CAPÍTULO 04

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Fairview, New JerseyAno 2019

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Fairview, New Jersey
Ano 2019

Meu pai colocou um prato de ovos fritos e bacon em minha frente no dia seguinte quando acordei.

Após a discussão com o garoto loiro no bar, deixando Olivia sozinha, apressei-me para casa. Quando cheguei, mal tive forças para tirar os sapatos antes de me jogar na cama, completamente exausta. A sensação de exaustão era nítida, como se o peso acumulado de todos os acontecimentos do dia anterior houvesse decidido desabar sobre mim de uma vez só naquela manhã. Eu literalmente me arrastei para fora da cama e com um suspiro pesado, me deixei cair na cadeira, sentindo o frio do assento contra a pele ainda aquecida pelos cobertores da cama.

Um bocejo profundo escapou dos meus lábios exatamente quando alcancei o garfo. O relógio marcava sete horas e trinta e um minutos. Meu pai me despertou para o trabalho e pediu que eu fizesse algumas compras para a casa. Já fazia algumas semanas que nossa alimentação se resumia a ovos com bacon acompanhados de água da torneira, sem leite ou frutas para variar.

Meu pai trabalha em uma faculdade de engenharia, embora não seja altamente remunerada, seu trabalho proporciona o suficiente para cobrir as contas e manter a despensa da casa.

— Por que não me disse que cantou no Grain's? — a voz grave e aveludada do meu pai me arrancou do meu transe.

Notei que ele havia se sentado na cadeira em minha frente, enfiando uma tira de bacon inteira na boca.

— Foi tudo muito rápido, Olivia me obrigou a ir de última hora. — era verdade, mas dava sim para eu ter o avisado.

— Hum.

Ele suspirou profundamente, e seus ombros desceram e subiram de forma lenta e metódica. Harper me lançou um olhar que lembrava um cachorrinho molhado e desamparado, ele claramente parecia magoado por eu não ter o chamado para minha apresentação.

— Poderia ter me avisado, queria muito ter visto você cantar.

Dei uma mordida no bacon, sentindo a crocancia em meus dentes.

— Não se preocupa, vou estar lá quase todos os dias. Pode me ver quando quiser.

Meu pai deu uma última colherada do ovo e me lançou uma piscadela afetuosa antes de se levantar. Ele colocou o prato na pia e, enquanto se endireitava, pude notar como estava bem arrumado, exibindo a aparência de um professor dedicado. Mesmo estando bem arrumado, pude notar que sua camisa não estava cem porcento passada e sua gravata estava meio torta. Um sorriso pequeno surgiu no canto de meus lábios, meu pai sempre tentou passar uma boa impressão e mesmo sem a ajuda de uma esposa para passar suas roupas ou ajustar a sua gravata ele ainda estava se saindo muito bem.

Antes de sair, ele se dirigiu ao balcão da cozinha, onde pegou seus óculos de grau e uma pasta volumosa, repleta de papéis organizados.

Em seguida, ele se aproximou de mim, inclinou-se e plantou um beijo carinhoso em minha bochecha, um gesto que transmitia tanto amor quanto um desejo silencioso de um bom dia. Com um último olhar rápido, ele saiu, fechando a porta com um som que ecoou pela casa, marcando o início de mais um dia de trabalho.

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