Pisco os olhos, despertando do primeiro sono bom que tive em dias.
Abri os olhos e percebi que adormeci no sofá. A casa estava exatamente como a deixei: luzes apagadas e uma janela aberta, trazendo o vento frio da noite e a luz da lua cheia. Tateei o sofá em busca do meu celular, uma missão sutilmente impossível no breu em que a sala se encontrava.
Levantei-me e já pude sentir o ar frio vindo do lado de fora, batendo em minhas pernas descobertas. Agradeci a mim mesma por vestir um pijama antes de apagar, caso contrário, ainda estaria nua. Caminhei até onde sabia ser o interruptor, mas franzi as sobrancelhas quando, ao apertá-lo, nada aconteceu. Repeti o movimento mais umas duas vezes até finalmente constatar que estava sem energia.
Ótimo!
Eu ainda conseguia enxergar o mínimo possível; a luz que vinha do lado de fora era suficiente para que eu não esbarrasse nas coisas, mas não o bastante para facilitar a busca por algum objeto. Fucei nas gavetas da cozinha em busca de uma lanterna ou vela e suspirei aliviada ao encontrar uma lanterna velha e algumas pilhas.
Usei o objeto para iluminar um pouco a cozinha e observei a bagunça que havia deixado: caixas de donuts, café e muita louça acumulada na pia. Ao olhar para o relógio de parede, constatei que já se passava das onze da noite. Então, talvez eu devesse ignorar toda a desordem e ir dormir. Aposto que até amanhã de manhã a energia terá voltado, e poderei arrumar a bagunça e tomar um banho decente.
Por um segundo, lembrei-me de todos os acontecidos do dia e me amaldiçoei por ter esquecido de destruir a última câmera de Logan. Será que ela ainda funciona? Ou precisa de energia para isso? Bem, eu realmente não me importo com isso agora, posso resolver amanhã.
Caminhei devagar, usando a lanterna para iluminar meu caminho. Estava prestes a fechar a janela que deixei aberta quando ouvi um barulho.
Parece que algo caiu no chão da casa, mas não consegui identificar o que era. Meu corpo gelou, como se todo o sangue tivesse sido extraído. Meu coração parecia errar as batidas, e meus ouvidos ficaram entupidos por um minuto completo. Puxei o ar para os pulmões e me convenci de que poderia ser apenas o vento.
Usei um pouco de força para fechar a janela e apontei a lanterna para o restante do cômodo, observando atentamente. Tudo parecia estar onde deveria estar: nada fora do lugar e nenhuma outra janela aberta.
Foi só o vento Morg.
Só o vento.
Dei meia volta e retornei para a cozinha, meus olhos ainda vasculhando todo o ambiente mal iluminado. Soltei o ar com os lábios trêmulos e andei em passos leves e lentos até o corredor, aonde eu chegaria no meu quarto. Medo ainda nublava meus pensamentos, embora eu tentasse me convencer de que eu estava segura, algo, bem lá no fundo, sinalizava o contrário.
Dei o primeiro passo no corredor, em meio à escuridão e de repente, uma mão cobriu meus lábios e senti alguém se grudar as minhas costas. Minha lanterna caiu no chão e desespero tomou conta de mim ao sentir o frio da lâmina em meu pescoço. Arregalei os olhos, meu grito ficou preso na garganta e me forcei a ficar imóvel.
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𝐑𝐮𝐢𝐧𝐚 - 𝐃𝐚𝐫𝐤 𝐫𝐨𝐦𝐚𝐧𝐜𝐞
RomanceTÍTULO MODIFICADO, Adrenalina se tornou: Ruína Seis anos após a perda dos pais, Morgana Fox tenta deixar o passado para trás, mas a sombra de Logan, o homem que ela abomina, ressurge em sua vida. O ódio entre eles tem raízes profundas: um acidente t...