CAP. 11 | AMÉLIA LOUISE (BÔNUS)

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" Dizem que o trauma nos faz
mais fortes... eu penso ao contrário,
o trauma nos deixa desconfiados.
O trauma é uma segunda vida
que fica instalado como
um fantasma no subconsciente,
sempre haverá alguma situação
que o trauma vai impor o lugar dele
em sua mente.
As cicatrizes sempre estarão lá
para você lembrar dos momentos
ruins. São desses momentos
que lembro sempre que vejo as
293 cicatrizes espalhadas
pelo meu corpo..."

- diário de Amélia Louise -

Depois que Logan me ligou e disse que Emily estava em meio à uma crise, não pensei duas vezes em lagar tudo e ir para casa. Assim que chego em casa ouso o choro de Emy vindo da cozinha, fico atrás da porta, pois, não queria ser vista.

Emy está contando todo seu passado para, Logan. Resolvo não me intrometer, é o momento deles, e se Emy resolveu contar à Logan todo seu passado, deve ser porque ela confia nele.

Subo lentamente rumo ao meu quarto, assim que entro dou de cara com os meus quatro lindos violões que enfeitam a parede ao lado da minha cama.

É inevitável pensar em como Emy deve estar mal, ela deve estar destruída. Em quatro anos que á conheço, Daniel já veio atrás dela duas vezes. E nas duas vezes eu e ele sempre temos um encontro um tanto... violento, digamos assim.

Na primeira vez, cravei uma faca na coxa direita dele, mas o idiota quebrou meu mindinho. Na segunda vez quebrei o pulso esquerdo dele e o nariz, mas acabei saindo com um olho roxo. Emy não sabe nada disso, todas as vezes que ele veio atrás dela eu consegui impedi-lo. Mas, dessa vez falhei e me sinto extremamente mal com isso.

Eu sei que ele virá, Daniel é um maníaco. Ele virá, e virá está noite. Porém, desta vez ele vai sair daqui direto para uma cova.

É claro que nas outras vezes eu pensei em matá-lo. Mas, Daniel é um policial bem famoso em sua cidade, a morte dele poderia trazer consequências para mim. Porém, Estou pouco me fodendo se eu for presa.

Espero que a comida da prisão seja boa.

Resolvo trocar de roupa, coloco uma calça preta e uma blusa curta. Me olho no espelho e analiso minha vestimenta.
Inevitavelmente, viro de costas e puxo meu cabelo para o lado, encaro parte da enorme cicatriz em formato de L que à em minha costa. Dou um longo suspiro e tento afastar as memórias do dia em que ela foi feita.

"... para você lembrar que sempre será minha..." Lembro da frase que foi dita enquanto ele fazia o "L" com um ferro quente.

- Esqueça isso, Amélia. - digo firme para mim mesma e saio da frente do espelho.

Vou em direção à mesa de cabeceira que fica ao lado da minha cama, abro a gaveta a procura da minha pistola calibre 22. Achei ela em meio aos 10 cadernos de composições minhas.

Compor é uma das minhas maiores paixões, as vezes eu tenho alguns surtos e acabo escrevendo no mínimo umas 25 músicas em uma noite.

Pego minha pistola e desço para o jardim, me sento em uma cadeira e fico a espera de Daniel.

Se passam meia hora

Uma ...

Duas ...

Três horas e nada dele.

Já são três e meia da madrugada e eu continuo aqui fora, vejo de longe um homem vestido de jardineiro rodeando a casa.

- Ali está o idiota. - digo para mim mesma enquanto levanto e vou em direção a ele.

Vejo ele procurar alguma janela para entrar.

SUNSHINE - ANY TAVARES Onde histórias criam vida. Descubra agora