PENÚLTIMO EPISÓDIO

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Zeca chega do trabalho e observa Beatriz sentada no sofá assistindo TV. Ao vê seu pai, a menina corre até ele.

- Que saudades, papai. - Diz ela enquanto o abraça.
- Também senti muito a sua falta. - Ele retribue o carinho. - Tenho uma novidade.

O homem a pega no colo e gira com ela pela sala. A menina começa a gargalhar, e segundos depois, ambos se sentam. Ele então tira do bolso um convite.

- Fomos convidados para o casamento do senhor Daniel. - Zeca balança o papel.
- Ele vai mesmo se casar com aquela mulher? - Questiona a menina.
- Vai. Eu já tentei conversar com ele sobre isso. Sei lá, fazer esse homem tentar se acertar com a dona Ana, mas Daniel não quer saber desse assunto.
- Ele já é adulto, sabe o que faz. - Comenta a menina.
- Isso mesmo, guriazinha. - Ele toca com o dedo na ponta do nariz dela. - Agora... Você precisa de uma roupa nova para ir ao casório. Mas temos um problema.
- Qual?
- Comprar algo pra você. Meu negócio é vinho, uvas, vinha... - Ele se levanta pensativo. - E não vestidos.
- Mas papai, eu...

A conversa é interrompida por batidas na porta. Zeca abre e vê Diana em sua frente.

- Vim saber se está tudo bem. - Diz ela.
- Coincidentemente, eu estava precisando da sua ajuda. - Comenta o homem. - Entra.

A mulher se dirige até Beatriz que revira os olhos vendo Diana.

- Preciso que você leve a Bia até alguma loja e escolha um vestido para ela ir a um casamento. - Fala Zeca. - Poderia fazer isso por mim?
- Claro. - A mulher se anima. - Vou te ajudar com certeza. Vamos passar a manhã juntas, Beatriz. Você vai amar.
- Aham. - Diz a menina contendo a raiva.

-

Nasce mais um dia em São Paulo. Saulo e sua avó tomam café da manhã, e Giovanna logo nota a tristeza no semblante do seu neto. Ela pega em sua mão e faz um carinho.

- Não é fácil, mio ragazzo. - Diz a mulher. - Eu sei que não é.
- Incrível como tudo pode mudar rapidamente. - Se entristece o menino.
- Mas você ainda tem a sua mamma e seu papà, Saulo. E eles te amam.
- Mas não estão juntos... - O menino baixa a cabeça. - E mesmo sabendo que é o melhor para ambos... Dói. Tem noção que a minha família acaba hoje, nonna?
- Não fique assim. - Ela passa a mão pelo cabelo dele. - Faça disso combustível para ser alguém melhor futuramente. Não se deixe abater. Você é um Conti, lembre-se disso.
- Está bem.
- Aliás, o que é aquele caderninho que estava com você?
- É onde eu escrevo tudo que acontece comigo. - Comenta ele empolgado. - Tipo um diário.
- Interessante. - Diz Giovanna.

Eles ficam em silêncio por alguns segundos. O menino olha para sua avó, mas exita em falar. Ela percebe e lhe olha como se o autorizasse a perguntar o que queria.

- Nonna... - Diz Saulo com receio. - Quem é aquele menino que está na foto com o papà no seu escritório?

Giovanna começa a tossir após se engasgar com o pouco do suco.

- Isso é assunto para uma outra hora. - Ela desconversa. - Vamos terminar aqui, pois temos que ir ao circo do seu papà. Não é elegante chegar atrasado aos locais, mas nessa ocasião pode.

Eles sorriem da situação.

-

Horas mais tarde, a cerimônia se encerra. E em sua festa de casamento, que acontece nos jardins de sua casa, Daniel está a procura de Saulo e sua mãe que ainda não chegaram. Zeca observa a aflição do homem e se aproxima.

- Aconteceu alguma coisa? Se arrependeu de se casar, não é? - Brinca ele.
- Então...  - Daniel gargalha. - Não é isso. É que já estamos na festa e nada do meu filho e da minha mamma chegarem.
- Se acalma, deve ter havido algum atraso no voo.
- Pode ser. - Ele fita Zeca. - E você e a Diana? Vi quando os dois chegaram juntos.
- Bah... Lá vem você de novo.
- Meu amigo. - Daniel põe a mão no ombro do homem. - Ela é diferente da Verônica. Já é um passo.
- Daniel, nesse momento não. Futuramente quem sabe?!

Eles sorriem e ao virar, Daniel vê sua mãe e seu filho adentrando o local. Ele corre até eles.

- Mio ragazzo. - Ele o abraça. - Que saudades de você.
- Papà. - Saulo retribue o abraço. - Também senti sua falta.

O homem se levanta e beija a mão de Giovanna.

- A senhora está belíssima, mamma.
- Me poupe, Daniel Conti. - Ela puxa a mão. - Me deixa ajeitar essa sua gravata, está parecendo um qualquer.

Verônica se aproxima do trio com a mão na barriga. Ela olha para Saulo que está abraçado a sua avó.

- Olá, queridinho. - Ela estende a mão para o menino. - Me chamo Verônica.
- Então você é a amante do meu papà?! - Ele aperta a mão da mulher. - É um desprazer conhecê-la.
- Como se atreve, pirralho?
- Olha como você fala com o meu neto. - Diz Giovanna. - E ele tem toda razão. Com licença.. - Ela puxa o menino. - Venha, Saulo.

Os dois saem e Daniel fica em silêncio diante da situação.

- Você não vai fazer nada? - Pergunta Verônica irritada.

O homem sorri e olha para ela.

- Esse é o meu herdeiro.

Daniel sai e vai em direção a mesa de sua mãe. Ele ouve Verônica resmungando algo, mas não entende. Ele puxa Zeca e Beatriz vem junto.

- Mamma, lembra dele?
- José Carlos. - Giovanna comprimenta o homem. - Quanto tempo. Aliás, obrigado por cuidar tão bem da vinha. Se dependesse desse aí, estariamos falidos. - A mulher sorri e Daniel revira os olhos.
- Que isso dona Giovanna, é um prazer trabalhar para vocês. - Ele beija a mão da mulher. - Essa é a minha filha, lembra dela?
- Que mocinha linda. - Ela aperta a bochecha de Bia. - Sinto muito pela sua esposa, José.
- Obrigada, senhora.

Saulo observa Beatriz atentamente e fica em silêncio.

- Meu neto?! - Ela cutuca o menino. - Saulo?!
- Oi, Beatriz. - Ele estende a mão. - Como está?
- Muito bem. - Bia sorri e aperta a mão de Saulo.
- Bom, eu sei da sua vontade de conhecer a vinha, filho. - Comenta Daniel. - Beatriz poderia te mostrar tudo. Concorda, José?
- Sim, claro. Ela sabe cada pedacinho daqui. - Responde Zeca.
- Então, vamos? - Pergunta Saulo animado.
- Sim. - Bia concorda.

Beatriz sai correndo e o menino vem logo atrás dela.

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