Capítulo 8

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Pov Rosamaria

Já haviam se passado 8 meses da morte de Annie, Carol tinha voltado a morar na sua casa, mas as vezes, quando estava muito sentimental, dormia aqui, chegava falando que queria ver um filme e depois ia pra casa e no dia seguinte acordavamos as duas no sofá com a televisão ligada. Ela já tinha encaixotado tudo e levado para o porão, aos poucos ia colocando pequenas lembranças de Annie na casa, tínhamos parado de ir para a praia a noite com tanta frequência, íamos apenas uma vez no mês, toda vez que a morte de Annie ficava cada vez mais no passado.

Era a primeira vez que Carol iria sair de casa, depois de tanto tempo pedindo mercado por aplicativo, evitando pessoas, evitando ligações de amigos e familiares. Carol aceitou minha sugestão de ir para a terapia e era a primeira vez que ela estava indo interagir com outra pessoa além de mim, estávamos no meu carro, me ofereci para levá-la e buscá-la, já que estava de folga. A loira passou o caminho inteiro estralando os dedos.

-Estou com medo do que ela vai me falar-diz abaixando o vidro

-Tem medo que ela te fale o que?

-Tenho medo que ela toque no nome da Annie e eu não esteja preparada para contar-ela se vira para mim

-Fala isso pra ela, fala que você gostaria de falar sobre outras coisas até estar pronta-paro o carro na frente da clínica-chegamos

Carol me deu um abraço e desceu do carro, ainda extremamente nervosa, nunca entendi seu medo de terapia, mas também não sei pelo que ela passou para ser assim, aceno do carro quando ela está prestes a entrar, ela acena de volta e adentra a clínica, espero alguns minutos e vou para uma praça ali por perto, me sentindo uma mãe.

Caminho por um tempo, tomo um sorvete e me sento para observar o movimento ao meu redor, o dia estava quente, mas o vento se fazia presente também, assim que abaixei a cabeça para pegar o telefone alguém encosta no meu ombro, me levanto rapidamente.

-Ai que susto Bruninho-digo com a mão no peito

-Que isso, nem sou tão feio assim-ele diz rindo

Eu e Bruninho tínhamos nos afastados depois de tudo, deixamos até a amizade se abalar um pouco, até ele conhecer uma outra menina e tudo voltar ao normal, bom, mais ou menos, agora ele ia menos nas nossas reuniões, mas minha amizade com ele estava ótima novamente, ele se senta ao meu lado.

-Ta esperando quem?

-To esperando a Carol sair da clínica de terapia que tem aqui perto-digo conferindo se não há nenhuma mensagem dela

-Ah...a Carol-ele levanta a sobrancelha e vira a cabeça para o lado

-Ei, que cara foi essa?-dou um tapa em seu ombro

-Sei lá, no começo até fazia sentindo você ficar grudada na Carol, estava sendo o apoio dela...mas agora, já faz um tempo, né? E ela ainda dorme alguns dias na sua casa...você leva ela pra terapia

-Sim, isso que amigos fazem um pelo outro

-Se você diz

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa meu celular apita, leio pela barra de notificação uma mensagem de Carol "Terminei aqui, te espero aqui fora", me levanto em um instante, Bruninho também, lhe dou um abraço e ele retribui.

-Preciso ir buscar minha AMIGA, a gente se vê-digo quase gritando em sua orelha a palavra "amiga"

-Vai lá buscar sua "AMIGA"-ele se afasta, fazendo " com os dedos

Nas Ondas Do Amor•RosattazOnde histórias criam vida. Descubra agora