Já passou das uma da manhã e a festa ainda está rolando, queria dizer que estou me divertindo como nunca, mas se eu dissesse estaria mentindo.
Estou sentada em um canto escuro para que ninguém me note. Maldita hora que aceitei ficar na festa.
Eu poderia apenas me trancar no meu quarto e fingir que não está acontecendo nada? Sim, poderia. Mas aqui estou insistindo em deixar os traumas de lado ( coisa que aparentemente não é nada fácil)
Liz e Lia estavam me fazendo companhia até pouco tempo, mas me senti horrível ao ver elas praticamente cuidando de mim ao invés de curtirem a festa.
Por esse motivo, disse à elas que elas poderiam se divertir e eu ficaria bem onde eu estava.
Agora posso ver Liz dançando igual uma louca em cima de uma mesa. Lia virando vários shots, um atrás do outro! E eu continuo sentada no escuro.
- Vamos, Emily. Você consegue! - sussurro para mim mesmo. -- Vá interagir com alguém, faça amizades. - digo a mim mesma novamente, tentando me convencer.
Me levanto do banco em que estou sentada, estou tremendo mais do que vara verde. O pingo de coragem que eu tinha para socializar está se esvaindo.
Você consegue.
Você consegue.
Você consegue.
...Essa frase se repete por inúmeras vezes na minha cabeça.
- Eu consigo! - sussurro prestes a entrar na multidão que se concentrou ao redor da piscina.
Eu tento a qualquer custo não encostar em ninguém, mas, obviamente isso é impossível.
A cada pessoa que esbarro, meu corpo se contorce em dor como se estivessem me esfaqueando. A sensação é horrível.
Respiro fundo, ajeito minha postura e tento continuar pela procura de alguém conhecido para conversar.Repito novamente a frase na minha mente.
Eu consigo.
Eu consigo.
Eu consigo.
Me encontro exatamente no meio da multidão.
Eu consigo
Eu consigo
Eu consigo
- Droga! Quem eu quero enganar ? É claro que não consigo.- digo a mim mesma.
Respirar cmeça a se tornar difícil, e quando vejo as pessoas ao redor começarem a pular ao som da música, mal consigo sair do lugar. Sinto meu corpo enfrecasser, ele começa a tremer igual vara verde. MERDAA
Ando lentamente para trás tentando fugir da multidão que vem ainda mais para cima de mim. Meu coração está acelerado e minha respiração está perdidamente descontrolada.
Sinto um braço me puxar, viro bruscamente para a pessoa. Um alívio enorme me consome quando vejo que é Carson. Ele me olha intrigado, porém logo abre um grande sorriso.
- Você tá bem maninha? - Ele grita inclinando-se para trás.
O olho mais intrigada ainda pelo "maninha" e parece que ele percebeu pois logo tratou de explicar.
- Sabe o cara de ruivo de camisa verde ali atrás... -- ele me abraça e fala bem baixo para que só eu escute. -- ele vinha dar em cima de você, mas eu disse que você é minha irmã. Então sem chances! Então por favor, seja uma boa atriz. - ele conclui.
- Estou bem ... meninho. -- respondo e ele da batidinhas no meu ombro.
Somos péssimos atores.
Carson segura em meus ombros e começa a me guiar para dentro de casa. Há uma multidão a nossa frente, então ele segura minha mão e se coloca na minha frente como um escudo, sinto um sentimento de familiaridade quando ele toca em minha mão. Gosto de Carson, não, não é um sentimento romântico! Longe disso, mas parece que somos amigos à anos.
Ele continua me puxando e eu estou um tanto espantada, espantada por ter alguém segurando minha mão e eu não ter surtado como sempre. Não sei o que está acontecendo, mas sinto que posso confiar totalmente em Carson. Como se fossemos melhores amigos, na verdade, como se fossemos irmãos.
- Vá deitar, sei que você não tá confortável aqui em baixo. - ele diz assim que chegamos no início da escada que leva ao segundo andar.
Eu apenas assinto.
- Emy? - ele me chama quando estou no quarto degrau, e eu o olho. - Não force, você vai conseguir. Tudo tem seu tempo, tenha calma. - ele diz.
Enquanto Carson se mistura a multidão novamente, eu tento processar o que acabou de acontecer. Por que eu me senti tão em paz com ele? Por que me senti segura? Por que não surtei ? O melhor, por que ele me soa tão familiar? Essas perguntas ecoam em minha mente enquanto caminho em direção ao meu quarto.
Entro em meu quarto e tranco a porta, verifico se realmente está trancada antes de eu me deitar. Os meninos disseram a todos que o segundo andar é uma área proibida, mas quem sabe se surgir alguém que não é muito bom em obedecer regras.
Finalmente deito em minha cama, longe de toda aquela multidão, bebidas, homens e música alta.
Dou um longo suspiro.
- Droga. Por que não consigo ser uma jovem de 23 anos normal como as outras? - choramingo
De repente a luz apaga, o som alto que havia lá fora para e quando olho pela janela posso ver que tudo está um breu.
Abro a janela do meu quarto que tem vista para os fundos da casa. Vejo Carson usar a lanterna do seu celular para iluminar uma mesa e assim conseguir subir em cima dela.
- Bom gente, infelizmente a companhia elétrica cortou nossa luz. Sim! Cortaram... - ele diz. - Pois dona Lucy, aquela velhinha ali no canto, que está acabando toda a maconha da festa. Não pagou a conta de luz, acreditam ? Velhinha mão de vaca. Que feio hein vovó! - todos estavam olhando para a vovó Lucy, e ela estava enfurecida com Carson, pois, era notável que aquilo não passava de uma grande mentira.
- Peço encarecidamente que todos voltem para a sua casinha. A festa acaba por aqui. - ele conclui e todos dizem um "aaa" em desânimo.
É claro que não cortaram a luz, Carson está tramando algo e eu vou descobrir o que é.
GENTE, DESCULPEM PELA DEMORA. ESTOU TRABALHANDO DIRETO E ACABO CHEGANDO MUITO TARDE EM CASA.
ESPERO QUE ENTENDAM.
CURTAM MUITO E COMENTEM BASTANTE.11K DE LEITURAS, ESTOU MUITO FELIZ! OBRIGADA A TODOS QUE ESTÃO POR AQUI E QUE ESTÃO TENDO TODA A PACIÊNCIA DO MUNDO COMIGO.
DEIXO CLARO QUE ESSA É MINHA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA ESCREVENDO UM LIVRO. E MESMO ASSIM VEJO QUE VOCÊS GOSTARAM BASTANTE.OBRIGADA LINDINHAS E LINDINHOS ♡
COMO PROMETIDO. FOTO DA Liz na mídia ☆
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SUNSHINE - ANY TAVARES
RomanceEmily Santiago, uma garota doce, amorosa, delicada ( nem tanto) e carinhosa tenta viver uma vida normal em meio a tantos traumas do passado que a assombram. O maior medo que ela tenta vencer é o medo de toque físico vindo de qualquer homem, isso se...