EPISÓDIO 8

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Após uma longa viagem, Daniel chega em sua casa de campo, e sobe diretamente para seu quarto. Quando adentra o cômodo, ele dá de cara com algumas malas e vestidos jogados pela cama.

- O que está acontecendo aqui? - Pergunta ele a si mesmo.

Ao se virar, ele vê Verônica saindo do closet, com alguns cabides de roupas em suas mãos, e cantarolando.

- Oi meu amor. - Ela beija Daniel na bochecha. - Estou me organizando lá no closet, não precisa se preocupar.
- O que você pensa que está fazendo? - Ele a fita com os olhos.
- Bah! Eu estou me "ajeitando" aqui, oras. Serei a sua esposa, nada mais justo. Daqui a pouco essa casa será minha também, só estou adiantando as coisas. - Ela sorri.
- E quem garante que esse filho é meu mesmo?
- Olha aqui, Daniel Conti. - Verônica pega no rosto do homem e o encara. - Se você acha que eu sou boba igual as outras que você tem por ai, está muito enganado.
- Você é uma cobra, isso sim. - Ele diz debochando.
- E você ama essa cobra. - Empolgada, ela gira se exibindo, e entra no closet com mais algumas peças de roupas.

Daniel se deita na cama, e vê que o porta-retrato com a foto da Ana e do Saulo, que ficava ao lado da cabeceira, não está mais lá.

- Mas você está sabendo da novidade? - Diz Verônica saindo do closet novamente.
- Além de cobra, é fofoqueira... Pois conte.
- A Maria, esposa do Zeca, morreu.
- COMO ASSIM? - Pergunta Daniel surpreso.
- Pois é. Parece que ela teve uma parada cardíaca e faleceu.
- Pobre Zeca.

-

Horas mais tarde, Zeca e Beatriz estão almoçando. Ele nota que sua filha está cabisbaixa e mal encosta na comida.

- Aconteceu alguma coisa, filha? - Pergunta ele a Bia.
- Pai, você pensa em se casar de novo?

O homem se engasga com o suco que estava bebendo.

- Que pergunta é essa, Beatriz? - Ele pega um pano pra limpar a mesa.
- É que hoje eu vi como a Diana te olhava.

Zeca encosta a cadeira junto dela e acaricia a cabeça da filha.

- Meu amor, eu amo a sua mãe. E me casar de novo é algo que nem penso no momento. Quero focar em você e lá na vinha.
- Mas e se a Diana quisesse?
- A Diana é uma boa mulher, mas não. Como eu disse, quero focar em você e no meu emprego. Aliás, o que acha de ir olhar a vinha? Eu sei como você ama aquele lugar.
- Aceito. - Beatriz sorri.
- Era desse sorriso que eu sentia falta.

-

- Oi, Diogo? É a Ana. - Ela liga para seu velho amigo.
- Como não reconhecer essa bela voz? - Responde Diogo.
- Quando você vem aqui em casa pra gente tomar um café?
- Hoje estou disponível, aceita?
- Claro. Pode vir. Mas... Você sabe o meu endereço?
- Sei sim. Eu peguei nos seus dados do hospital.
- Diogo?! - Diz Ana surpresa.
- Perdão. - Ele sorri. - Já chego aí.

Ana encerra a ligação e vai até o quarto de Saulo. Ela abre a porta e vê que ele está jogando videogame.

- Filho? - Ela entra. - Vai querer alguma coisa?
- Um suquinho cairia bem nesse calor insuportável.
- Está bem. Vou trazer pra você.
- Te amo, mãe. Obrigada.
- Ah, filho... Eu chamei um amigo pra vir aqui. Tudo bem?
- Claro que sim.
- Já volto com seu suco. - Ela beija a cabeça do menino e sai.

Saulo perde no jogo e desiste de tentar passar a fase difícil. Ele desliga o aparelho e pega seu caderninho.

São Paulo, 30 de Janeiro de 2005, Domingo

Oi, Caderninho. Tantas coisas vem acontecendo desde a manhã de ontem... Meu pai e minha mãe se separaram e ela teve que ir até o hospital, pois quase perde a Aurora. A gente nunca pode dizer que tudo está bem... É incrível como as coisas podem mudar de um momento para o outro. O bom é que a partir do próximo final de semana, vou ficar com a vovó Dalva. É isso. Boa tarde ;)

Saulo fecha seu caderno e o coloca dentro da gaveta. Ele se senta na cama e em sua mente vem o que seu pai lhe disse durante a conversa que tiveram na noite anterior.

"Talvez, ela faça isso porque já tenha outro. Mas não se preocupe. Independentemente do que aconteça, eu sempre serei o seu papà."

Ele se deita e olha para o teto.

- E agora aparece esse amigo novo... Será que o papà tinha razão? - Saulo se questiona.

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