos teria tantas plantas como a de uma senhorinha. E tem plantas mesmo, tinha até uma samambaia pendurada perto da porta.

Lucca passa na minha frente, tirando a minha atenção das plantas. Como ele tinha a chave do portão, ia abrir para que a gente passasse. Mas nem foi preciso destrancar, estava só encostado.

Quanta coragem foi preciso pra ela deixar o portão assim, destrancado?

Não estamos na grande São Paulo, Bruno.

É, bem lembrado.

Assim que chegamos à porta, Lucca sussurra uma coisa na minha direção e eu não entendo, o que me faz franzir a testa.

Sem paciência, ele me dá um leve empurrão no ombro e aponta a mão para a porta.

Era pra eu abrir?

- Bate logo! - Ele diz e eu chacoalho a cabeça, estava meio atordoado.

Reunindo todos os sentimentos bons em mim, crio coragem e bato na porta, que não demora nem 1 minuto pra ser aberta.

E logo eu consigo vê-la de novo, mais linda do que nunca.

Seu cabelo já batia na cintura, seu corpo estava incrivelmente perfeito e a ponta do seu nariz estava super vermelha, o que indicava que ela estava chorando.

Mas ela estava ali, ainda linda, ainda adorável..ainda minha...ainda o amor da minha vida.

ainda o amor da minha vida

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𝗯𝗲𝘁𝘁𝗲𝗿 𝘄𝗶𝘁𝗵 𝘂² | 𝗻𝗼𝗯𝗿𝘂Onde histórias criam vida. Descubra agora