Está na cara que estou nervosa, mas não consigo controlar isso, não quando estou parada no meio de um aeroporto lotado voltando para casa. Não sei bem se posso chamar o lugar para onde estou indo de casa, mas antigamente era, então talvez possa ser novamente.
Seguro minha mala com mais força do que realmente seria necessário. Sinto minhas pernas tremerem, mas me obrigo a ficar firme porque tenho um voo para pegar. Suor escorre pelas minhas costas, e com as mãos tremendo, enrolo o cabelo em um coque baixo. A atendente verifica meus documentos e me observa com cautela. Sei que é o trabalho dela, mas não deixa de ser invasivo e me sinto como uma fugitiva.
Bem, talvez eu seja uma fugitiva na verdade.
Se você levar em consideração um bilhete ameaçando sua vida e três invasões à sua casa, então talvez eu possa ser considerada uma fugitiva.
A atendente por fim desliza o bilhete para mim, junto com meu troco e minha identidade.
- Portão 101. Terminal B.
Resmungo um agradecimento, pego as coisas do balcão e caminho na direção indicada, minha mala fazendo barulho quando as rodinhas batem no chão.
Voltar para casa não era minha primeira opção. Para falar a verdade, nem mesmo era uma opção, mas estou sendo convocada há mais de um ano e agora eles perderam a paciência, ao que parece. A primeira invasão ao meu apartamento aconteceu cerca de quatro meses atrás.
Entrei em meu apartamento após o término do meu expediente. Não sou uma pessoa organizada; geralmente deixo coisas jogadas ou esquecidas pela casa. Reconheço minha bagunça e tive certeza de que alguém tinha entrado e mexido em minhas coisas quando vi meus livros remexidos na estante e minhas roupas fora do guarda-roupas.
Porém, eu não sou uma pessoa que se assusta com facilidade. Precisou de mais duas invasões e um bilhete jurando minha morte para que eu desse o braço a torcer. Sei por que me querem de volta; não sei os termos e nem condições, mas precisam que eu volte e tenho medo depois de tudo que aconteceu.
Meu coração está prestes a sair pela boca. Passo pela inspeção de segurança e quando saio do carrinho elétrico que me leva até o terminal, posso jurar que perdi o movimento das pernas. A placa diz "terminal B"; estou no lugar certo, mas não consigo me mexer.
E se eles descobrirem?
Pisco, afastando os pensamentos ruins, e por fim, caminho até o portão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐑𝐮𝐢𝐧𝐚 - 𝐃𝐚𝐫𝐤 𝐫𝐨𝐦𝐚𝐧𝐜𝐞
RomanceTÍTULO MODIFICADO, Adrenalina se tornou: Ruína Seis anos após a perda dos pais, Morgana Fox tenta deixar o passado para trás, mas a sombra de Logan, o homem que ela abomina, ressurge em sua vida. O ódio entre eles tem raízes profundas: um acidente t...