CAPÍTULO 11

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Fairview, New Jersey Ano 2019

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Fairview, New Jersey
Ano 2019

Tive que ouvir uma ligação de uma hora e meia do meu pai, na qual ele me acusou de ser irresponsável e afirmou que eu poderia ter morrido devido à minha negligência.

Durante todo esse tempo, permaneci em silêncio, apenas concordando com suas palavras. Quando ele finalmente parou de falar, esperei alguns minutos antes de desligar o telefone, ainda processando tudo o que havia sido dito.

A única parte com a qual eu ainda não conseguia me acostumar, após o retorno de meu pai da reabilitação, era a sua constante urgência em me proteger. Ele demonstrava uma necessidade enorme de recuperar o tempo perdido e de remediar as suas ações passadas.

Eu realmente o entendo, mas, sendo uma garota criada em um ambiente totalmente conturbado, aquilo era algo extremamente novo para mim.

Já faziam vinte e quatro horas que eu estava presa naquele maldito hospital, sem a menor chance de tomar um banho descente. A sensação de estar sem banhar e desarrumada aumentava meu desconforto. Embora eu não quisesse parecer ingrata aos meninos, mas eu esperava que tivesse pelo menos um banheiro ali naquele quarto.

Eu precisei me "banhar" com um lencinho de bebê e depois passar um perfume para camuflar qualquer cheiro duvidoso que estivesse em mim, embora eu não esteja cheirando mal.

Olivia estava me ajudando com tudo depois que os garotos foram embora. Precisei passar meia hora explicando que não tive tempo de avisá-la, e que meu celular esteve longe de mim até pouco tempo. Mas, Olivia insistia em dizer que eu deveria a ter avisado no minuto seguinte que eu havia acordado, apesar disso, eu sabia que mesmo se lembrasse, eu não ligaria. Eu detestava ser um fardo para as pessoas, acho que essa parte em mim foi moldada com muito cuidado a um tempo atrás.

Vesti minha jaqueta de couro por cima de uma blusa com mangas compridas porque sabia que lá fora estava frio, mas também não queria deixar de me manter estilosa.

Eu estava saindo do hospital. Graças a Deus, viva.

Aparentemente meus níveis de glicose foram equilibrados devidamente e que não precisava tomar a insulina até amanhã, eles se certificaram em me dar uma caixinha com dez doses que o governo disponibilizou e me disseram para me manter hidratada, bem alimentada e principalmente: viva.

— Coloquei sua roupa suja naquela sacola.

Olivia apontou para o sofá onde se encontrava a sacola.

— Meu carro já está lá fora, a gente só precisa passar na recepção para o médico dar sua alta. — explicou ainda me encarando.

As vezes eu queria apenas permanecer calada, na maior parte do tempo prefiro simplesmente escutar o que Olivia diz ao invés de conversar. Sinto que minha vida não é tão interessante para pessoas como ela pararem para ouvir.

Uma Canção Para DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora