CAP. 12 | AMÉLIA LOUISE (BÔNUS)

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"O que é o luto? O luto é a
saudade que fica, é a dor em saber
que nunca mais verá aquela pessoa.
As pessoas dizem que temos
que superar, bom, eu não
superei. Não superei não poder
te ver, não superei não te ouvir,
não superei não poder ouvir tua voz
ou tua risada, e a prova disso
são todas as canções que
escrevi para você, todas que escrevi
pensando em ti, e assim,
te eternizando em cada uma."

- diário de Amélia Louise -

Carson me ajuda a subir a escada em direção ao meu quarto, minhas roupas estão ensanguentadas e eu estou ficando mais fraca por causa da perda de sangue.

Carson empurra a porta do quarto com o pé e me ajuda a entrar, ele me senta na beira da cama e corre para fechar a porta.

Me levanto com dificuldade e vou para frente do espelho na esperança que eu consiga ver como está o ferimento.

- Você...- aponto para ele - abra a segunda gaveta da cabeceira, tem linha e agulha. - Ordeno, ainda estou com raiva dele.

Ele abre a segunda gaveta assim com eu disse e vem com a agulha e linha em minha direção e me entrega.

- Você vai ter que dar os pontos, a ferida está aberta e estou perdendo muito sangue. - digo enquanto tiro a blusa com dificuldade.

Carson fica paralisado me olhando boquiaberto.

- Donovan... - estalo o dedo na frente dele - acorda pra vida, idiota. - ele estava tirando o pingo que me restava de paciência.

- Estou te ajudando e você ainda me insulta? - ele levanta as sobrancelhas.

- Você causou a besteira, então você vai consertar! - digo apontando para o ferimento.

Antes que ele começasse a dar os pontos, eu pego a garrafa de vodka que fica em baixo da minha cama. Não tem anestesia, mãe tem vodka que é quase a mesma coisa.

- Agora pode começar. - digo me virando de costas para ele e tomando um gole da vodka pura.

O silêncio recai sobre nós, os minutos se passam e apenas posso ouvir a respiração pesada de Carson. Não entendo o porquê da demora.

- Será que pode ir logo com isso... - digo. - Por que tá demorando ? - pergunto levantando a sobrancelha.

- Na..nada.- ele gagueja e começa a dar os pontos.

Se passam dez minutos, e eu já estou no final da garrafa de vodka. Minha vista já está turva, e eu me sinto leve, parei de sentir a dor dos pontos à cinco minutos atrás.

Percebo que Carson parou, por algum motivo desconhecido, ele parou. Sinto seus dedos passarem delicadamente por cima da enorme cicatriz em forma de "L" que tem em minha costa.

- Foco, Donovan! - digo

- Foi mal... - ele diz e volta a dar os pontos. - Você anda se multilando com o ferro quente é? - ele pergunta dando um riso sem graça.

- Quase isso...- Digo dando um grande gole na bebida, o líquido sai queimando minha garganta.

- Como assim, quase isso? - o tom de voz dele mudou totalmente, não está mais descontraído.

- Você quase acertou... - digo dando um riso sem graça. - foi com um ferro quente, em específico, o ferro da lareira.- digo baixo. - Mas, não foi eu que fiz, foi meu nada amado papai. - digo com desprezo.

Acho que eu estou bêbada, nunca falei isso pra ninguém, e do nada, estou falando sobre minha vida para, Carson Donovan.

Que decadência, eu com certeza estou bêbada.

- Só ele mesmo para acabar com meu corpinho... - digo. - Nem tudo pode ser perfeito, né? - brinco tentando quebrar o clima estranho que ficou.

- Isso é sério... - A voz rouca dele invade meus ouvidos.

- Olha, essas aqui. - me viro de frente para ele. - Ele fez quando eu tinha cinco anos. - aponto para as cicatrizes redondas que haviam em minha costela.

- Essa aqui... - aponto para a cicatriz que há em meu pescoço. - Foi com sete anos. - digo

- Mas essa aqui... essa foi o início de tudo... foi aos meus quatro anos. - digo para a enorme cicatriz que tem na minha barriga. - Foi com uma adaga de prata, acredita ? - começo a rir feito louca, com certeza misturar nervosismo e álcool não é nada bom.

Carson está com um olhar triste e eu continuo rindo, e entre os risos as lágrimas começam a surgir. O que era um riso descontrolado, se tornou um choro desesperado.

- Por que ele fez isso comigo? - desabo

Carson me abraça e acaricia meus cabelos. A camisa dele já está encharcada por minhas lágrimas.

Pare de chorar

Pare de chorar

Seja forta

Se recomponha , Amélia.

A voz irritante na minha mente repete as frases várias vezes. E dessa vez, só por hoje me permito desabar, me permito lembrar da dor e de todo sofrimento. Apenas hoje me permito mostrar mu lado frágil e quebrado, sem precisar bancar a Amélia forte, intimidadora, sarcástica e raivosa.













CAPÍTULO BEM CURTO SÓ PRA NAO FICAR SEM POSTAR.

ESTOU MUITO SEM TEMPO.

JURO QUE LOGO TERÁ CAPÍTULOS MAIORES.

OBRIGADA POR CONTINUAREM POR AQUI.

SUNSHINE ALCANÇOU A MARCA DE 25K. ESTOU MUITO FELIZ, OBRIGADA A TODOS QUE SEMPRE COMENTAM E QUE DEIXAM SEU VOTO.
OBRIGADA A TODOS QUE ESTÃO POR AQUI

BJS LINDINHOS E LINDINHAS ♡

DANIEL: A

AMÉLIA :

AMÉLIA :

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