EPISÓDIO 5

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Ao chegar em casa, Daniel senta no sofá e em sua mente vem as palavras que Ana lhe disse no hospital.

- Não me chame de amor. - Ana se exalta. - Eu nunca fui seu amor, como você foi o meu. Sempre te amei, sempre te perdoei. O amor tudo suporta, mas isso já está insuportável. Não me toca, não me olha. Apenas saia daqui se ainda você tem alguma consideração por mim! - Ana se sentia aliviada, por dizer tudo que a tempos, a sufocava.

Ele aperta a almofada ao seu lado com muita força.

- Ai, ai...- Ele suspira. - Eu dei uma vida de luxo a essa mulher. Dei filhos, perdi meu tempo nesse relacionamento e é assim que ela me trata.
- Papà! - Grita Saulo enquanto desce as escadas correndo. Ele pula no sofá e abraça o pai. - E a mamãe? Onde ela está?
- No hospital ainda, filho. Mas acho que daqui a pouco ela chega.
- E a Aurora? Ela já nasceu?
- Não. Ainda não é a hora. - Daniel diz com uma indiferença na voz.

Saulo observa o rosto do pai e vê que ele está bravo.

- Aconteceu alguma coisa, papà? - Pergunta o menino intrigado.
- Sua mãe, Saulo, ela está vendo coisa onde não tem.
- O que foi dessa vez? - Ele fica curioso.
- Eu estava no trabalho, e ela disse que eu estava com outra. Você acredita?
- Como assim?
- Filho, eu estava trabalhando, e como você bem sabe, a Verônica é a minha secretária e responsável pelas ligações, certo?
- Sim, mas o que tem a Verônica nessa história?
- Ela quem atendeu a ligação, e a sua mãe jura que eu estava com a Verônica. Eu NUNCA iria trair a sua mãe, filho mio.  - Daniel responde.
- Sei que não, papà.
- Ainda bem que sabe. - Ele abraça o menino. - Ela vai inventar mentiras para nos afastar. Não acredite nelas.
- Pode deixar.
- Talvez, ela faça isso porque já tenha outro. - Ele olha para Saulo. - Mas não se preocupe. Independentemente do que aconteça, eu sempre serei o seu papà.

-

No quarto do hospital, Ana espera o médico para receber alta.

- Seu filho não muda, dona Giovanna. - Diz ela para a sogra. - Quantas vezes eu pedi pra ele mudar e nada ele fez.
- E eu fico triste com isso. Ele cada dia que passa se torna igual ao pai. E eu sinto muito, Ana.
- Eu também. Nossa família está se destruindo. - Uma lágrima cai do seu olho.
- Eu mais uma vez, sinto muito. - Ela passa a mão na cabeça de Ana. - Vou beber água e já volto. - Giovanna beija a testa de sua nora e sai.

Ana mira a parede em sua frente refletindo sobre a situação enquanto chora.

- Com licença. - O médico entra no quarto. - Paciente Ana Felizardo Conti...?

Ana se dispersa de seus pensamentos e olha para o médico. Ela toma um susto quando percebe quem é a pessoa.

- Não acredito... Diogo? - Ela enxuga as lágrimas do seu rosto.
- Sabia que esse nome não me era estranho. - Ele sorri e corre para abraçar Ana. - Que saudade de você, meu anjo.

-

- Beatriz? - Zeca ascende a luz do quarto e percebe que Bia está chorando.
- Filha? Não fica assim, meu amor. - Ele senta na cama e acaricia seus cabelos.
- Não vou conseguir viver sem ela, pai. Não vou. - Beatriz chora.

Zeca, comovido com a situação, deita ao lado de sua filha e ela põe a cabeça sobre o peito do pai que faz cafuné em sua cabeça.

- Como eu te disse lá na sala hoje mais cedo, eu estarei sempre ao seu lado. Sempre. E a sua mãe não ia querer te ver assim.
- Mas ela não tá aqui pra ver isso. - A menina diz ainda chorosa.
- E eu sinto muito por isso. Mas não vamos nos entregar a tristeza, tá bom? Vamos ser fortes. Eu pra você e você pra mim.
- Promete?
- Prometo! - Bia soluça.

Ele a beija na cabeça.

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