eu entendo querer mais...

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Pedro Palhares, ABR

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Não sei quanto tempo eu dormi, não sei quantas vezes paramos, não sei que horas são…

Só sei que chegamos.

Finalmente, afinal parece ter passado uma eternidade dentro daquele carro. Eu e minha mãe estamos em uma pousada na perto do centro da cidade. Já que a fazenda dos meus avós fica um pouco distante de tudo, decidimos que antes de irmos para lá seria melhor descansar um pouco.

Essa é uma ideia boa, mas não poderemos ficar por muito tempo, pois minha vó faz questão de que estejamos lá o mais rápido possível.

Aqui é um lugar bonito, bem arejado, com bastante natureza. Traz um ar bem rústico na verdade, com muita madeira em tudo. É lindo esse lugar.

Agora, como está quase de noite, tem poucas crianças no local, só algumas no parquinho, mas parece que aqui é um lugar bem Alegre e cheio de energia infantil. Alguns pais gritam com seus filhos, outros brincam com eles… cada um de um jeito, do seu jeitinho especial.

Eu gosto da energia que as crianças trazem, é uma alegria imensa ter um serzinho desse ao seu lado. Estou até mais animado em reencontrar minha priminha, pois a última vez que a vi tem uns dois anos, mesmo parecendo que fazem séculos. Ela é uma menina muito inteligente, até mais que eu, talvez. Isso porque ela só tinha três anos, agora a mesma tem cinco. Ela deve estar tão crescida.

— Vamos logo, Pedro! — Minha mãe me entrega uma mochila. — Pare de olhar as crianças e ajude sua mãe.

— Por favor, pegue a maleta que está no banco de trás?

— O que tem aqui dentro? — eu coloco a mochila nas costas e retiro a maleta de suas mãos.

— São minhas câmeras. — seguro a maleta pela alça. — Mais alguma coisa?

— quantas você trouxe? Nós já conversamos sobre isso, Pedro. — ela fecha o carro e entramos oficialmente no local.

Não é muito diferente do lado de fora, tem a mesma vibe rústica e um ar Alegre. Aqui dentro é mais colorido e tem mais decorações. A atmosfera é bem diferente da de qualquer outra cidade que eu já fui, e não é querendo me gabar, mas não foram poucas cidades.

— trouxe minhas favoritas, umas quatro. Por quê? A senhora sabe que eu gosto… — digo a última parte um pouco irritado.

— Não quero discutir agora, Pedro Augusto. Outra hora conversamos.

Ela vai fazer check-in e eu me sento em um sofá cor de vinho, que por sinal, é muito macio e confortável. Tiro uma das câmeras da maleta, a minha preferida, a que o meu pai me deu, a primeira coisa que ele me deu. Sim, ela é bem velha.

É uma filmadora dos anos 90 muito bem conservada e, sinceramente, eu acho a imagem dela muito boa para algo feito na época. Eu tenho uma grande impressão de que meu pai sempre soube qual seria a minha paixão, eu não tinha nem um ano direito e já estava recebendo uma câmera de presente! Algo não muito normal, não é mesmo?

Enquanto crianças e bebês ganhavam brinquedos, roupinhas, bonecos e outras coisas infantis, eu estava aprendendo como mexer naquele troço, que foi uma tarefa muito difícil para um bebê de um ano e seis meses. Eu só fazia qualquer coisa e apertava em qualquer botão aleatório. Mas no final saiam umas fotos aceitáveis para um bebê, mesmo eu não tendo nenhuma noção do que estava fazendo.

Acho que é algo que ele previu, mas minha mãe não gostou da ideia de audiovisual, cinema, fotografia nem nada disso.

Para ela isso é apenas um hobby, e sabe, eu queria poder trabalhar com isso. É um sonho meu que não vai ser possível pois tenho que estar pronto para assumir a empresa de meu pai, já que eu tenho 75% das ações. Isso é muita coisa pra mim, e a minha mãe ainda deseja que eu estude direito.

Eu vou fazer isso pois é a empresa do meu pai.

— Sobre as câmeras, a gente conversa amanhã quando chegarmos na fazenda. — minha mãe pega a mochila que estava no meu colo e começa a andar. Eu vou junto.

— Eu só queria ter opções para tirar algumas fotos, sem assunto de faculdade, ok?

— Tá, vamos dormir. — Ela abre a porta do carro e pula em cima da cama.

— Eu vou tomar banho.

— Vai lá.

Entro no banheiro e respiro fundo tentando acalmar os nervos. Não sei como vai ser daqui para frente.

Fico lembrando, ou melhor, tentando lembrar de algumas coisas que aconteceram da última vez que visitei Américo. Eu era bem pequeno. Foi um ano e tanto.

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QUE DROGA, EU SOU PÉSSIMA !!
aff, ignorem isso.
Eu só quero começar a parte "boa"
É isso, beijos.
Votem e comentem!

★capítulo revisado
★769 palavras       

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