CAPÍTULO 13

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Fairview, New Jersey Ano 2019

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Fairview, New Jersey
Ano 2019

Não tivemos muito tempo para se arrumar. Liv pegou um vestido casual no meu guarda-roupa, um que continha estampas floridas e não chegava à altura dos tornozelos. Ela amarrou o cabelo cacheado em um coque frouxo e passou um pouco de rímel e batom nos lábios.

Eu tive que improvisar o máximo para conseguir uma roupa digna, o que me levou a ficar quase dez minutos em frente ao armário mordendo o canto dos lábios vasculhando cada centímetro daquele lugar. No final, escolhi uma blusa de compressão branca sem mangas longas, vesti uma saia colada que descia até antes dos joelhos e coloquei uma meia calça fina — parecia com as que eu me lembrava de usar quando era criança.

Me certifiquei de que a blusa tampasse meu abdômen, mas era inevitável não esconder o medidor de glicose ao lado do meu corpo. Contudo, não me preocupei tanto, todos os garotos já sabiam da minha condição agora, não faria mais sentido eu ficar escondendo.

Ou talvez eu não quisesse admitir que eu me sentia observada com aquele aparelho grudado em mim.

Joguei um cardigan de tricô por cima de mim no final, tampando parcialmente o aparelho. Notei que havia uma pequena mancha azul na parte do ombro, mas era quase imperceptível aos olhos, então apenas passei a mão numa tentativa falha de limpar e me apressei para o carro junto com Liv.

As coordenadas que Kai havia me passado davam em um restaurante que ficava a alguns poucos quilômetros do lago Lookout, portanto o lugar ficava um pouco afastado da cidade.

O restaurante era lindo e quando descemos do carro desejei ter vestido uma roupa mais elegante e me maquiado melhor, porém agradeci mentalmente por ter pego meu cardigan, pois aquele lugar estava congelando.

Da entrada, pude notar uma enorme espécie de salgueiro no meio do restaurante, suas folhas eram de um verde vibrante que contrastava harmoniosamente com as cores neutras do lugar. O chão ao redor do salgueiro estava repleto de pequenas folhas, mas os funcionários prontamente passavam de forma rápida as vassouras, tirando todo aquele manto colorido do chão.

Olivia suspirou ao meu lado, consegui notar que ela também admirava aquela arvore grandiosa no meio do saguão, encantada pela estrutura anatômica do lugar e a arquitetura tropical.

Aquela arvore ali representava um símbolo de respeito, um ditado silencioso de que os proprietários a mantiveram ali pelo simples motivo de que eles estavam invadindo seu território e que, de forma respeitosa, manteriam ela em seu lugar.

— Como nunca ficamos sabendo desse lugar? — Olivia estava boquiaberta ao meu lado.

— Eu fico surpresa de como você nunca ficou sabendo desse lugar. — Dei alguns passos andando em direção a arvore e passando ao redor dela. — Tenha certeza de que eu nunca entraria aqui, só se fosse lavar os pratos depois de comer.

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