Capítulo 2: Ameaças.

33 9 10
                                    

Quem eu sou?
Quem eu fui?
Eu ainda estava um pouco sonolento, então, informações sobre mim mesmo ainda estavam no fundo da minha mente.
Mas, em poucos minutos, essas mesmas informações "voltam para a superfície".

"Quem eu sou?'
Eu sou Nightmare Joku.

"Quem eu fui?"
Isso não importa agora, não é?

O alarme estridente em meu celular continua a tocar.
Tenho vários compromissos hoje, então, não irei ficar "procrastinando muito".

Me levanto, pego meu celular e desligo o alarme.
Certo, vamos lá então.
Começar mais um dia.

Pensei em arrumar minha cama, mas, eu tenho empregadas para isso, não?
E, além disso, hoje será mais um dia daqueles, onde eu tenho milhões de coisas para fazer em poucas horas...
Arrumar a cama só me atrasaria.
E eu não sou o tipo de pessoa que é atrasada.

Vou até o banheiro e, ali no canto, minha roupa já estava dobrada, pronta para ser usada: uma camisa social preta, uma calça jeans azul escuro, um par de meias brancas, um par botas pretas tamanho quarenta, e um dos meus relógios chiques.

Depois de um tempo, saio do banheiro, já com rosto lavado, os dentes escovados, banho tomado e vestido.
Saio do meu quarto e sorrio de orelha á orelha.
Não trapaceei.
Não roubei.
Não matei.
Não fiz nada de errado.
Consegui essa mansão com puro esforço, como o grande trabalhador que eu sou.
É tão bom acordar e saber que venceu na vida, não?

Desço as escadas e vou até a cozinha.
Algo está errado.
A merda do meu café da manhã não está pronto.
Já são oito da manhã.
Eu terei que ter uma conversinha com essa minha "empregada".

Começo á bater o pé de raiva.
A tal empregada olha para trás e percebe minha presença, assustada.
Dou um sorriso.
Isso que dá ser tão lerda assim.

Em poucos minutos, já estou comendo meu café da manhã calmamente.

Depois de terminar o meu prato, chamo aquela empregada lerda para o meu escritório.

— Por que você me chamou aqui, Senhor Nightmare? — ela pergunta.

— Vou ser direto com você. — uma pausa. — Olha, não é nada pessoal, mas, acho que você não foi feita para ser empregada...

— Como assim...?

— Você sempre se atrasa... — na verdade, ela só se atrasou uma vez, mas, eu não me importo nem um pouco com isso.

— Mas... 

Não me atrapalhe. Como eu falei antes, você sempre se atrasa, sempre quebra as coisas, é lerda demais... — metade dessas coisas eram mentira. Ela nunca quebrou coisa alguma. Ela era até mais rápida que as outras empregadas. Algumas mentiras não fazem mal, não é? — Eu não queria fazer isso. Eu sei que você tem uma vida difícil fora do cenário de trabalho, mas, infelizmente, terei que te demitir. Dói mais em mim do que em você. Enfim, foi bom trabalhar com você. Tenho certeza que alguém como você vai conseguir encontrar um novo emprego rapidinho! — termino meu "discurso" com um sorriso falso no rosto.

Eu tive que descontar minha raiva em alguém, não é?
Eu já tenho muitas empregadas, demitir uma delas não vai fazer mal á ninguém.
Quando me dei conta, ela já não está mais no meu escritório e, ao fundo, escuto a Porta dos Fundos da casa se fechando.

Arte Cheia, Coração Vazio - ErrorInk.Onde histórias criam vida. Descubra agora