CAPÍTULO 06

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Fairview, New JerseyAno 2019

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Fairview, New Jersey
Ano 2019

Despertei de repente, incomodada pelo brilho insistente da tela do meu celular, que interrompeu meu sono. Com uma lentidão quase exasperante, forcei minhas mãos a se moverem até a mesinha de cabeceira ao lado da cama, onde o aparelho descansava. O esforço parecia monumental naquela manhã.

Eu não consegui dormir nada esta noite. Passei grande parte da madrugada praticando várias técnicas no violão e aprendendo uma música nova no teclado. Meu objetivo era tocar com perfeição quando fosse o momento de me apresentar no Grain's. Eu estava determinada a dar o meu melhor, mesmo sabendo que havia noventa por cento de chances de não ser aceita na banda. Damon me detesta. E, para ser sincera, eu também detesto Damon. E assim nossa vida continua.

Ao desbloquear o celular, noto um número desconhecido na tela. Ainda grogue de sono, esfrego os olhos com firmeza, removendo todo o embaçado e as remelas acumuladas nos cantos. A claridade da manhã começa a inundar o quarto, e me sento lentamente sobre os joelhos na cama, sentindo o frescor do lençol deslizar suavemente por minhas coxas, revelando meu pijama de ursinhos cor-de-rosa.

Abro o chat de mensagens e finalmente descubro quem era a pessoa que, nas primeiras horas da manhã, perturbava minha tranquilidade com essas notificações. Para minha surpresa, era JJ.

"Vamos nos encontrar no Carney's às 11:00 a.m"

"Damon estará lá, por favor tentem não derrubar a lanchonete."

Respondo com um emoji de joinha. Considero duas possibilidades sobre o que pode acontecer quando eu chegar naquela lanchonete. Na primeira opção, Damon me humilha, resultando em uma briga que definitivamente me excluirá da lista de escolhidas. Na segunda opção, chego ao local e decido não interagir com Damon, optando por ignorá-lo durante toda a manhã, o que poderia evitar conflitos e todos vivem felizes para sempre.

Como é possível que duas pessoas que acabaram de se conhecer se odeiem tanto?

Para ser honesta, uma parte significativa de mim sequer desejava ir. Enfrentar JJ depois de ontem era uma tarefa árdua. Eu não sabia como os garotos me viam, ou mesmo se gostavam de mim. O que eu sabia com certeza, porém, era que minha voz havia provocado algum impacto neles.

Levantei da cama em um sobressalto, a coberta, desalinhada com meu movimento, deslizou para o chão em um emaranhado de tecido. Antes que eu pudesse dar mais um passo, tropecei no tapete macio, quase perdendo o equilíbrio. Instintivamente, estiquei o braço e me apoiei na mesinha de cabeceira, onde os objetos balançaram com a força do impacto. Ótimo! Já começamos bem.

Reviro o guarda-roupa em busca de uma calça jeans de cintura alta e uma blusa, sem me preocupar em montar um visual elaborado. Não estava com disposição para me arrumar toda, então preferi por uma calça que fosse mais folgada e confortável. Acabei escolhendo uma blusa branca que, além de simples e prática, cobria completamente a cicatriz no meu abdômen.

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