TÍTULO MODIFICADO, Adrenalina se tornou: Ruína
Seis anos após a perda dos pais, Morgana Fox tenta deixar o passado para trás, mas a sombra de Logan, o homem que ela abomina, ressurge em sua vida.
O ódio entre eles tem raízes profundas: um acidente t...
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Este não é o meu lugar favorito.
As folhas das pequenas árvores ao redor farfalham com o vento, um som que poderia ser reconfortante em outro lugar, mas não aqui. Não em um cemitério. O ar parece mais denso, como se o próprio solo estivesse impregnado com o peso das memórias e histórias encerradas em cada lápide.
Caminho sem pressa, embora meu coração esteja agitado, batendo num ritmo irregular, passo por lápides cobertas de musgo, algumas inclinadas com o passar dos anos, outras mais recentes, com flores frescas a seus pés. Eu sei exatamente para onde preciso ir. Decorei o caminho há algum tempo e, mesmo que faça anos que não venho aqui, jamais esqueço o trajeto.
À medida que me aproximo, o silêncio parece mais profundo, quase sufocante. Meus ossos tremem, talvez pelo frio da noite ou porque estou com medo, eu não sei dizer.
Paro diante de três covas que se destacam no solo, eu esperava que estivessem sujas, com musgo e talvez rachadas pelo tempo, mas não. Às três estão limpas e novas, como se tivessem acabado de ser instaladas ou... como se alguém se importasse o suficiente para fazer isso.
Uma mistura de vergonha, raiva e tristeza invade meu peito com força. Sinto minhas pernas fraquejarem, e deixo que meus joelhos se afundem na terra fria, e que minhas lágrimas corram livres pelo meu rosto, expondo tudo que deixei trancafiado dentro de mim por anos.
- Oi maninho. - Sussurro, minha voz quase inaudível, como se temesse que ele realmente pudesse me ouvir.
Meus dedos, trêmulos, deslizaram pelas letras gravadas em sua lápide, sentindo o contorno áspero das palavras enquanto mais lágrimas inundavam meus olhos.
Aron Fox 1999 - 2018 Para sempre vivo em nossos corações.
Há algo nessas palavras que me deixam inquieta, uma sensação que não me deixa desistir da ideia de que ele, de algum jeito, ainda está por perto, cuidando de mim.
- Desculpe por não ter vindo antes. - Murmuro, mordendo o lábio com força enquanto olho ao redor, confusa, perdida em meio à dor e às memórias. - Eu não sei se você tem ideia de como minha vida tem sido uma loucura. - Um sorriso triste escapa dos meus lábios.
O som baixo das árvores antigas ao redor quebra o silêncio, suas folhas caindo lentamente como se estivessem chorando comigo, compartilhando minha dor em um lamento silencioso.
- Eu vou me casar. - Confesso baixinho, enquanto limpo uma lágrima solitária que escorre pela minha bochecha. - Não é o que eu queria, mas... não vou mentir pra você, eu também não odeio completamente a ideia.
Em minha mente, a imagem de Aron surge clara, sua expressão severa e a testa franzida, como se estivesse prestes a bufar de desaprovação para mim.
Estou prestes a sorrir, mas de repente, sinto a mudança brusca na direção do vento, e o cheiro familiar faz com que meus olhos se inundem com lágrimas. É o cheiro da sua colônia favorita, misturada com o aroma único que Aron tinha. Por um segundo, é como se ele realmente estivesse aqui, é um sentimento tão real, que chega a me fazer virar a cabeça, como se fosse vê-lo ali, em algum canto.
