Future me ᵃᵈʳⁱⁿᵉᵗᵗᵉ

☾29☽

— Bom, por onde começo? Ah, sim! Isto me parece bom. Não para a empresa, claro, mas para pontuarmos questões importantes nesta reunião.

Marinette havia começado sua apresentação e todos ali, incluindo o mesmo, sabiam que Gabriel Agreste seria altamente humilhado e que Marinette claramente sabia o que faria a seguir.

Algo que não passou abatido para o loiro, mas que o encheu de orgulho. Mesmo que sem entender.

Ver alguém encarando seu pai? Aaah! Isto era colírio para seus olhos.

E é claro que estava ansiando por ver mais disto.

— Pelo o que noto, sogro, os lucros da Gabriel decaíram um pouco no último mês. Ha alguma razão para tal acontecido? Ou isto já se era esperado?

— Primeiramente, Sr. Agreste. — A carranca do Agreste mais velho era notória. E o sorriso sarcástico da Agreste esposa, também. — E lhe respondendo, não, não era esperado.

— Perdão pelo equívoco, sogro. — Sorriu de maneira ainda mais sarcástica do que da última vez — Bom, se esta queda não se era esperada, certamente deveria haver certa urgência para que o motivo fosse identificado e por prontidão resolvido. A esta altura do mês, já era para o senhor ter consciência do que ocasionou isto. Mas, eu consigo entender o porque não sabe.

— Como é?!

— O senhor está mais preocupado em mostrar seu poder para alguém que, de fato, não se importa, do que em prestar atenção nos investimentos da sua própria empresa. Isto, sogro, é um fator bem mais alarmante do que seja lá qual foi suas razões para considerar o Sr. Bourgeois para o cargo. Há quanto tempo mesmo que o senhor está a frente da empresa?

— Marinette, você nunca pegou em uma lista de investimentos de sequer um fastfood. — Debochou, a encarando — O que a faz achar que entende o que eu faço ou deixo de fazer com minha empresa? Só porque é casada com meu filho?

— Jamais seria por isto, sogro. Eu tenho outras razões mais consideráveis para ter consciência do que estou dizendo. Uma delas é não envolver meu pessoal em questões profissionais, sabe? Já ajuda a ter mais maturidade para reuniões deste porte. O senhor deveria experimentar em reuniões futuras, levando em conta seu comentário atual e sua atitude a pouco de expulsar seu próprio filho da sala só porque ele te irritou.

O silêncio que se fez presente na sala era desconfortável para os dois senhores ali presentes. Porém, para o loiro, era muitíssimo agradável.

O loiro, de fato, não entendia o que havia acontecido com Marinette para falar tão bem diante de seu pai. Porém, estava adorando assistir.

Marinette se encontrava fazendo o que o interior do loiro ansiava a fazer por anos. E isto era muito agradável para si.

— Bom, Marinette — Gabriel retorna a dizer — Se você tem tanto conhecimento assim, o que me recomendaria a fazer para que os lucros voltem a crescer no próximo mês?

— Recomendo que a equipe de criação estude as modas predominantes em Londres e se inspire nelas antes que elas cheguem até a França por conta própria. — A morena diz, dando de ombros — A moda de Londres é bem importante para o setor. Vai chegar aqui de uma forma ou de outra. Porém, felizardo será aquele que divulgar antes dos outros. As vendas, de fato, tendem a aumentar.

Gabriel a olha sem reação. Enquanto que Adrien e André o acompanham no olhar.

— O que te faz achar que isto poderia funcionar? Copiar a moda predominante de outro país vai nos dar destaque? Francamente...

— Senhor Agreste — Passou a ser mais formal — Nenhuma moda é totalmente exclusiva de nenhuma empresa de moda. Atualmente mais vale estar nos padrões da indústria do que trazer algo novo, que muitas das vezes nem sequer ganhará a visibilidade necessária devido ao popular. — Gabriel a encarava, atentamente — Em um campo de batalha como este, ganha o que for mais ágio. As empresas concorrentes estão aprendendo esta maneira de agir e lhe garanto algo... vão ultrapassar o senhor, sem sobra de dúvida, se continuar parado acreditando que sua influência é maior do que todo esse circo lá fora. O senhor quem sabe.

— Minha querida Nora... — Gabriel sorri, da maneira mais irônica da qual conseguia fazer — Você sempre esteve enfurnada em uma de minhas muitas mansões da qual mora com meu filho, fazendo um papel de dona de casa deplorável enquanto que ele lhe sustentava. Agora que melhorou seu visual, o jeito de falar e até mesmo de andar, acha que passou a entender de moda suficientemente para me dar conselhos e que pode reivindicar sua posição como uma Agreste nesta empresa? — Adrien arqueia seu olhar, enquanto que Marinette se manteve na mesma posição que antes. — Francamente, não dou a mínima para seus conselhos ou seus deboches. Você alegar essas coisas não vai destruir meu império. Até porque... — Suspirou, debochadamente — Você, arrumada ou não, ainda vai continuar sendo quem é. Uma pessoa que não tem posicionamento e que não dá medo em ninguém.

Em uma fração de segundos, Gabriel sequer conseguiu reagir ao enorme vaso de vidro do qual voou em sua direção e na direção de André, deixando de atingir os mesmos por poucos milímetros de distância.

— Bom, sogro, pense o que quiser de mim. — Sorriu, o encarando — Porém, não fale da minha índole desta maneira como se me conhecesse. Isto é a única coisa que consegue me tirar do sério.

— Sua...

— E já que se recusa a me escutar por eu "ser só uma dona de casa que cozinha para seu amado filho" — A mestiça se levanta, caminhando até a porta — Declaro que se não considerar a minha ideia dentro do prazo de 24 horas, irei apresentá-la diretamente para o Sr. Wang Fu. E aí o desfecho podemos acompanhar juntos enquanto comemos uma pipoquinha caramelizada. — A mestiça sorriu, abrindo a enorme porta a sua frente — Até lá, passar bem, sogro!