EPISÓDIO 10

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- Saulo, vamos conversar? - Ana bate na porta. - Filho, por favor?!

O menino finge que não ouve o pedido da mãe que insiste.

- Filho, a gente precisa conversar.
- Ana, deixa ele. - Diogo fala enquanto se aproxima. - Quando ele quiser, ele abre.

Saulo escuta a voz de Diogo e revira os olhos. Depois de alguns minutos, ele se levanta e abre a porta.

- Filho. - Ana o abraça. - Me perdoa?
- Pelo quê exatamente? - Questiona Saulo.
- Por ter escondido de você o meu relacionamento com o Diogo. Eu ia te contar, filho. Nós estamos recomeçando agora e...
- E porquê não contou? - O menino a interrompe.
- Tive medo da sua reação. Eu te prometi que não ia ficar com ninguém por agora, mas é que...
- Não precisa se explicar, mãe. Não estou com raiva... - Saulo finalmente retribue o abraço. - Só estou triste. Achei que tínhamos confiança um no outro.
- E eu confio em você, meu filho.
- Não é o que essa sua atitude mostra.
- Saulo. - Diogo se aproxima. - Eu sou testemunha disso. Sua mãe ia te contar, e...

O menino olha com cara de bravo para Diogo, que se afasta novamente. Ana aperta Saulo durante o abraço. E o silêncio toma conta por alguns segundos.

- Eu vou ao casamento do papà. - Fala Saulo depois de um tempo. - Pode pedir ao motorista pra me deixar na casa da nonna?
- Você disse que não ia. - Ana diz surpresa.
- Agora eu quero. Por favor, faz o que eu pedi.
- Está bem.
- Me deixa sozinho agora?
- Deixo. - Ana o solta. - Eu te amo muito meu filho.
- Eu também te amo.

Saulo enxuga as lágrimas do rosto de sua mãe, ela o beija na testa e sai. Ao fechar a porta, o menino começa a chorar e se deita na cama.

-

No jardins de sua casa, Verônica entrega um pacote com dinheiro a Diana.

- Quando você vai começar a trabalhar? - Pergunta Verônica.
- Quando eu quiser! - Responde Diana de forma ríspida. - Ou você quer que eu conte ao Daniel quem é o verdadeiro pai desse menino?
- Faça isso e estrague tudo. - Responde a mulher. - Aí nem pra mim e nem pra você. Aliás, há possibilidade desse menino ser sim do Daniel.
- Você quem sabe. E ficarei calada... por enquanto.
- E o Zeca? Nada?
- Ele não é igual ao Daniel. O José é um homem correto.
- Já você, não posso dizer o mesmo. Só eu e Deus sabemos o quanto você rezou pra Maria morrer.
- Olha aqui!

Diana levanta o braço pra bater em Verônica, mas ela consegue segurar.

- Você pense duas vezes antes de querer falar de mim. - Diz diana enquanto abaixa o braço. - Se eu não presto, você muito menos. Agora me deixa ir. Até amanhã, irmãzinha.

Verônica observa sua irmã indo embora e revira os olhos. Ela põe a mão na sua barriga, que já está um pouco grande, e começa a acaricia-la. De repente, ela se sente sendo observada. A mulher olha ao redor e não vê ninguém.

- Que estranho. - Diz Verônica a si mesma. - Eu que não fico aqui.

Ela anda rápido e entra em sua casa.

-

- O motorista não pode vir hoje. Ele está com a mãe no hospital. - Diz Ana a Diogo.
- E a Giovanna? Não pode vir aqui buscar o Saulo?
- Giovanna é uma pessoa boa, mas ela gosta da facilidade. Com certeza ela não virá.
- Você quer que eu leve ele? - Pergunta Diogo.
- Não... Eu senti quando ele olhou pra você. Ah! - Ana suspira. - Eu devia ter te escutado e falado logo de nós dois pra ele.
- Mas ele não ficou bravo com você, meu amor.
- Mas ficou triste. Sempre tive uma relação de confiança com ele. Contava tudo para o Saulo sobre o meu dia e ele contava a mim sobre o dele... - Os olhos de Ana começam a lacrimejar. - Nesses últimos cinco meses, foquei no final da minha gestação, tive aquele problema com a depressão e fui perdendo o meu filho aos poucos.
- Não fala isso. - Diogo a abraça. - Não fica assim.
- É a verdade. Enquanto eu perdia o Saulo, Daniel o conquistava. Mas foi a minha ausência que, separou a mim do meu menino.

Ana se levanta e Diogo também. De repente, o homem sente uma leve tontura e cai no sofá.

- Diogo! - Ana se desespera. - O que você tem?
- Nada, só uma dor de cabeça forte.
- Isso ainda é sequelas do...
- Não! - Ele a interrompe. - Isso já faz anos. E eu estou bem, pode ir.

Ela então pega a chaves do carro.

- Vou ajudar ele a organizar a mala e levá-lo a casa da avó. Qualquer coisa, me chama. - Diz ela, que sobe as escadas.

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