CAPÍTULO 10

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Fairview, New Jersey Ano 2017

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Fairview, New Jersey
Ano 2017

Era como se o peso do mundo inteiro estivesse enroscado em minhas costas, um fardo esmagador que nem mesmo eu estava conseguindo carregar.

As coisas estavam extremamente difíceis. Meu pai está na reabilitação a dois meses e eu venho lutando para conseguir pagar as despesas do meu apartamento, porque, aparentemente minha mãe não tem condições e nem psicológico para lidar com um ambiente de trabalho agora.

O lugar que eu estava trabalhando me pagava apenas o suficiente para cobrir com os custos da minha moradia e alimentação. O dinheiro que eu precisava para pagar meus medicamentos da diabetes eu conseguia fazendo bicos em bares usando do meu dom para arrancar dinheiro do bolso de cada rico que vai para encher a cara. Esses bicos eram minha única forma de garantir os recursos necessários para o tratamento.

Eu precisava regrar a quantidade de comida por que não tinha dinheiro para comprar alimento o suficiente para minha mãe e eu.

Eu estava tão exausta que poderia me jogar no sofá da sala naquele momento e dormir por dois dias seguidos. No entanto, a necessidade de cuidar da minha saúde era mais urgente. Precisava tomar minha insulina e comer algo imediatamente, pois o aparelho de monitoramento de glicose grudado no meu corpo não parava de apitar incansavelmente.

Com minha mão esquerda, alcancei a maçaneta da porta, sentindo o frio do metal contra minha pele. Com um movimento firme, girei-a, ouvindo o suave clique da fechadura ressoar pelo corredor silencioso às minhas costas. O som reverberou no ambiente tranquilo, quebrando momentaneamente o silêncio e anunciando a iminente abertura da porta.

Com dificuldade, consegui abrir a porta, lutando para empurrá-la devido ao obstáculo inesperado que encontrava no chão. Ao olhar para baixo, percebi uma infinidade de garrafas de vidro vazias espalhadas por toda a superfície. Com um misto de frustração e nojo, comecei a chutar as garrafas para longe, tentando afastá-las do meu caminho. O odor penetrante do álcool, denso e insuportável, parecia invadir meu cérebro com cada passo que dava. Finalmente, ao conseguir adentrar o apartamento e fechar a porta atrás de mim, a sensação de repulsa e a poluição olfativa permaneciam intensas.

Meu estômago se revirou ao ver a bagunça que aquele lugar se encontrava. As roupas sujas estavam espalhadas por cima da ilha da cozinha, enquanto garrafas de vidro se encontravam espalhadas pelo chão, pela mesa, pelo sofá e até mesmo sobre o rack da televisão. A visão era tão perturbadora que me fez sentir um nó na garganta, principalmente ao me deparar com um prato abandonado sobre a mesa. A mistura duvidosa que estava dentro dele parecia uma sopa que poderia causar danos irreparáveis a quem a provasse.

No entanto, meu corpo congelou ao ver a figura que causara toda essa bagunça, deitada no sofá. Com uma garrafa de uísque firmemente agarrada, ela roncava tranquilamente enquanto um comercial de roupas transmitia na televisão ligada.

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