- Oi, mamma. - Diz Daniel ao atender o celular.
- De novo, Daniel Conti? - Questiona dona Giovanna.
- Mamma, eu posso explicar.
- Explicar o inexplicável? Filho mio, a sua esposa quase perde a filha de vocês por uma burrice sua.
- Desculpa, eu não queria.
- Desculpas você tem que pedir a Ana, e não a mim. Você já sabe em qual hospital estamos, não é? Buongiorno. - Ela desliga.Em quanto dirige, Daniel mexe no cabelo nervoso com a situação.
-
Após enterro de Maria, Zeca e Beatriz chegam em sua casa. Cabisbaixo, o homem senta em seu sofá. A menina senta ao lado do pai e o abraça.
- Essa casa fica tão vazia sem ela. - Diz Bia com os olhos lacrimejando.
- Bah... É verdade. - Ele suspira. - Agora seremos só nós dois. - Zeca puxa sua filha para mais perto de seu corpo, tornando o abraço mais aconchegante.Ele mira o porta-retrato onde está Maria segurando Beatriz recém-nascida. E em sua mente, vem a lembrança daquele dia.
- Meu amor? - Maria chora segurando um pequeno bebê em seu colo. - Vem ver nossa guriazinha.
O homem se aproxima da cama e beija em sua testa.
- Você conseguiu meu amor. E nossa guria é linda. - Seus olhos brilham olhando aquele bebê tão frágil. - Como irá se chamar nossa pequena?
- Beatriz. O que acha?
- Lindo. Amo vocês.As lembranças são interrompidas por batidas na porta.
- Pode entrar. - Diz Zeca enxugando as lágrimas.
Diana abre a porta e carrega um bolo em suas mãos.
- Eu sei que vocês não comeram nada desde ontem, por isso trouxe isso. - Ela abre um sorriso e leva o bolo até a mesa. - Olha, não sei o que dizer no momento, mas saibam que podem contar comigo sempre.
- Obrigado, Diana. Você é uma pessoa maravilhosa. - Ele sorri para ela. - Agora precisamos ficar a sós.
- Sim, claro. Qualquer coisa é só chamar.Diana se vai, e o silêncio mais uma vez toma conta do ambiente. Beatriz adormece nos braços do pai, e ele lhe beija na cabeça.
-
- Saulinho? - Cida entra no quarto com um sanduíche e um suco. - Fiz pra você, meu amor.
Saulo está deitado em sua cama olhando para o teto.
- Minha mãe já chegou? - Saulo se levanta e senta-se na cadeira que fica perto de sua escrivaninha.
- Ainda não. Mas daqui a pouco ela volta, certo, meu bem?- Cida põe o prato perto de Saulo.
- Você acha que o papà fez algo de errado?
- Não sei. Mas me conta, como você vai na escola? E as namoradinhas? Tem amiguinhos?
- Namorada? - Saulo quase se engasga com o suco. - Não tenho idade pra isso, Cida. E nem tenho amigos.
- Ah, desculpa. - Ela oferece um guardanapo para ele limpar a boca. - É que você tem esse jeito de poeta, escritor e legal, achei que as meninas iam pirar na sua, e você seria cheio de amigos.
- Aí é que você se engana. - Saulo limpa a boca. - Me chamam de estranho só porque eu escrevo coisas no caderninho.
- Então, esqueçamos os amigos um pouco. Vamos falar de sua futura esposa. - Ela pega uma cadeira e se senta ao lado do menino. - Um dia quando você conhecer alguém, como você a imagina?
- Espero que ela me ame, que acredite em mim, que me ajude com as minhas dores assim como eu a ajudarei. E que assim como Cristo ama a sua Noiva, a igreja, eu ame a ela.
- Profundo. - Cida aplaude. - Você é muito bom com as palavras mesmo sendo tão novo.
- Obrigado, Cidinha. Agora deixa eu comer esse sanduíche que está maravilhoso.-
Daniel entra no hospital e encontra sua mãe no corredor. Ela aponta para o quarto onde Ana está. Ele abre a porta, entra, e a vê dormindo. O homem se aproxima da cama e passa a mão pelo cabelo de sua esposa.
- Me perdoa, meu amor. - Sua mão desce até o rosto dela, e começa a acaricia-la.
Ana desperta e vê Daniel parado ao seu lado.
- Tira essas mãos sujas de mim! - Ela vira o rosto.
- Me perdoa, por favor. - Ele implora.
- Pra quê? Pra depois você ir e fazer de novo? Dessa vez não tem mais volta.
- Vai criar seus filhos sem pai? - Daniel tenta convencer a esposa.
- ELES JÁ ESTÃO SEM PAI. SÓ VOCÊ QUE NÃO PERCEBEU. - Lágrimas começam a escorrer pelo rosto de Ana.
- Amor, eu...
- Não me chame de amor. - Diz ela o interrompendo. - Eu nunca fui seu amor, como você foi o meu. Sempre te amei, sempre te perdoei. O amor tudo suporta, mais isso já está insuportável. Não me toca, não me olha. Apenas saia daqui se você ainda tem alguma consideração por mim.
- É isso que você quer?
- Sim. Sai! - Ela exclama.Daniel se afasta da cama e vai em direção a porta.
- Se você acha que vai se livrar de mim, você está enganada, Ana Felizardo Conti. - Ele sai e fecha a porta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Amor É Para Sempre
FanfictionSaulo é um menininho muito doce e inteligente. Filho de Daniel e Ana, ele ama escrever sobre o que acontece no seu dia-a-dia em seu "caderninho". Ele tem uma grande admiração por seus pais, mas tudo começa a mudar quando coisas sobre o seu pai começ...