EPISÓDIO 6

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- Você está lindo com esse jaleco. - Ana observa Diogo dos pés a cabeça e o admira. - Um verdadeiro doutor.
- Muito obrigada. - Fala ele todo tímido. - Mas e você? Como vai a vida? Vejo que já se casou. É a primeira filha de vocês?
- Não. Eu já tenho um rapazinho chamado Saulo. - Ela responde com um sorriso.
- Você se casou com Daniel? - Pergunta Diogo curioso.
- Ah... - Ana respira fundo. - Sim. - Ela responde de forma indiferente.
- Ana, aconteceu alguma coisa? Sua pressão estava alterada. Teve algum estresse?
- Sim, tive. Aconteceram tantas coisas... - Ela assente ao médico e muda de assunto. - Precisamos conversar sobre tudo isso. Mas e você? Casou? Têm filhos?
- Não... - Ele baixa a cabeça decepcionado. - Foquei nos estudos e esqueci da minha vida pessoal. Era o meu sonho que estava em jogo e não quis arriscar.
- Fez bem. - Ana concorda.
- Mas... Não quis esposa porque... - Ele chega mais próximo dela. - Nunca te esqueci. Você sempre esteve presente em meus pensamentos durante todos esses anos.
- Diogo... - Ela se afasta surpresa com a revelação de Diogo. - Apesar de tudo, eu ainda sou casada.
- Me desculpa. Me liga? Esse aqui é o meu número. - Ele entrega seu cartão. - E você já está liberada.
- Muito obrigado doutor. - Ela lhe dá um abraço e já se encaminha para porta. - Te amo, meu amigo. Mesmo que tenhamos passado todos esses anos longe, você também esteve presente em meus pensamentos.

Ana sai do quarto e Diogo a observa encantado.

-

Daniel, já no quarto, vê seu celular vibrando. É Verônica. Ele se senta na cama e atende.

- Já disse pra não me ligar. - Diz ele de forma ríspida.
- Mas disso você vai querer saber, meu amor. - Ela o provoca.
- O que é? - Daniel fica incomodado.
- Parabéns! Você vai ser papai. - Ela sorri.
- O QUÊ? COMO? - Ele da um sobressalto da cama.
- Isso que você ouviu. E ao contrário da Ana, eu não sou inocente e burra. Ou você assume esse filho ou isso virá à tona pra todos saberem. - Verônica ameaça.
- Quem garante que esse filho é meu? - Ele questiona andando de um lado para o outro, assustado com o que está ouvindo.
- Como eu disse, Daniel Conti. Eu não sou inocente e nem burra. Ou você assume, ou a imprensa estará noticiando mais um herdeiro na família Conti.

Verônica encerra a ligação. Daniel fica apreensivo e começa a andar de um lado para o outro.

- MALDIÇÃO! - Grita ele jogando o celular na parede.

-

Saulo joga videogame no seu quarto e ouve batidas na porta.

- Pode entrar. - Fala ele concentrado no jogo.
- Meu neto favorito não vai me abraçar? - Sua avó adentra o cômodo abrindo os braços e um sorriso.
- VOVÓ! - Ele solta o controle e em sua direção retribuindo o abraço. - Que saudades vovó Dalva.
- Eu também estava meu amor. - Ela senta na cadeira e põe ele no colo.- Como você está?
- Nervoso e ansioso. Que horas a mamãe chega? - Ele pergunta cabisbaixo.
- Ela me disse que já está chegando em casa e me pediu pra ver como você estava.
- Ah que bom! Eu não via a hora de te ver e contar que... eu decidi que vou passar o próximo final de semana com a senhora.
- Sério? - Ela a abraça forte. - Vou te mimar tanto, Saulinho.
- Eu sei que vai. Te amo muito.
- Eu também te amo meu amor.

Os dois se abraçam. Saulo se sente animado com a avó que o conforta.

-

Ana entra na casa e vê Daniel sentado no sofá. Ele observa ela caminhar até seu encontro. Ela para e olha para ele firmemente.

- Ana, eu.. - Ele balbucia e é surpreendido por mais uma notícia.
- Acabou, Daniel. Tudo que eu tinha pra te dizer, falei no hospital hoje.
- Você não pode terminar comigo assim. E nossos filhos?
- Ah. - Ana gargalha. - Agora os filhos são nossos, amor? Onde você estava ontem? No aniversário do MEU filho? Ah, lembrei... NA CAMA COM OUTRA! - Ana expressa a sua raiva pelo marido que por muitas vezes a traíra.

Ele se levanta do sofá e pega a mulher pelo braço.

- Olha aqui, você sabe quem a Verônica é na minha empresa. Não faz a sonsa.
- ME SOLTA! - Ela puxa o braço. - Eram onze horas da noite, Daniel. O que você estava fazendo no vinhedo aquela hora?
- É época de colheita, sabia?
- Sim, e você comeu o fruto com muito gosto.
- VOCÊ ME RESPEITA! - Ele aponta o dedo na cara dela.
- Eu dou respeito a quem merece. Admite! Seja homem pelo menos uma vez na sua vida. - Ana tenta um diálogo com o marido.
- SIM! EU ESTAVA COM A VERÔNICA! EU TRANSEI COM ELA! SATISFEITA? - Ele grita perdendo a cabeça. - Pois eu estou satisfeito e muito. - Daniel se aproxima de Ana. - Já que a Verônica não deixa a desejar na cama nunca.
- Seu cretino. - Ana dá um tapa na cara de Daniel. - SOME DA MINHA VIDA!
- Eu vou dormir na casa da mamma. - Ele pega as chaves do carro.
- Vai, aproveita e nem volta. Aliás, só fala com meu advogado agora. Sua mãe passará o contato dele pra você. Quero o divórcio.

Ele bate a porta com força. Ana senta no sofá e começa a chorar.

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