Em seu quarto, deitada em sua cama, Ana pega seu celular e liga para Daniel, sem sucesso. Ela tenta novamente e sua ligação é recusada.
- Por que ele recusou a minha chamada? - Ela se pergunta.
Segundos depois, o seu celular toca.
- Oi querida! - Uma voz feminina em tom de deboche sai do outro lado.
- Quem é você? - Questiona Ana.
- Sou eu, Verônica.
- Não acredito. O que você está fazendo com o meu marido?
- Ele quem me chamou, querida. Já que a esposa dele não o satisfaz na cama, eu estou aqui pra isso.Ana encerra a ligação.
- Não acredito que ele teve essa ousadia novamente. Meu Deus! O que fiz pra merecer isso?
Ana sente uma pontada forte em sua barriga.
- Ai! Aurora não!
-
Em Flores da Cunha, na sua casa de campo, Daniel está saindo do banho, e seca seu cabelo com uma toalha. Ele olha para Verônica que está sentada na cama, com um sorriso malicioso em sua boca. Ele se aproxima dela e lhe dá um selinho.
- Qual o motivo do riso? - Pergunta ele a Verônica.
- Sua esposinha ligou.
- ANA? E não me diga que você atendeu? - Pergunta nervoso.Ela se levanta e anda ao redor dele, passando a mão pelos ombros de Daniel.
- Sim! - Responde ela toda animada.
- E o que você disse? - Nervoso, ele toma o celular da mão de Verônica.
- O de sempre. Que ela não é boa na cama e que você sempre vem até mim... E blá-blá-blá.Daniel liga para Ana, que não o atende. Suas mãos começam a suar com toda a tensão. Ele se veste rapidamente.
- Aonde você vai? - Questiona Verônica.
- Eu vou atrás da MINHA mulher. E você?! Vai embora daqui AGORA!
- Minha roupa.Daniel pega Verônica pelo braço e a põe para fora do quarto.
- É sempre a mesma coisa. - Diz ela pra si mesma. - Depois ele volta.
-
São Paulo, 29 de Janeiro de 2005, Sábado.
Oi, caderninho. Amanheceu e a minha mãe não veio me dar um beijinho de bom dia. Estranho, porque ela sempre faz isso todos os dias. Mas enfim, estou sentindo cheirinho de café vindo lá da cozinha. E como "caféolotra" que sou, já estou indo lá. É isso, bom dia! ;)
Saulo guarda seu caderninho, e corre para cozinha pra tomar sua dose diária de cafeína. O menino desce as escadas, entra no cômodo, e ver Cida, a doméstica da casa, lavando a louça.
- Bom dia, Cida. - Ele a comprimenta ao se aproximar.
Ela não responde.
- Cida? Tá surda? - Ele sorri.
Quando ela se vira, ele vê as lágrimas que escorrem no rosto dela.
- Saulo. - Ela corre para o abraçar.
- Aconteceu alguma coisa?
- Sua mãe, meu amor. Ela foi para o hospital.
- E por que você tá chorando? Provavelmente ela foi dar a luz a Aurora, não? - Saulo fica confuso.
- Ainda não é tempo de sua irmã nascer... E sua mãe não está nada bem.
- O que a minha mãe tem, Cida? Ela morreu?
- Não fale isso, Saulo. Ela não morreu, e vai ficar tudo bem.
- QUERO VER A MINHA MÃE! - Ele grita e seus olhos começam a lacrimejar.Ao sair correndo da cozinha, Saulo esbarra em seu pai.
- O que aconteceu filho? - Daniel o questiona.
- A mamãe, papà. Ela está no hospital.
- Sua mãe no hospital? Mas o que aconteceu? CIDA! - Ele grita. - ONDE ESTÁ ANA? - Fala Daniel desesperado.
- Meu senhor. - Ela surge chorosa em frente a Daniel. - Ela está no hospital muito mal desde ontem.Daniel pega as chaves do seu carro em cima da mesa e sai correndo pela porta.
- Cida, diz que a mamãe vai ficar bem, diz?!
- Ela vai, meu amor. Ela vai. - a mulher abraça o menino que chora sem parar.
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Um Amor É Para Sempre
FanfictionSaulo é um menininho muito doce e inteligente. Filho de Daniel e Ana, ele ama escrever sobre o que acontece no seu dia-a-dia em seu "caderninho". Ele tem uma grande admiração por seus pais, mas tudo começa a mudar quando coisas sobre o seu pai começ...