CAPITULO 09

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Fairview, New JerseyAno 2019

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Fairview, New Jersey
Ano 2019

Por um pequeno momento, tive a sensação de estar no céu. Senti a luz branca e intensa queimar meus olhos, e, com um esforço colossal, consegui abri-los totalmente. Parecia um esforço monumental abrir o olhos naquele momento, como se minhas pálpebras pesassem toneladas. A forte luz me cegou por alguns segundos, mergulhando-me em um curto período de escuridão. Aos poucos, comecei a me adaptar com a claridade insistente.

Onde eu estou?

Como vim parar aqui?

As perguntas martelavam em minha mente enquanto eu ajustava minha visão no local. Foi então que ao me mexer senti vagamente minha mão doer, ao vasculhar o meu braço. Percebo então o grande acesso venoso cravado na parte superior da minha mão, de onde um fino tubo liberava algum tipo de medicamento. Foi nesse exato momento que minha ficha caiu. Eu estou em um hospital. Não podia ser. Não, não, não.

O que eu estava fazendo aqui? Eu não podia estar aqui!

Antes que eu pudesse arrancar o acesso venoso da minha mão, meus olhos se fixaram em uma figura reclinada na poltrona ao meu lado. Os cabelos loiros caindo em cascata sob seu rosto, criando uma moldura suave, quase sublime, e as bochechas coradas retratavam uma cena que podia ser magnífica, caso não fosse Damon o dono daqueles cabelos.

Ele abriu os olhos lentamente, um bocejo escapando enquanto seus dedos passavam distraidamente pelo cabelo bagunçado. A quanto tempo ele esteve ali? O silêncio da sala parecia preencher o espaço à nossa volta. Quando finalmente notou que eu estava acordada, Damon ficou parado, seus olhos arregalados por um breve instante, fixos em mim de uma forma que eu nunca tinha testemunhado antes. Ele pigarreou, e, ao se dar conta de que me encarava por tempo de mais, desviou seus olhos esmeraldas, tentando recuperar a compostura.

O garoto apoiou os cotovelos no joelho, agora me encarando com um olhar totalmente diferente do que antes. Damon me fitava com uma intensidade mortal, totalmente bravo e irritado. Seus olhos, antes espantados, estavam agora incendiados como se algo terrível houvesse acontecido.

— Como foi a soneca, bela adormecida? — foi então que ele finalmente falou, sua voz fazendo até meus ossos estremecerem.

— Por que me trouxeram até aqui? — disparei irritada, eles fizeram uma péssima ideia me trazendo aqui. — Não posso pagar pelos custos desse hospital.

— Esperava que fôssemos deixar você morrer na porta do nosso estúdio? — ele se inclinou. — Nossa reputação iria para o brejo. Imagina? "Garota morre em estúdio de uma banda de rock"

Ele imitou a voz de um jornalista, gesticulando com as mão dramaticamente. Revirei os olhos com aquela encenação patética.

— Vocês acabaram com minha vida! Não tenho a porcaria do dinheiro para pagar as despesas médicas desse hospital.

Uma Canção Para DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora