Boa Leitura! ♥
“Sábio é o pai que conhece o seu próprio filho.”
~ William Shakespeare
A viagem para Busan serviu para renovar minhas esperanças, não somente pelo pedido de namoro ou pelas pessoas incríveis que reencontrei, mas por sentir que no fundo há inúmeras chances de ser feliz. Com isso, retornei com mais ânimo para minha rotina, inclusive com a liberação do médico para voltar a dar aulas.
No entanto, optei por não intervir na rotina da professora que tem cuidado dos pequenos. Em conversa com a direção, confirmei meu retorno apenas no ano seguinte, mas deixei pagas todas as mensalidades para que Taeil conseguisse concluir já que sua mãe aceitou a bolsa.
Fiquei feliz em saber que mesmo quando estava atravessando o inferno, pude fazer diferença na vida de um dos meus anjinhos. Por falar neles, passei brevemente na sala para cumprimentá-los, interrompendo a aula de arte ministrada por Taehyung.
Saí da escola com a roupa cheia de tinta, mas com o coração quentinho depois de tantos abraços. No entanto, não foi o primeiro compromisso da minha sexta-feira. Ao retornar para o apartamento com Hoseok, nos deparamos com meu pai no hall de entrada do edifício, sendo barrado pelo porteiro já que tirei o nome dele da lista autorizada a nos visitar.
– Pai? – indaguei, tendo a atenção do alfa que aparentava ter vindo sozinho. – O que o senhor faz aqui?
– Vim visitar meu filho, mas descobrir que estou proibido de acessar o prédio. – disse ele, aparentando estar mais constrangido do que com raiva. – Tem tempo para esse velho? Podemos ir naquela loja de conveniência no final da rua.
– Eu... – fiquei pensativo por um instante, então encarei Hoseok que acenou indicando minha autonomia. – Vou conversar com ele por alguns minutos, Hobi. Ligo para você caso seja necessário.
– Vou estar com os ouvidos atentos em casa. – disse o beta, então entregou o comando da cadeira nas mãos do meu pai. – Não precisa se exceder. Se ele for estúpido, me ligue que vou ir até lá resolver.
– Obrigado, amigo.
Meu pai seguiu empurrando minha cadeira pela calçada até a loja de conveniência, onde me deixou em uma mesa do lado de fora e seguiu para dentro do estabelecimento para comprar alguma coisa. O alfa não demorou a voltar com dois copos de gelo, sachês de suco e duas tortinhas para comermos durante a conversa.
Como nos velhos tempos, ele preparou a bebida para mim, e se sentou em uma cadeira de frente para mim, para que pudéssemos conversar melhor. O silêncio persistiu por longos minutos, não parecia haver palavras, assim como sua expressão demonstrava um cansaço estranho junto a pitadas de arrependimento.
– Você parece mais saudável. – disse ele, observando atentamente meu rosto. – Como tem passado?
– Feliz.
– Certo. – o alfa murmurou um pouco sem graça, desviando o olhar em determinados momentos. – Você esteve em Busan recentemente, Jimin?
– Sim. – respondi, provando um pouco do suco de melancia que ele comprou e fez questão de preparar em seu melhor modo pai atencioso. – Fui com meu namorado.
– O seu o que? – indagou surpreso. – Você foi sozinho com um completo estranho, Park Jimin? É para se arriscar dessa forma que decidiu sair de casa?
– Abaixe o tom de voz, por favor. As pessoas à nossa volta não precisam saber o quão disfuncional é isso que o senhor chama de família. – o mais velho recuou pela forma que falei, parecendo assustado ao ser tratado com frieza. – Que moral tem para dizer que ele é um estranho? O senhor mal se recuperou da morte da mamãe e já enfiou aquele demônio dentro de casa, ele sim é o desconhecido.
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Reasons To Believe 🌹 JIKOOK ABO
Hayran KurguA família Park sempre foi uma das mais tradicionais de Busan, até o acidente misterioso que deu fim a vida daquela pobre ômega e deixou seu filho sobre uma cadeira de rodas. O inferno de Jimin se deu início naquela fatídica manhã chuvosa, e mesmo de...